Drex, a marca da moeda digital do Brasil

Por Redação

23/08/2023 09h00

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No último dia 07/08/2023, o Banco Central anunciou o nome da moeda digital do país, anteriormente referida como Real Digital. Custodiada pelo Banco Central, a moeda é uma representação do Real, só que totalmente digital. Dar um nome específico e singular é interessante para criar pertinência e construir diferenciação, principalmente tendo em conta o contexto inovador do produto.

          A nova marca é curta, com ótima sonoridade devido ao alongamento fonético do “X” e é forte pela presença da letra “R” central. Segue a tradição das marcas digitais que são reduzidas ou diminuídas, como em Pina, para se referir à Pinacoteca ou Magalu do Magazine Luiza.

          DREX traz as referências do digital “D” e “R” real, juntamente com o “E” associado ao contexto da internet e o “X” que vem se consolidando como um signo-simbólico de conexão, tecnologia digital e redes – vários Xs constituem uma rede -, como usado há pouco tempo na nova e controversa identidade visual do Twitter. As letras em DREX são todas em caixa alta, o que traz robustez e presença, além de serem grafadas retilineamente, o que reforça a fixação. Apesar destas características gráficas, o design vazado das letras – cada uma delas sugere ter sido atravessada da esquerda para a direita – tornando-as incompletas – traz a sensação de abertura e movimento, proporcionando equilíbrio ao olhar: é estável, robusta, mas tem movimento. A cor azul presente em todos os tipos gráficos e também na seta mais externa que preenche a letra “D”, é inusual, trazendo novas camadas de significado relacionadas a inovação e criatividade, além das associações tradicionais da cor azul, em tonalidade escura, a preferida do ocidente, que a conectam com sobriedade, intelectualidade, seriedade e profundidade, todos significados adequados e desejáveis de signo inerente a uma instituição financeira.

          A parte figurativa da marca se manifesta pela presença de duas setas, nas cores azul e verde que se instalam dentro da letra “D”, sem, no entanto, tocá-la ou preenchê-la. Uma vez mais, a dinamicidade se instaura pelos significados das setas, relacionados a direção, movimento e dinamicidade. E a tonalidade cítrica da cor verde, traz os efeitos de frescor, jovialidade e leveza.

Drex
Figura 1: Identidade visual Drex, do Banco Central

          Drex também integra muito bem os novos serviços digitais criado pelo Banco Central, como o já famoso Pix, inovação em meios instantâneos de pagamento, incorporada ao dia a dia do brasileiro. Assim, DREX e PIX se conectam, pela brevidade dos nomes, pela terminação sonora do “X” e pela natureza digital, criando uma família de produtos e marcas que permitirão o pronto reconhecimento, principalmente pela ecologia publicitária planejada e pelo uso cotidiano.

Clotilde Perez é professora universitária, pesquisadora, consultora e colunista brasileira, titular de semiótica e publicidade da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo, concentrando seus estudos nas áreas da semiótica, comunicação, consumo e sociedade contemporânea. Fundadora da Casa Semio, primeiro e único instituto de pesquisa de mercado voltado à semiótica no Brasil, já tendo prestado consultoria nessa área para grandes empresas nacionais e internacionais, conjugando o pensamento científico às práticas de mercado. Apresenta palestras e seminários no Brasil e no mundo sobre semiótica, suas aplicações no mercado e diversos recortes temáticos em uma perspectiva latino-americana e brasileira em diálogo com os grandes movimentos globais.

Clotilde Perez
Professora universitária, pesquisadora e consultora
Clotilde Perez é professora universitária, pesquisadora, consultora e colunista brasileira, titular de semiótica e publicidade da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo, concentrando seus estudos nas áreas da semiótica, comunicação, consumo e sociedade contemporânea. Fundadora da Casa Semio, primeiro e único instituto de pesquisa de mercado voltado à semiótica no Brasil, já tendo prestado consultoria nessa área para grandes empresas nacionais e internacionais, conjugando o pensamento científico às práticas de mercado. Apresenta palestras e seminários no Brasil e no mundo sobre semiótica, suas aplicações no mercado e diversos recortes temáticos em uma perspectiva latino-americana e brasileira em diálogo com os grandes movimentos globais.