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A importância do aprendizado mensurável para o crescimento de empresas e seus profissionais

Por Redação

23/12/2025 09h15

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Por Júnia Galvão, diretora-executiva de Administração e Desenvolvimento Humano da MRV&CO

A educação corporativa vem amadurecendo de forma significativa no Brasil. O que antes era visto como ação pontual passou a ser estruturado em trilhas contínuas de desenvolvimento.  Com esse olhar mais avançado sobre o tema, o país chegou a ultrapassar a média norte-americana em horas anuais de treinamento por colaborador – 24 no Brasil contra 21 nos Estados Unidos, segundo pesquisa realizada em 2024 pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD). O levantamento também apontou um aumento de 14% no investimento em treinamento e desenvolvimento em relação ao ano anterior. Há um elemento que evidencia o sucesso de qualquer estratégia educacional: a capacidade de medir o impacto do aprendizado.

Ainda é comum encontrar organizações que consideram difícil medir o retorno de uma capacitação. Mas é bom ressaltar que são justamente os indicadores que permitem enxergar avanços, identificar práticas bem-sucedidas (ou não), corrigir rotas e encontrar os caminhos mais eficientes para geração de valor para o negócio e para os profissionais. Os resultados das ações implementadas, portanto, devem ser observados com lupa. A médio e longo prazo, treinar sem mensurar é como construir sem projeto, admitindo a possibilidade de esforços que não se aprimoram e estão sujeitos a frutos imprevisíveis.

Uma das maneiras de avaliar a evolução da aprendizagem é por meio da cultura do feedback no ambiente de gestão. Desde 2021, a MRV mede a entrega formal de devolutivas no ciclo de desempenho do setor administrativo. Atualmente, quase 90% dos colaboradores afirmam ter recebido retorno de seus gestores. Esse processo –  hoje extremamente natural no ambiente corporativo MRV –  tem efeito direto na clareza das expectativas, na construção de uma jornada de carreira mais transparente e no refinamento dos  programas de desenvolvimento.

 Outro instrumento poderoso é a pesquisa Journey, que avalia toda a experiência do colaborador — da entrada à saída — com mais profundidade do que as pesquisas tradicionais de engajamento. Em 2024, com 90% de adesão (4.311 respondentes), a Journey registrou 86,2% de favorabilidade para a afirmação “Eu sinto que estou aprendendo e me desenvolvendo na MRV&CO”. Em 2025, esse índice subiu para 88,2%. Esses números não são apenas indicadores positivos: são sinais de que o aprendizado está, de fato, acontecendo e sendo percebido.

Os benefícios aparecem na prática. Programas educacionais bem estruturados geram aceleração de carreira, promoções, ganhos de performance operacional e redução de rotatividade – este último, um fator que pode representar significativa economia no orçamento das empresas. 

É nesse ponto que alguns cases do setor de construção civil se tornam ilustrativos. O Decola, programa de aceleração de carreira da MRV, promoveu mais da metade (52%) dos 23 engenheiros que participaram da última turma. Entre os participantes de outras áreas corporativas, o índice médio foi de 45%. Na porta de entrada, os programas de trainee confirmam o padrão: dos 43 ex-trainees que permanecem na MRV, 33 ocupam atualmente cadeiras de liderança –  o equivalente a 77%.

Já na área comercial, corretores de imóveis também recebem treinamento especializado. Eles têm acesso à Escola de Vendas, uma trilha de aprendizagem específica. E a partir dela, entre outros indicadores, é possível avaliar se aqueles que concluíram o curso conseguiram realizar a primeira venda em menos tempo – um sinal claro de impacto positivo no negócio.

A principal lição dessa jornada é clara: não basta oferecer treinamentos ou acumular horas de capacitação. É preciso aplicar métricas inteligentes que permitam identificar pontos de aprimoramento, cujos resultados servirão como base para melhorias. Estudos já comprovaram a ineficiência de programas quando não há acompanhamento profissional e mensuração de impacto. A personalização dos conteúdos conforme as especificidades de cada área, somada à análise consistente do aprendizado, é o que transforma desenvolvimento em performance e garante que o investimento intelectual impulsione retorno profundo e contínuo.