No último artigo, falamos sobre um tema denominado engenharia memética, ou estudo do comportamento humano. Essa matéria ainda que esteja ligada a biologia e a neurociência têm sido cada vez mais relevantes refletir quando pensamos em processos de persuasão de compra junto a consumidores. Afinal, entender sobre o comportamento humano, é compreender sobre a maneira que pensamos e agimos.
Para relembrar o leitor: Nossos genes determinam quem somos. (nascemos cada um com um gene) e esses trabalham de maneira “egoísta” e por isso, tentar persuadir alguém a mudar radicalmente um comportamento é complexo. Já havia citado o autor Richard Dawkins que em seu livro “O gene egoísta” diz que deve existir algo na ordem dos nossos pensamentos que trabalha da mesma maneira e por isso, entender sobre os memes é importante para evoluirmos enquanto profissionais de comunicação.
Entender as pessoas é entender sobre o comportamento humano e sem esse entendimento profundo, fica cada vez mais difícil criar ambientes onde consumidores possam se sentir seguros e representados.
O que determina um meme é a “capacidade do indivíduo de inserir, substituir ou atualizar um comportamento na mente humana”. E sobre essa perspectiva quais as estratégias mais eficazes que podemos pensar para que consigamos inserir um novo comportamento de compra e de consumo junto aos nossos clientes? O que podemos fazer para substituir comportamentos padrão, já rotineiros, conhecidos e testados pelas pessoas? Como atualizar os comportamentos de compra existentes na vida do consumidor? Como fazê-lo se interessar por novas marcas, produtos e serviços?
Ainda que pareça um processo complexo (e de fato é), uma coisa é preciso entender: precisamos saber nos comunicar com mais clareza, simplicidade e autenticidade. As marcas precisam encontrar sua distintividade e diferenciação na hora de comunicar seus serviços e produtos. Nunca foi tão importante saber COMO fazer isso. Não é uma frase pronta. Não é sobre copiar ninguém, não é sobre parecer alguém. É sobre ser você mesmo. É sobre causalidade e não correlação. Não é mais sobre repetir o “mantra da minha empresa tem qualidade”, (porque esse tipo de comunicação metade do mundo corporativo repete todos os dias em campanhas que muitas vezes passam despercebidas).
Para tornar possível um consumidor inserir, atualizar ou até mesmo substituir um comportamento de consumo é preciso entender a evolução da humanidade. Ser único e verdadeiro em sua proposta de valor (aliás, é inicialmente, entender o que é valor) e mostrar às pessoas uma razão muito maior que a faça querer ficar com você por muito tempo.
Vai além de ser criativo, vai ter preço, vai além de blogueiros e influenciadores. Precisamos despertar para essa nova realidade, “sair da nossa caixinha” e parar de tentar fazer as pessoas acreditarem em coisas que não são relevantes. Esse tempo ficou no passado. Porque eu, consumidora, importaria com a sua marca? Por que eu devo comprar de você e não do seu concorrente?
Qual é o impacto de seu produto em minha vida? o que ele faz (causa e efeito) de bom para que eu possa ter menos trabalho, dor e frustração?
Simone Moura
Formada em comunicação social, especialista em branding, comportamento de consumo e neuromarketing, é mestre em Comunicação e Novas tecnologias e doutoranda na mesma área.
Com 28 anos de atuação profissional já contribuiu para vários players de diversos segmentos como indústria, varejo e publicidade e propaganda. Vasta experiência em planejamento estratégico de comunicação com foco em propósito, reposicionamento de mercado e gestão de branding. É embaixatriz da Ikigai Brasil e CEO da Ping Pong Estratégia.
