Caro leitor, nos últimos meses tenho compartilhado artigos ligados a temáticas do marketing moderno que dentre outras coisas, inclui economia comportamental, neuro marketing, tecnologia, inovação, comportamento do consumidor etc. Mas como marketing é sobre pessoas antes de mais nada, definitivamente o marketing moderno é sobre liderança.
E hoje eu não vou escrever muito, ao contrário dos outros artigos que até aqui contribui com a coluna MOVE. Minha intenção aqui é fazer você líder e gestor desse novo ecossistema em que todos estão inseridos, chamado mercado, refletir.
Reflitam sobre os novos tempos que enfrentaremos. Esse “novo” Brasil com seus velhos e grandiosos problemas. Reflitam sobre a necessidade de focar mais do que nunca somente no que importa e deixar de lado aquilo que te faz perder tempo e não levará sua empresa para lugar nenhum. Reflitam sobre as pessoas que nesse momento trabalham para você, mas sempre dificultam os acessos, possibilidades de novas discussões, novos caminhos, novas ideias e que por uma profunda necessidade de mostrar poder e posição hierárquica dentro de sua organização, (com aqueles que tem menos voz) mais atrapalha do que ajudam. Reflitam sobre a necessidade de manda-los embora. Sua empresa merece uma atmosfera mais saudável para o marketing moderno possa ser aplicado de “dentro pra fora”. Reflitam sobre não se deixar levar pelos jargões do mercado, da mídia da moda, do investimento sem propósito. E vou além. Para que contratar mais uma consultoria, se você mesmo já não acredita que pode ser de um outro jeito? É hora de crescer.
Reflitam sobre a necessidade de construir uma cultura baseada em confiança e não por comando. E gerar confiança em um ambiente corporativo exige trabalho, transparência, segurança, conforto e ação. O marketing não pode revelar atributos de produtos e serviços e contar uma estória bonita para o mercado, se não existir verdade em tudo que está sendo vendido.
Como diz o antropólogo e escritor Simon Sinek em seu livro “O Jogo Infinito“ Temos que mudar nossa mentalidade de reconhecer que precisamos de métricas para a confiabilidade e para o desempenho, antes de podermos aferir valor de alguém numa equipe” (pág 137).
Eu tenho a sorte de ter o melhor trabalho do mundo. E eu tenho a felicidade de ser a menor empresa do mundo. E ainda consigo ganhar dinheiro trabalhando com o que eu amo fazer de verdade. Eu levo essa verdade para dentro das organizações que me permitem produzir com elas um planejamento estratégico olhando para o futuro, com foco na descoberta de um propósito que seja capaz de gerar engajamento, que inclua e permita novas descobertas. Mas tempos depois, quando retorno em algumas empresas das quais eu colaborei em projetos sinto que elas não conseguiram sair do lugar. Elas ainda vivem amarradas a “ tal cultura do eu acho que é assim que funciona”. Da fala usual e melancólica do “ é difícil mudar pra caramba”. Do “ isso não é comigo “ ou “ não tenho tempo a perder com esse papo de propósito” ou “o nosso líder não está mais com o mesmo gás”.
Infelizmente temos vivido tempos duvidosos, sombrios, tensos e polêmicos. ( e isso vai além do Brasil) e me parece que mediante esse cenário muitas empresas estão deixando de olhar para o futuro e simplesmente apagando incêndios diários. Ainda que todos precisemos ganhar dinheiro para pagar as contas e obtermos lucros para garantir a existência de nossos negócios é preciso entender que o lucro deve ser um combustível e não um destino final. Muitos líderes estão se esquecendo de que uma organização que vive orientada pelo propósito tem coragem para permitir que todos contribuam e que dias melhores chegam com mais pessoas envolvidas. Ninguém vai fazer marketing moderno sozinho. Nós seres humanos não sobrevivemos há mais de 50 mil anos porque somos motivados a servir nós mesmos, mas porque somos inspirados a servir os outros. (Sinek, Simon , Líderes se servem por último pag 277).
O marketing do futuro é não sobre tecnologia. É sobre todo mundo fazendo por todo mundo. Reflitam…
Abraço, cuidem-se! Até breve.
Simone Moura
Simone Moura é formada em comunicação social, especialista em branding, comportamento de consumo e neuromarketing, é mestre em Comunicação e Novas tecnologias e doutoranda na mesma área. Com 28 anos de atuação profissional já contribuiu para vários players de diversos segmentos como indústria, varejo e publicidade e propaganda. Vasta experiência em planejamento estratégico de comunicação com foco em propósito, reposicionamento de mercado e gestão de branding. É embaixatriz da Ikigai Brasil e CEO da Ping Pong Estratégia.
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