Em um cenário em que a desconfiança nas marcas cresce substancialmente, a figura do CEO influenciador vem ganhando força. Mais do que um rosto conhecido, ele se torna a voz viva e ativa da marca, capaz de aproximar o discurso corporativo das conversas reais que acontecem fora das salas de reunião.
No branding, humanizar é a palavra de ordem e o resultado vai além do engajamento. Quando o líder se coloca à frente, com transparência, verdade e propósito, a marca ganha autoridade, credibilidade e autenticidade. E as pesquisas reforçam esse movimento.
Segundo a Havas (2025), 70% dos brasileiros duvidam das promessas feitas pelas marcas. A Typeform (2024) mostra que 7 em cada 10 consumidores já se arrependeram de comprar produtos indicados por influenciadores tradicionais. Diante desse cansaço com o “marketing pasteurizado”, surge uma nova figura de confiança: o CEO como “selo de autenticidade”. Um exemplo é João Adibe Marques, presidente da Cimed, que transforma sua presença digital em um ponto de contato com a marca, mostrando o que há por trás da figura de poder, com erros, acertos, rotina e visão de negócio.
A estratégia faz sentido. O Edelman Trust Barometer (2024) aponta que 82% dos consumidores confiam mais em empresas cujos CEOs são ativos e autênticos nas redes sociais. As pessoas querem saber o que o líder pensa, como age, no que acredita para, então, decidir se vale a pena se conectar à marca. Essa presença, quando genuína, inspira. Mostra bastidores, humanidade e propósito. E, segundo a McKinsey, pode refletir diretamente no desempenho da empresa: até 45% dos resultados organizacionais podem estar ligados ao poder de influência do executivo.
Mas nem só de ganhos vive essa nova posição. Ela também traz alguns dilemas. O Relatório GAD Insights (2025) levanta questões essenciais: “até onde deve ir a persona pública do CEO? Como equilibrar carisma, exposição e responsabilidade? Em que ponto a visibilidade fortalece ou fragiliza o poder?”. A verdade é que não basta aparecer, é preciso ter coerência e alinhamento com a essência da marca. A comunicação do CEO precisa ecoar o tom da empresa, manter consistência e saber dosar a transparência sem comprometer a credibilidade.
No fim, é isso que o público espera: que o dono da marca tenha algo real a dizer, algo que inspire e conecte. Porque num mundo de hoje em que tantos falam, ganha força quem fala com verdade e autenticidade e não somente como um discurso de venda.
