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Aumento da longevidade demanda comunicação assertiva e transparência das marcas

Por Lucas Abreu

09/01/2025 15h30

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IBGE aponta que expectativa de vida deve atingir 76,8 anos em 2025, um aumento de 5,7 anos em comparação com o ano 2000

A população brasileira está envelhecendo mais com o passar dos anos. Segundos dados do último censo nacional, realizado em 2022 pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), o total de pessoas com 65 anos ou mais no Brasil é equivalente a 10,9% da população nacional, o que representa uma alta de 57,4% em comparação com 2010, quando o total de idosos representava 7,4%. Com isso, o índice de envelhecimento passou de 30,7 para 55,2, ou seja, a cada 100 pessoas de 0 a 14 anos no Brasil, existem 55,2 idosos.

Em 2024, o IBGE apontou outro importante dado: a expectativa de vida para este ano deve alcançar os 76,8 anos, o que representa um aumento de 5,7 anos em comparação com o ano 2000, quando a expectativa de vida era de 71,1.

A longevidade crescente dos brasileiros chamou a atenção de indústrias de diversos segmentos, que começaram a se mobilizar para atender às necessidades de um público mais velho, apresentando linhas de produtos e serviços voltados ao público acima dos 60 anos. Entretanto, ainda existem barreiras entre marcas e essa parcela da população, quando os assuntos são comunicação e transparência.

Segundo a pesquisa A Permanência da Impermanência, realizada pela curadoria de estudos sociais Neura, em parceria com a plataforma de pesquisa PiniOn, 16% das pessoas desejam que as marcas abordem mais o assunto da longevidade saudável em suas comunicações e sejam mais inclusivas. Além disso, 32% reforçam que há a necessidade de transparência nas promessas de produtos ofertados.

“Os consumidores já têm uma noção clara do que é necessário para viver mais e melhor. O desafio agora é que a indústria como um todo transcenda a comunicação superficial e integre esse propósito em suas ofertas, posicionamento e promessas de forma autêntica e eficiente”, afirma André Cruz, fundador e CEO da Neura e expert em Neurociência e Comportamento.

Segundo a diretora de marketing e relacionamento do grupo Longevidade Saudável, Polliana Rachid, a uma comunicação mais inclusiva começa com o respeito às necessidades e aspirações das pessoas acima dos 60 anos, valorizando a longevidade como um processo de envelhecimento ativo. Ela aponta que os produtos e serviços não apenas considerem as mudanças naturais do envelhecimento, mas também promovam autonomia, bem-estar e a sensação de utilidade.

“As marcas devem fomentar iniciativas que integrem esse público em atividades sociais e econômicas, mostrando que o envelhecimento não é um fim, mas uma fase produtiva e enriquecedora. Além disso, a comunicação deve ser representativa e empática, utilizando campanhas que tragam exemplos reais desse público, valorizando suas experiências e potencialidades”, pontua ela.

Em relação a transparência, Polliana afirma que manter uma comunicação clara, baseada em evidências científicas e em promessas realistas é a melhor maneira de atrair a confiança do público. Isso inclui detalhar os benefícios reais dos produtos e serviços, explicitar os limites de suas soluções e, se for o caso, evidenciar estudos ou certificações que os respaldem. Além disso, a especialista aponta que manter canais de diálogo abertos para esclarecimento de dúvidas e feedback dos consumidores fortalece as conexões entre marcas e consumidores.

“A transparência não apenas gera confiança, mas também constrói fidelidade e excelente reputação para a marca. Para o consumidor, o benefício está em tomar decisões informadas, com segurança e alinhamento às suas expectativas, evitando frustrações e criando um relacionamento baseado na credibilidade”, finaliza Polliana.