Os efeitos da crise do coronavírus geraram impacto para as agências de comunicação, principalmente em relação às mudanças na rotina de trabalho. Todas as pessoas depararam com o isolamento social obrigatório e tiveram que se adaptar ao trabalho remoto. Com isso, a crise abriu oportunidades para esses novos modelos de trabalho, os quais estão fazendo as empresas se reinventarem. Em meio a esse novo universo, é importante que os gestores estejam atentos não apenas ao alinhamento das atividades mas também à manutenção dos laços dentro da equipe, já que o contato humano entre a equipe é importante para manter um clima organizacional positivo.
Nesta segunda matéria da série exclusiva “Agências Cearenses e a Pandemia”, onde diretores de agências de comunicação relatam como lidaram com a pandemia, o Nosso Meio compartilha as estratégias usadas pelas empresas para gerenciar a equipe à distância. Conversamos com as agências: Advance Comunicação, Max Propaganda e Relevante. Confira abaixo:
Advance Comunicação
De acordo com Eliziane Colares, Diretora da Advance Comunicação, desde quando surgiram os possíveis casos de Covid-19 no Ceará, foi criado um gabinete de crise com os gestores da Advance e definido todas as providências para o trabalho em home office, que seria ativado assim que fosse confirmado o primeiro caso em Fortaleza. A divulgação das providências aconteceu no dia 15 de março de 2020 e no dia seguinte já foi ativada a mobilização para que todos da agência trabalhassem de casa.
Com intuito de gerenciar a equipe à distância de forma assertiva, a diretora compartilha que uma nova dinâmica de trabalho foi introduzida, com reuniões diárias por videoconferência por equipes, o uso ainda mais assíduo da plataforma de gerenciamento de tarefas e integração de informações e até a reinvenção da força criativa para sugerir soluções eficientes aos clientes, que também foram impactados com a pandemia. “O suporte emocional e psicológico do nosso time de Gestão de Talentos foi fundamental. Por volta de setembro de 2020, houve uma melhora na curva de contágio. Com a flexibilização do isolamento, tentamos retornar aos poucos para a agência, com algumas pessoas do time que preferiam trabalhar presencialmente e com dias alternados. Totens com álcool em gel foram distribuídos pelas dependências, desde a entrada e providenciamos tubos de álcool em gel individuais e personalizados, bem como face shields. Área de trabalho e salas de reunião, sempre com portas abertas para renovação do ar. Uso de máscara obrigatório. Sinalizações de distanciamento mínimo nas bancadas de trabalho, nos cafés e áreas de alimentação”, conta Eliziane.
“Não chegamos a ter trabalho presencial com mais de 50% do time e a curva de contágios começou a subir novamente. Então reativamos imediatamente o trabalho remoto mais radical. Essa medidas garantiram que não tivéssemos nenhum caso de contaminação na empresa. Algumas pessoas do time foram contaminadas em outras circunstâncias. Infelizmente, perdemos o Danilo Scatigno que era do nosso núcleo de São Paulo. Foi um dos momentos mais tristes da história da Advance, o que exigiu união e ainda mais disciplina para encarar o atual cenário. Seguimos trabalhando muito para articular o trabalho remoto do time de forma produtiva, tendo à frente as lideranças de cada área, acolhendo a todos e investido num clima positivo, humanizado e criativo, que faça um contra-ponto a todo esse caos. Estamos cheios de esperança que a vacinação em massa ganhe velocidade e acreditando que dias melhores virão”, compartilha a diretora.
Max Propaganda
O Diretor Comercial da Max Propaganda, Gustavo Rocha, compartilha que este último ano foi desafiador para todos, a agência precisou reinventar a forma de trabalhar e olhar os próprios trabalhos. “Para as agências de publicidade talvez o que tenha ajudado mais foi a familiaridade com o digital. Aqui na Max Propaganda, mesmo após o primeiro lockdown, deixamos apenas 40% da equipe no escritório e o restante ficou em casa e essa escolha foi baseada em quem tinha grupo de risco em casa e os que se utilizavam do transporte público. Mesmo com o retorno parcial do novo lockdown, nós resolvemos continuar com todos em regime de home office, garantindo assim mais segurança e tranquilidade para colaboradores e familiares”, explica.
Para acompanhar as atividades da equipe, Gustavo conta que foi adotado uma sistemática de pauta diária, na qual todos amanhecem com suas demandas definidas e no final do dia é verificado tudo o que saiu. “Claro que a confiança é primordial. Nós não abrimos mão de reuniões virtuais com a equipe e com o cliente para facilitar o entendimento e evitar retrabalhos. Acreditamos que o alinhamento é nossa principal ferramenta no home office. Nós já estamos preparando nossa volta em breve, da mesma forma que anteriormente – apenas uma parte da equipe presencialmente e seguindo todas as medidas de higiene e segurança. Para não nos distanciarmos tanto e até para o dia a dia ser mais leve, promovemos no começo do mês de abril um happy hour virtual, onde enviamos kits para a casa de cada funcionário, contendo bebidas e petiscos. Assim pudemos fazer um brinde no final do dia – sem falar de trabalho, claro”, finaliza.
Relevante
Na agência Relevante Estratégia Criativa, o diretor Mario Acioli conta para o Nosso Meio que no início da pandemia, toda a equipe ficou no formato home office. “Continuamos pagando os benefícios para que as pessoas pudessem, mesmo não estando indo para o escritório, se munir ali, caso precisassem comprar alguma coisa, se adaptar internamente para isso. Disponibilizamos material, as coisas que tinha no escritório para a equipe levar, como equipamento, computador, ferramenta, etc. A gente já vinha trabalhando em modelo híbrido porque temos equipes fora de Fortaleza, nós temos atendimento em São Paulo e temos uma filial da Relevante em Portugal. Então, esse trabalho online já acontecia antes, então estendemos ele para toda a equipe”, explica Mario.
Uma das ferramentas utilizadas pela Relevante para reuniões online foi a plataforma do Google e Trello para acompanhamento de trabalho online. “O Google é gratuito, o Trello não é exatamente barato, mas quando você compara ele com a montagem de um servidor físico, ele é um investimento quase nenhum, de imediato não desembolsa nada. Então, tudo isso criou um cenário favorável para a gente se adaptar rápido e de forma muito funcional. Um dos mistérios que tinha há um ano atrás era de quanto tempo isso iria durar, ninguém sabia se iria durar dois meses, seis meses, se iria passar de um ano, que eu acho que poucas pessoas acreditavam que isso acontecesse, e já estamos nesse momento há um ano e um mês trabalhando home office”, afirma o diretor da Relevante.
“A equipe respondeu muito bem ao formato remoto, o nosso ritmo de trabalho agora, a produtividade é muito melhor. Inclusive, fomos contemplados no Prêmio Juan Vazquez – ACADi 2021 com oito troféus e uma das categorias que ganhamos troféu de terceiro lugar, foi a categoria denominada Agência de Mudança. Essa categoria foi feita justamente para as agências escreverem os cases de como se adaptaram à pandemia e fomos premiados nela justamente por esse conjunto. É interessante porque o prêmio considera os resultados e a gente submeteu números, dados da empresa de que nós conseguimos manter em 2020 95% do faturamento de 2019. Então, praticamente não teve perda. Nós perdemos alguns clientes, mas conquistamos outras contas importantes, então para esse atual cenário que é um momento muito difícil, do ponto de vista para o negócio, foi um ano muito proveitoso e acredito que os prêmios são reflexo disso”, compartilha.
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