Em entrevista exclusiva para o Nosso Meio, Adailma compartilha o que implementou e aprendeu na Diageo
Atuando como gestora há 15 anos, Adailma Mendes é uma profissional que não foge do desafio. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Adailma, iniciou sua trajetória profissional como assistente de comunicação na Companhia Ferroviária do Nordeste. Depois da graduação, a jornalista investiu seu tempo em um curso de especialização em Economia para Jornalistas. Sua vida acadêmica recebeu um novo capítulo quando cursou Gestão de Empresas de Comunicação na Universitat de Barcelona. E, por fim, concluiu um MBA em Gestão de Negócios.
Apesar da vida acadêmica agitada, a jornalista viveu diversas experiências no mercado da comunicação. Adailma trabalhou no Grupo de Comunicação O POVO, onde em sete anos foi editora-executiva de revistas, editora-executiva de cidades e editora-chefe de economia. Passou por empresas como a AD2M Engenharia de Comunicação, LVBA Comunicação e a Terra.
Há um ano, a profissional assumiu o cargo de coordenadora de relações corporativas da Diageo, empresa global líder no setor de bebidas alcoólicas. Vivendo essa nova experiência como gestora de uma companhia presente em mais de 18o países, a jornalista compartilha, em entrevista exclusiva para o Nosso Meio, como é exercer essa função com ética, expertise e compromisso.
Nosso Meio: Como foi sua entrada na Diageo? O que você fez para conseguir compreender a alma da empresa?
Adailma Mendes: Soube do processo de seleção para coordenação de Relações Corporativas da Diageo e resolvi participar em 2021. Já tinha na minha trajetória mais de 10 anos de experiência com o mundo corporativo como prestadora de serviço, mas faltava atuar dentro de uma empresa como colaboradora direta. Nem titubeei quanto à vontade de embarcar em mais esse desafio. Por ser tratar da Diageo, foi mais um estímulo. Já conhecia um pouco da história da multinacional e de seus projetos. Participei do processo de compra da Ypióca pela Diageo como consultora de comunicação.
Depois de ser selecionada, os próximos passos foram mergulhar no mundo da companhia, que está presente em mais de 180 países e com as marcas mais icônicas de bebidas premiums do mundo. Nessa hora, é importante ler muito, buscar pesquisas da área em que a empresa atua e entender como as marcas da companhia se posicionam e são vistas pelo mercado. Foram muitas imersões internas. Conversas com os líderes de diversos setores. Pelo fato da área de Relações Corporativas precisar respirar o espírito da empresa, é necessário estar antenado 24 horas por dia e ainda conectado com as maiores tendências em consumo no mundo. Isso tudo pensando ainda na forma responsável de agir quando se fala em mercado de bebidas alcóolicas. A verdade é que o processo de aprendizado e ganho de novas habilidade nunca para. Aí também está toda a graça do trabalho. Um bom comunicador nunca deve deixar de aprender.
NM: Você passou por alguns veículos e agências. Como essas experiências te conduziram para sua posição como Coordenadora de Relações Corporativas da Diageo?
AM: Estive dos dois lados, como é de costume falar. Tanto com o olhar de jornalista e editora, que recebe sugestões de pautas das mais variadas marcas e precisa assim selecionar o que faz sentido para um público mais amplo e diverso, que é a audiência. E também desenvolvendo narrativas e projetos que tinham valor para as marcas. Do fato de ter atuado nas duas posições tive, sem dúvida, a experiência de saber o que funciona para ambas as partes. E tem uma máxima que sempre defendo: para conteúdos bons sempre há espaço. Não existe mágica. O que existe é o fato de você ter coisas importantes para falar, que agregam para a sociedade, que podem impactá-la positivamente.
NM: Em 1 ano, quais foram seus maiores desafios como coordenadora e o que você fez para superá-los?
AM: Trabalhar em uma companhia multinacional como a Diageo é um desafio diário. Manter o olhar atento às questões de compliance, leis e regulamentações para se ter um ambiente benéfico para todos os envolvidos dentro do processo produtivo, como é em nossa fábrica no Ceará. Manter atenção constante e olhar nas necessidades do consumidor, também é outra missão da nossa área. E ainda dar o devido suporte à comunicação interna. O trabalho de Relações Corporativas é complexo e importante dentro de uma empresa.
Na Diageo, temos ainda 25 metas ambiciosas dentro da nossa estratégia de Sociedade 2030: Espírito do Progresso, projetada para causar um impacto positivo no mundo até 2030, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS). Dentro de consumo responsável temos o objetivo de atingir um bilhão de pessoas com mensagens de consumo responsável de álcool no mundo, por exemplo. Em diversidade e inclusão, a Diageo é signatária da ONU Mulheres e do Pacto Global. Os nossos compromissos com o Pacto Global são: meta de 30% de pessoas negras, indígenas, quilombolas e demais grupos étnicos minoritários em posição de liderança até 2025 e 50% até 2030; meta de 30% de mulheres em posição de alta liderança até 2025, 50% até 2030; e meta de 100% de funcionários(as) em toda a operação da organização com salário digno até 2030. Sem falar na nossa meta de reduzir em 30% a quantidade de água usada em cada bebida que produzimos, usar energia 100% renovável e ter zero emissão de carbono até 2030.
Para lidar com todas essas metas e compromissos, é preciso estar atento a todo o trabalho que fazemos. Tomar cada decisão do dia a dia de olho nessas metas e no que sabemos que é o certo a se fazer.
NM: O que você conseguiu construir em 1 ano de coordenação?
AM: A pandemia nos trouxe muitos questionamentos sobre a forma como nos comunicamos. E sem dúvida um traço forte desse último ano de trabalho foi procurar maneiras de comunicar melhor o que já comunicávamos antes, e ouvir mais as respostas a essas comunicações. Não existe mais espaço para comunicações unilaterais. É preciso construir vias de mão dupla. Entender as particularidades de cada público. Dentro de uma empresa não é diferente.
Na Diageo estamos aplicando cada vez mais canais de escuta para construir uma comunicação eficaz e participativa. Lançamos canais de comunicação internos com mais participação dos funcionários, comitês de comunicação e projetos que toquem em pontos relevantes para a sociedade.
NM: Para o futuro, o que você espera implementar na Diageo?
AM: Gerar mais engajamento na comunicação. Atrair mais e mais pessoas para construir uma comunicação interna eficaz. Para a comunicação externa, trabalhar mais ainda nossos projetos sociais. Dar luz a tudo que fazemos como ao projeto Na real, de combate ao consumo de álcool por menores de 18 anos; ao Learning for Life, nosso projeto de formação de bartenders; e à nossa nova campanha de Bares Livres de Assédio, uma atitude ousada da Diageo, lançada este ano e que busca falar sobre um tema importante para a sociedade como um todo.
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