Nova geração de banda larga permite velocidades de download que ultrapassam os 9.800 Mbps e upload com mais de 1.000 Mbps
No último domingo (20), a China inovou ao lançar a primeira rede de internet 10G do mundo. O projeto-piloto está instalado no Condado de Susan, próximo a Pequim, e é fruto da colaboração entre as empresas de telecomunicações Huawei e a China Unicom.
A infraestrutura é baseada na tecnologia 50G-PON (Rede Óptica Passiva), que melhora a transmissão de dados na atual infraestrutura de fibra óptica. Os usos dessa tecnologia em banda larga incluem velocidade e estabilidade em atividades de computação em nuvem, realidade virtual e aumentada, streaming de vídeo 8K e integração de dispositivos domésticos inteligentes.
A nova geração de banda larga permite velocidades de download que ultrapassam os 9.800 Mbps e uploads com mais de 1.000 Mpbs, com latência inferior a três milissegundos, representando um salto tecnológico em relação às redes de fibra ótica, que possui capacidade operacional de 1 Gbps. Na prática, um usuário da rede pode fazer o download de um filme em 4K em menos de 20 segundos na rede 10G, o que levaria em torno de 7 a 10 minutos numa conexão regular de 1 Gbps.
A China está determinada em modernizar a infraestrutura digital de seu país. Em janeiro de 2025, o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT) anunciou uma série de projetos-piloto em cidades e regiões estratégicas. O objetivo é promover uma nova geração de redes ópticas de alta e ultra velocidade.
O governo chinês aposta no desenvolvimento de comunidades residenciais, parques industriais e fábricas como os primeiros alvos dessa transformação digital, visando criar uma cadeia industrial robusta e impulsionar a nova industrialização chinesa.
DeepSeek e Corrida Tecnológica
Em fevereiro deste ano, o mundo testemunhou a chegada do DeepSeek-V3, novo modelo de treinamento de inteligência artificial desenvolvido por uma startup chinesa, com um investimento que custou menos de US$ 6 milhões. O aplicativo gerou burburinho no mercado global, pegando de surpresa os executivos das Big Tech estadunidenses, graças às suas funções similares ao ChatGPT, desenvolvido pela empresa Open AI, a um custo 70 vezes menor. Além disso, o DeepSeek-V3 foi disponibilizado gratuitamente, com seu software disponibilizado livre para os usuários.
chamou a atenção da Casa Branca, com um pronunciamento do presidente Donald Trump, que afirmou que a chegada da nova ferramenta era uma alerta vermelho para as empresas do mercado norte-americano. Trump anunciou um megaprojeto chamado Stargate, que pretende financiar as infraestruturas de empresas como a Open AI, com uma verba de meio trilhão de dólares ao longo dos próximos quatro anos de sua gestão. O objetivo é competir diretamente com o mercado tecnológico chinês e manter a hegemonia dos Estados Unidos no setor.
Para comentar sobre o DeepSeek e um pouco de suas implicações no mercado e na geopolítica mundial, o Nosso Meio conversou com o diretor-executivo da Digital College e especialista em cibersegurança, Daniel Monteiro. O profissional atua há mais de 20 anos na área de tecnologia e é especialista em segurança da informação, computação em nuvem e transformação digital.
Confira a entrevista completa, clicando no link abaixo: