Um vídeo publicado por um rapaz popularizou uma expressão até então desconhecida: o “quiet quitting”. Ele resolveu postar, em seu TikTok, alguns vídeos sobre sua rotina como desenvolvedor e… BUM! Pessoas se identificaram com a forma de pensar do rapaz, e muitos usuários responderam com suas opiniões e experiências. A partir de então, um movimento se iniciou!
A discussão acerca da tendência gera inúmeros questionamentos: uns acham que se tratam de pessoas que fazem o mínimo exigido por seus empregos cumprindo, muitas vezes, unicamente o que está definido na descrição de seus contratos. Outros, que é colocar alguns limites para evitar a exaustão, mudar a forma de algumas lideranças e chefias de pensar que é obrigação de todos levar trabalho para fora do horário de expediente e até mesmo assumir mais deveres e tarefas para demonstrar o quão eficiente o colaborador é.
Mas do que se trata realmente o movimento da demissão silenciosa?
Quiet Quitting ou demissão silenciosa, em português, é um movimento emergente que viralizou em um aplicativo de vídeos e teve repercussão também em outras plataformas. Mas, ao contrário do que parece, quem está aderindo a esse fenômeno tem a intenção de estabelecer limites. Isso porque o conceito vai além de estar ou não satisfeito em seu ambiente de trabalho.
A ideia é que, se o retorno no ambiente corporativo não proporcionar incentivo, não proporcionar o salário que o colaborador merece e expandir a empatia e a segurança psicológica que são fundamentais, não há motivo para tamanho esforço e deixar que isso afete a sua qualidade de vida.
Me parece que a busca desse movimento, no fim de tudo, é por evitar o desgaste emocional, é para manter o bem-estar e conseguir equilibrar a vida como um todo, o que envolve também o trabalho, mas tirando este do centro de sua existência!
Estamos repensando gradativamente nossas prioridades, revendo valores e propósitos de vida, uma demanda trazida claramente pelo momento pandêmico que vivenciamos: estamos todos mais sensíveis, talvez, menos tolerantes e em uma fase de realmente repensar o que compensa. Parece que culturas tóxicas têm sido algo que não convém mais.
Buscar a conciliação entre vida pessoal e profissional, sem precisar desconsiderar nenhuma das duas, tem sido meta dos membros adeptos ao Quiet Quitting, pois essas pessoas não querem se demitir, querem qualidade de vida! Mas tem um ponto que precisamos analisar: sempre que algo nos interessa, faz parte do humano buscar entender mais, ser curioso, querer se superar, crescer, engajar-se, faz parte de uma vida saudável. Então, tem uma desconexão aí! Onde está o prazer? O desejo que nos move?
Talvez, aí esteja o ponto: há os que entendem o movimento como a não permissão de que o trabalho invada todos os seus espaços de vida e que buscam o equilíbrio, procurando crescer e estar ativos e felizes em suas corporações, sem, com isso, ultrapassar seus limites pessoais em nome do trabalho.
Há também uma outra interpretação que vem se mostrando nas redes sociais, a daqueles que acreditam que o Quiet Quitting está associado à inércia, ao profissionalismo medíocre, ao fazer estritamente o que está em contrato, pessoas que estão desconectadas com a cultura e o cotidiano da empresa. Mas, se a intenção é buscar o bem-estar e o equilíbrio pessoal, há uma distorção nisso: ainda não foi percebido por algumas pessoas o que é necessário para se chegar à qualidade de vida!
Fico, então, aqui, com um questionamento: em uma desconexão total de propósito e cultura com a empresa, é válido para essa pessoa continuar nessa empresa? E, para essa empresa, é válido investir nesse colaborador? Porque com uma coisa todos concordam: nesse movimento, eles não querem se demitir!
O movimento se resume a uma perspectiva que busca valorizar a separação entre vida pessoal e trabalho e minimizar os efeitos de uma cultura que sugere sermos todos workaholics. Os efeitos dessa narrativa já estão mais do que claros na saúde mental e física das pessoas.
Surge, assim, um grande compromisso conectado à Amar.elo, podemos ser a ponte para que as empresas possam chegar a um ponto de equilíbrio, levando em consideração as reais necessidades dos trabalhadores, a valorização e a sua Segurança Emocional, trabalhando em três pilares fundamentais: Análise, Educação e Cuidado.
Na Amar.elo, temos um grande propósito, que junta as tradicionais missão e visão numa frase só: cuidar do ser humano construindo um ambiente de trabalho emocionalmente saudável.
Lorena Soares
COO do Amar.elo Saúde Mental
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