Em meio a tantos eventos inimagináveis em 2025, da guerra tarifária ao roubo cinematográfico do Louvre, o avanço da IA ficará marcado como um dos principais acontecimentos do ano. E isso não é só achismo de um techie. A consultoria Gartner estima que os gastos globais com inteligência artificial atinjam quase US$ 1,5 trilhão em 2025, um sinal claro de que a IA alcançou um ponto sem volta e está completamente integrada às nossas vidas.
Se restava alguma dúvida de que a IA foi a força dominante do ano, a revista TIME bateu o martelo. A edição Person of the Year, publicada no início de dezembro, trouxe na capa não apenas uma personalidade, mas as lideranças que estão pavimentando a estrada para o futuro e expandindo os limites do que conhecemos como possível.
Este foi o ano em que o impacto prático da IA ficou evidente. O ganho de produtividade em escala acelerou sua adoção em todo o mundo. Ficou difícil ler notícias, discutir negócios ou aprender algo novo sem encostar no tema. Com tanta coisa em ebulição, vale destacar três exemplos recentes que dão uma pista do que vem pela frente.
Pesquisadores de Harvard divulgaram os primeiros resultados de um estudo que busca decodificar a comunicação das baleias. A pesquisa utiliza dispositivos não invasivos e drones autônomos para coletar diversos sinais. Esses dados são analisados usando IA e aprendizado de máquina para encontrar padrões no que, para nós, é apenas barulho. Só de imaginar que algum dia será possível “conversar” com seres de outras espécies, já me faz lembrar Júlio Verne.
Outro fato impressionante foi a apresentação dos robôs humanoides da Figure AI em outubro. O Figure 03 faz diversas tarefas domésticas de forma autônoma combinando visão computacional, IA embarcada e controle preciso de movimentos. É um androide que interage com o ambiente, toma decisões e aprende observando humanos. As primeiras vendas estão planejadas para 2026.
E por fim, um estudo publicado em setembro na Nature apresentou o Delphi-2M, um modelo de IA que tenta prever como a saúde de uma pessoa tende a evoluir ao longo dos anos. Ele estima probabilidades para mais de mil doenças com base no histórico clínico e sugere até a janela mais provável de certos diagnósticos.
Tudo isso impressiona, mas não vem sem ressalvas. A própria TIME resumiu bem: a IA é uma tecnologia que encanta e preocupa ao mesmo tempo. O alto consumo de energia, as mudanças no mercado de trabalho e o poder concentrado em poucas empresas são questões com que precisamos lidar. A boa notícia é que o futuro ainda não foi escrito e vai depender das escolhas que a gente fizer agora. Nos vemos em 2026!
