Influência

Case Galvão x Casemiro: como criar uma comunidade e aumentar suas vendas e engajamento

Por Redação

09/12/2022 09h02

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Por Paulo Cuenca

 

Comportamento da audiência mudou e agora não se discute só quem vai ganhar o jogo, mas quem vai narrar o jogo

Tão importante quanto o conteúdo que você produz é como você divulga esse conteúdo. Na Copa do Mundo de 2022, o ineditismo de um streamer transmitindo e narrando jogos oficiais mostra que a frase acima nunca fez tanto sentido. Até esse ano a Rede Globo detinha os direitos de exibição da Copa para todas as mídias como emissora oficial do evento, porém o influenciador Casimiro (Cazé) obteve o direito de narrar alguns jogos direto do seu canal no YouTube e da Twich – fato inédito no futebol. A notícia gerou um “burburinho” nas redes, que escolheu por qual rede acompanharia a seleção brasileira segundo seus narradores: Galvão Bueno ou Casimiro Miguel.

Essa rivalidade fora do campo só mostrou o poder de uma comunidade forte e que não importa o que você fala, mas como você fala. Afinal, o jogo é o mesmo, o horário é o mesmo e tanto Cazé quanto Galvão falarão as mesmas informações. O que muda é como cada um deles faz isso.

“Tudo o que assistimos, ouvimos e até os posts que ´damos like´ no Instagram são coisas que falam com a gente de alguma maneira. Casimiro tem o jeitão da internet. É espontâneo e justamente as reações engraçadas e o carisma são o que conquistam o público jovem. Já o Galvão ganha pela tradição. Ele é uma das figuras mais polêmicas do esporte nacional. Ou você ama, ou você odeia. Não dá pra negar que ele narra com o coração e coloca pra fora todas as emoções durante o jogo. Para muita gente, isso é o mais contagiante. Tem aquele jeitão de amigo de bar ou mestre de cerimônia bem-humorado”, analisa Paulo Cuenca, co-founder e CMO da The Brain, da Bee Social e da Holding Supernova.

 “Esse comportamento mostra que mais do que vender, para crescer com autoridade e se tornar referência na sua área, ter uma comunidade é essencial. As pessoas não ligam para a sua marca, nem para o seu produto, a menos que elas enxerguem em você um eco da própria existência. Desde que você fale coisas com as quais elas se identifiquem, mostrando, com isso, que vocês têm uma visão de mundo em comum. Seu serviço e/ou produto precisa reafirmar a identidade dos seus consumidores”, complementa.

Com essa comunidade forte, o streamer Casimiro, somente com a transmissão da Copa do Mundo, em 28 dias, faturou mais de R$ 830 mil. Esse valor corresponde ao ganho do YouTube somente. Além de ter batido recorde de visualização em uma transmissão ao vivo na plataforma, alcançando no jogo do Brasil e Suíça, durante o primeiro tempo, pouco mais de quatro milhões de pessoas.

 

Para ajudar quem deseja criar ou reforçar sua comunidade, Cuenca listou 3 dicas:

  1. Mostre sua visão de mundo

Utilizando o exemplo do futebol, não basta narrar ou reagir, o que as pessoas querem é emoção e saber a opinião de quem está por detrás da tela.

Quando o Casimiro faz um comentário sobre um vídeo, ele está compartilhando uma crença (algo que ele gosta ou não, concorda ou não). Quando o Galvão grita gol, fica claro para quem ele tá torcendo.

  1. Crie “bordões”, frases que somente você e sua comunidade utilizam

As pessoas se identificam com frases de efeito que transmitam e criem identificação com seus pensamentos e opiniões. E isso não é de hoje. Diversos personagens de TV e propagandas de marcas fizeram uso desse elemento tão fundamental na criação de comunidade. Quem é mais “antigo” saberá do que e de quem falamos quando citamos “Cala Boca, Magda!” ou “Vamos, tesouro, não se misture com essa gentalha”. E para os mais jovens, ” Houve boatos que eu ainda estava na pior, se isto é estar na pior…” ou “Que deselegante!”.

No case acima, os bordões do Casimiro: “isso aqui é elite”, “meteu essa”, “que papinho, hein?”. E os do Galvão: “pode isso, Arnaldo?”, “é tetra”, “haja coração”. A voz do Galvão é tão única que virou até trend no TikTok.

     3. Seja autêntico

Não adianta querer criar uma comunidade fingindo ser e pensar o que você não é. Tanto a naturalidade do Casimiro quanto o timbre do Galvão são únicos. Autenticidade não é ser ´diferentão´, não é ser o mais chamativo, não é ter o melhor conteúdo. Autenticidade é se manter firme na sua essência, não importa o que acontece à sua volta.

 

 

Sobre Paulo Cuenca:

Formado em cinema pela FAAP, Paulo Cuenca é um dos maiores especialistas em marketing de conteúdo do Brasil.