Opinião
Quase um ano se passou desde o início, em março de 2020, do isolamento social provocado pelo coronavírus e, desde então, vivemos uma intensa mudança de comportamentos. Mudamos hábitos de consumo, aderindo, fortemente, aos aplicativos de entregas e de relacionamento, adotando uma prática pouco comum, especialmente em países latinos, de distanciamento social; mudamos a forma de estudar, com a ampliação do ensino a distância e híbrido; aderimos às consultas on-line para seguir com terapias, consultas psicológicas e até consultas médicas básicas; mudamos a forma de trabalho, aderindo ao trabalho remoto e híbrido – este último, uma mudança não apenas para colaboradores, mas também para os empregadores que antes eram resistentes em adotar a prática.
O trabalho híbrido é um modelo no qual se alterna na semana entre dias no escritório e dias em home office. Essa forma não é uma novidade, uma vez que já era bastante utilizada por empresas de tecnologia, porém tem se tornado cada vez mais discutida no mundo corporativo e se transformou em tendência e prática comum.
Inicialmente, muitos executivos não acreditavam que esse era um modelo eficiente para suas equipes, justamente por conta da impossibilidade de visualizar no que cada um estava trabalhando, além da falta de interação social. Porém, como mostram diversas pesquisas publicadas, a experiência acabou sendo bem diferente. O trabalho híbrido foi aprovado, provando sua eficácia e se tornando um modelo economicamente mais viável diante do cenário econômico mundial.
Muitos consideram o modelo como o “melhor dos dois mundos” – remoto e presencial -, porque permite uma rotina de trabalho flexível, mantendo as boas práticas do trabalho remoto – como a maior concentração nas atividades, melhor gestão do tempo e qualidade de vida dos colaboradores -, e trazendo apenas o melhor do presencial para reuniões e brainstormings, fazendo a manutenção dos vínculos sociais do trabalho com o espírito colaborativo e o famoso “olho no olho”.
A verdade é que as empresas estão buscando opções que melhorem a produtividade dos colaboradores, além de estimular sua criatividade e mantê-los felizes. E a tecnologia está em constante evolução, permitindo que novas ferramentas sejam lançadas, auxiliando na execução das atividades, reduzindo os riscos de erros e falhas.
Os resultados que temos visto, até o momento, nos animam para um novo futuro, com mais flexibilidade e produtividade, e terão impactos significativos na economia mundial, bem como na forma de se relacionar. O home office, além de reduzir exponencialmente a necessidade de espaços físicos, reduz barreiras geográficas possibilitando que pessoas em diferentes cidades, estados ou países, possam trabalhar juntas e cooperar de forma jamais vista antes.
Estamos caminhando para o momento que as atividades presenciais serão apenas as obrigatoriamente necessárias, ou que satisfaçam necessidades pessoais de relacionamento. O tempo ganho com economia em transporte esperas infindáveis em salas de reunião, cafezinho e brincadeiras serão melhor utilizado com a família, estudo, aumento de produtividade e lazer.
Jânyo Diniz
Presidente do grupo Ser Educacional, uma das maiores instituições de Ensino do Brasil, Presidente do Sindicato das IES particulares de PE, Presidente do Inst. de Pesquisa UNINASSAU, e Presidente do Sindicato das IES Particulares da Pb.