Há alguns dias tenho me deparado com algumas notícias que estão saindo na mídia sobre o emocional dos adolescentes, e muitos desses casos levantam questões fundamentais que expõem fatores de risco para a saúde mental dessa juventude.
Isso me levou a pensar nesse assunto e a fazer o seguinte questionamento: você, gestor(a) ou colaborador(a), certamente, lida com colaboradores adolescentes, sejam estagiários ou menores aprendizes, não é mesmo?
A ideia de, muitas vezes, associarmos os adolescentes àquela velha figura de um “aborrescente”, relacionando esse período da vida exclusivamente a uma fase ruim, faz com que esqueçamos de olhar esses jovens enquanto pessoas. E é exatamente neste ponto que tocamos: como poderemos ser rede de apoio, carregando estigmas e colocando a adolescência dentro de uma caixinha só? Para isso, é fundamental conseguir que as pessoas mais velhas obtenham a confiança desses jovens, a proximidade das relações é o principal desafio.
Precisamos entender que os adolescentes passam por um turbilhão de mudanças físicas, hormonais, sociais e, claro, psicológicas. Entre os fatores que contribuem para o estresse durante esse momento da vida estão o desejo de autonomia, a pressão para decisões futuras, a descoberta da identidade sexual e o maior acesso e uso de tecnologias. Passar por tantas mudanças assim os deixam vulneráveis, inseguros e cheios de questionamentos.
Assim, como gestor(a) ou colega de trabalho de adolescentes, precisamos estar sempre em alerta e prontos para ouvir e acolher, sem rótulos e sem julgamentos. É preciso encontrar estratégias para se ganhar a confiança deste jovem que pode estar passando por alguma dor. Para isso, você pode procurar afinidades com o jovem: pode não parecer, mas, certamente, vocês têm sim algo em comum, um gosto por uma série ou um filme, por exemplo. Mas o mais importante é se mostrar sensível à dor do outro, sensível a perceber sinais e estar pronto(a) para escutar e acolher.
Por isso, ainda mais neste mês de setembro, que é tão envolto de cuidado, discutir sobre essa temática torna-se urgente.
Lorena Soares Rebouças Valentim
COO do Amar.elo Saúde Mental
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