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Associação Caatinga e Petrobras lançam nova fase de projeto de preservação do bioma nordestino

Por Redação

25/09/2025 11h34

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A quinta etapa, com duração de quatro anos, tem como meta contribuir com a proteção da Caatinga e de sua biodiversidade, promovendo adaptação climática para famílias do semiárido

A Associação Caatinga, organização da sociedade civil sem fins lucrativos, iniciou a quinta fase do projeto “No Clima da Caatinga (NCC)”, realizado em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Com duração de quatro anos, a iniciativa visa reduzir os impactos do aquecimento global por meio de ações integradas que abrangem a conservação do bioma, a adaptação climática de comunidades rurais, a proteção de recursos hídricos, da biodiversidade e o fortalecimento da sociobiodiversidade, reconhecendo a importância das comunidades locais na manutenção dos ecossistemas.

“Uma das estratégias fundamentais será dar continuidade à promoção do desenvolvimento local sustentável das comunidades rurais, visando aumentar sua resiliência frente às mudanças climáticas e à semiaridez”, destaca Daniel Fernandes, diretor executivo da Associação Caatinga. “Haverá também um incremento no apoio à pesquisa e proteção da biodiversidade, incluindo espécies ameaçadas de extinção, que pertencem aos Planos de Ação para Conservação de Espécies Ameaçadas (PANs). O tatu-bola, símbolo do bioma Caatinga é uma das espécies mais vulneráveis, terá atenção especial nesta nova etapa”, complementa Daniel. 

Criado em 2011, o No Clima da Caatinga atua em oito municípios do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, com incidência direta em sete microbacias hidrográficas localizadas em Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI). A base de atuação é a Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), maior Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Ceará, com 6.285 hectares de Caatinga preservada e reconhecida pela UNESCO como Reserva da Biosfera da Caatinga. Gerida pela Associação Caatinga e abrangendo também o Piauí, a RNSA beneficia diretamente cerca de 4 mil famílias de 40 comunidades rurais.

As ações do projeto estão organizadas em sete eixos estratégicos: criação e gestão de áreas protegidas, restauração florestal, incidência em políticas públicas ambientais, disseminação de tecnologias sociais para adaptação climática, educação ambiental, comunicação e fomento à pesquisa. Crianças de 0 a 6 anos, mulheres e jovens estão entre os públicos prioritários, reforçando o compromisso com o desenvolvimento local sustentável.

Daniel explica que entre as novidades desta fase estão a implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs), que promovem o uso sustentável do solo e a recuperação de áreas degradadas, e biodigestores, tecnologia que transforma resíduos orgânicos em energia limpa e fertilizante natural. “Além disso, o projeto intensifica o foco na educação ambiental voltada a jovens, incentivando o protagonismo e a consciência socioambiental das novas gerações”, destaca o profissional. 

Conectado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), à Década da Restauração de Ecossistemas (2021-2030) e ao Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, o NCC reforça o papel estratégico da Caatinga no enfrentamento das mudanças climáticas. O projeto adota ainda o Modelo Integrado de Conservação, que alia prioridades ambientais e sociais. “Mais do que conservar a biodiversidade de fauna e flora, buscamos valorizar a sociobiodiversidade, reconhecendo o papel essencial das comunidades tradicionais na manutenção do equilíbrio do ecossistema”, conclui Daniel Fernandes.