Professores comentam a relevância da construção de um repertório teórico e das experiências para lapidar os estudantes universitários
No cenário atual, marcado por mudanças tecnológicas e sociais rápidas, a formação de profissionais competentes e preparados para enfrentar os desafios do mercado de trabalho tornou-se um imperativo. Nesse contexto, a parceria entre a academia e o mercado ganha destaque como uma estratégia fundamental para a construção dos novos profissionais. No último domingo (15), foi celebrado o dia dos professores, e o Nosso Meio conversou com três professores sobre essa dinâmica tão significativa.
A educação superior, representada por universidades e instituições, é uma das principais responsáveis pela formação de profissionais em diversos campos. No entanto, a lacuna entre a teoria acadêmica e a prática do mercado muitas vezes se tornou um obstáculo para que os graduados estejam verdadeiramente preparados para as demandas do mundo profissional.
A colaboração colaborativa entre academia e mercado é a resposta a esse desafio. Muitas universidades têm investido em parcerias com empresas, permitindo que seus alunos tenham experiências práticas e apliquem o conhecimento adquirido em situações reais. Quem comenta a importância dessa parceria é o professor da graduação em Design da Unifor, Felipe Ferreira.
“A vivência prática no mercado de trabalho é fundamental para os alunos de design. É por meio dela que os estudantes têm a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos na sala de aula, vivenciar as demandas do dia a dia do profissional e desenvolver suas habilidades técnicas e comportamentais. Na minha experiência como docente, tenho observado que os alunos que participam de estágios ou projetos de extensão têm um desempenho acadêmico superior aos que não têm essa experiência. Além disso, eles são mais bem preparados para o mercado de trabalho e têm mais chances de se destacarem na profissão”, comenta.
O professor ainda discorre sobre a relevância da construção de um bom repertório teórico para a boa aplicação das técnicas na rotina de um designer, afinal, sem um bom repertório teórico, o designer pode se tornar um mero executor de técnicas.
“Um bom repertório teórico é a espinha dorsal da criatividade do designer. A teoria fornece ao designer uma base sólida para compreender os fundamentos do design e as diferentes possibilidades de aplicação das técnicas. Ele fornece contextos históricos, culturais e sociais, fundamentais para criar designs significativos e inovadores”, revela.
Mara Cristina, professora de Jornalismo da Faculdade Cearense, comenta o grau de importância para os seus alunos da vivência prática no mercado de trabalho, durante a graduação. A jornalista afirma que os alunos não devem ser meros espectadores do que acontece fora do mundo universitário, mas sim, agentes ativos da transformação social.
“Para muitos, a vivência prática começa, basicamente, nos estágios curriculares que permitem um período breve de “mão na massa”. No entanto, é importante que nos demais semestres que antecedem essa fase, o aluno se aproprie, dentro da própria academia, de algumas ferramentas e práticas do jornalismo. É o caso, por exemplo, dos projetos de extensão nos quais os alunos desenvolvem propostas que ajudam a fazer a interação entre o que aprendem na academia e que mais se aproxime da prática do mercado de trabalho”, diz.
Mara se autodeclara defensora do diploma e acredita que a academia é o campo das ideias e da análise profunda de temas relevantes. Ela destaca a importância da conexão entre academia e mercado, desde que cada um entenda qual o seu verdadeiro papel.
“A teoria é necessária sempre. Como defensora do diploma, acredito que a academia é o campo das ideias e de análise profunda de temas relevantes e que incomodam devidamente e fomentam no estudante a disciplina de pensar sobre o mundo em que vivemos. O jornalismo não se resume ao velho lead dos anos 1950. Até porque vivemos novos tempos. As Fake News estão por aí, abalando as estruturas de quem sonhou ainda sonha com um jornalismo de verdade”, destaca.
O ponto de vista da também docente, Eugênia Cabral, se assemelha ao de Mara. Eugênia destaca que há uma compreensão sobre a aplicabilidade de conceitos na prática, a possibilidade de colocar como essa questão pode ser apresentada para clientes ou chefes, uma visão de uso mesmo.
“A academia tem algo que o mercado morre de inveja: tempo. Eu posso pegar um problema aqui e maturar, experimentar, construir. Isso vai gerar respostas mais aprofundadas que o mercado consegue elaborar no tempo que tem para fazer entregas. Além disso, a academia tem um histórico de temas e uma visão panorâmica do mercado. Muitas vezes, cada empresa só enxerga ela mesma. Enquanto isso, o mercado é um laboratório de inovações, de encontros, de respostas rápidas, de criações que nascem de ter que criar soluções com pouco recurso… Sem essa produção, a academia não teria nem o que estudar”, comenta.
A integração entre academia e mercado beneficia não apenas os estudantes, mas também as empresas e a economia como um todo. Os estudantes têm a chance de adquirir habilidades práticas, aumentar sua empregabilidade e estar mais preparados para o mercado de trabalho. As empresas, por sua vez, têm a oportunidade de identificar talentos promissores e moldá-los de acordo com suas necessidades.
Além disso, a colaboração entre academia e mercado se revela um importante catalisador da inovação. Quando a pesquisa acadêmica encontra aplicação prática nas empresas, novas soluções e tecnologias podem emergir, impulsionando o desenvolvimento econômico e social.
Em resumo, a união entre academia e mercado é um dos pilares fundamentais na construção dos novos profissionais. Essa parceria não apenas aprimora a qualidade da formação, mas também promove o desenvolvimento econômico e a inovação. É uma abordagem que responde às necessidades de um mundo em constante mudança, preparando os profissionais para enfrentar os desafios das novas tecnologias e contribuir para a sociedade com novas soluções.