Nesses dois últimos anos, a comunicação trouxe mudanças significativas de hábitos proporcionados pelo isolamento social, demonstrando cada vez mais a necessidade de interagir e comunicar-se à distância. Algumas empresas decolaram com seus projetos de digitalização ou foram beneficiadas pela transformação digital compulsória.
Exemplo desse cenário está a grande batalha do universo das redes sociais: instagram x TikTok. Começando como um simples aplicativo para publicação de imagens, o Instagram se transformou em uma das redes sociais mais populares dos últimos anos, chegando a ter 19 vezes mais engajamento que o Facebook em 2020. Mas o TikTok, aplicativo de vídeo com grande popularidade entre adolescentes, está em crescimento exponencial, chegando a 2 bilhões de downloads no mundo todo.
Com novos tipos de influencers e criando até uma estética musical, o TikTok veio balançar a audiência do Instagram, que não hesitou em contra-atacar. Recentemente o diretor de Instagram, Adam Mosseri, anunciou que a rede social vai bater de frente com o TikTok após realizar mudanças no aplicativo. As novidades terão foco em vídeos e entretenimento, inclusive com a exibição de conteúdos de pessoas que o usuário ainda não segue. A ferramenta Reels, criada em agosto de 2020, será o principal recurso para competir com o TikTok.
Segundo Humberto Mota, analista de mídia Online, com 10 anos de experiência no mercado da comunicação, se analisarmos as estruturas dos aplicativos, podemos perceber que as diferenças ainda são bem grandes. O Instagram chegou ao mercado como um app de compartilhamento de fotos e, após ter sido adquirido pelo Facebook em 2012, focou em diversificar o seu conteúdo, lançando as funcionalidades de vídeos no feed, Stories, IGTV e Reels. Além das suas funcionalidades de conteúdo, há também possibilidade de venda de produtos dentro da plataforma, auxiliando produtores de conteúdo e marcas a se desenvolverem no mercado de vendas online.
“O “boom” do marketing de influenciadores pode ser diretamente associado ao Instagram, visto que usuários que trouxeram seus hábitos, hobbys (ou profissões) e gostos, cresceram seu número de seguidores na proporção em que a rede se desenvolvia. Graças a isso, ainda hoje, podemos dizer que o Instagram é uma rede de influência.”
Ele explica também que o TikTok surge de forma um pouco diferente. Inicialmente chamada de Musical.ly, a plataforma de streaming e compartilhamento de vídeo era conhecida como um meio de compartilhamento de vídeos musicais, focada em conteúdos rápidos e virais, não somente musicais: Humor, conteúdos educacionais, “fanfics”, culinária e tantos outros, se misturam aos desafios de dança e canto. “Assim como o Instagram, o TikTok trouxe funcionalidades que já eram populares em outros apps: feed e stories (Instagram), vídeos curtos (Vine / Snapchat), trends e hashtags (Twitter)”.
Para o profissional, a grande batalha é por audiência e, consequentemente, por espaço nos planos de mídia mundo afora. Com o início das publicidades pagas no TikTok, a corrida pela preferência do público ficou ainda mais acirrada. “Apesar de já estar estabelecido no mercado, o Instagram ganhou mais um concorrente na divisão do orçamento e, claramente, isso vem incomodando. Com a forma de consumir conteúdo em constante mudança, quem melhor se adaptar, tende a ocupar o espaço de “queridinho” dos usuários e, consequentemente, trazer mais investidores para a sua plataforma. No atual momento, o que conseguimos dizer é que a briga vai ser boa e os usuários, com cada vez mais funcionalidades para adicionar aos seus conteúdos, agradecem.”
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• Entrevista com Humberto Mota, profissional de mídia da SG Propag.