Por Ricardo Menezes, consultor de relações institucionais e governamentais da ABAP
A desinformação climática se tornou um dos grandes desafios do nosso tempo. Ela confunde a opinião pública, atrasa políticas importantes e compromete a capacidade de a sociedade compreender plenamente os riscos ambientais que já fazem parte da nossa realidade. Nesse cenário, o mercado publicitário ocupa uma posição estratégica — não por obrigação, mas por vocação.
Neste mês, durante a COP30 realizada no Brasil, foi lançada a Carta Compromisso pela Integridade da Informação Climática na Publicidade Digital, um avanço importante nesse debate global. O documento reúne diretrizes claras para anunciantes, agências e plataformas, reforçando algo que o setor vem discutindo há anos: a necessidade de fortalecer ambientes informacionais mais transparentes, sustentáveis e baseados em fontes confiáveis.
A publicidade tem enorme alcance e influencia percepções diariamente. Por isso, escolhas como priorizar veículos de credibilidade, adotar práticas responsáveis de comunicação ambiental e exigir mais transparência da cadeia programática contribuem diretamente para reduzir a circulação de conteúdos imprecisos sobre clima. Essas decisões ajudam a construir mais confiança — um valor essencial para marcas, consumidores e para a própria sociedade.
Ao promover campanhas alinhadas ao consenso científico e ao apoiar iniciativas de educação e letramento climático, o mercado amplia seu poder positivo de transformação. Mais do que evitar riscos reputacionais, trata-se de assumir uma postura que fortalece o ecossistema de comunicação como um todo.
A carta não encerra o tema, mas sinaliza um caminho: a construção compartilhada de um ambiente digital mais íntegro, em que a publicidade atua como aliada na disseminação de informações responsáveis. É uma oportunidade para o setor reafirmar seu compromisso com a verdade, com a sustentabilidade e com o futuro.
