Quando seu negócio acompanha o mercado, você está jogando na defesa. Quando ele inova e propõe mudanças no mercado, você passa a jogar no ataque. E isso pode mudar totalmente o jogo.
Dos diversos empresários que temos contato, percebemos uma coisa em comum: a maioria é antenada com o mercado. Engana-se quem acha que a maioria é atrasada. É óbvio que tem um ou outro que já alcançou sucesso no negócio e parou no tempo. Esses aí são os que ficam rodando a empresa, vendo se os funcionários estão devidamente sentados em seu “birô” e “parecendo ocupados”.
Mas o fato é que as ondas da inovação chegam com cada vez mais intensidade e afoga negócios que não se adaptam. A pandemia foi um verdadeiro tsunami que acabou arrasando negócios que não souberam inovar. E nesse mundo dos negócios pós pandemia percebemos que os empresários, diretores, gestores e até colaboradores acordaram para a realidade: negócios precisam se antecipar.
Até aí tudo bem. A pegadinha é que: antecipar tendências, olhar os movimentos do mercado, mapear os passos da concorrência, fazer pesquisa com clientes, compreender novas tecnologia e tudo que se pode considerar atitudes de “empresas antenadas” não é suficiente para se manter na liderança.
Novos tempos requerem novas maneiras de pensar e de atuar. Analisar históricos passados não adianta de mais nada. Vale lembrar que o pico de vendas da Nokia se deu no ano de lançamento do iPhone.
Imaginem só como foi para a Nokia em 2007: todos empolgados e celebrando o crescimento vertiginoso da companhia. Bônus para diretores, gerentes, líderes. Faltou uma coisa: olhar para frente.
Uma mudança muito importante no comportamento humano estava efervescendo: a customização. O que Steve Jobs viu a Nokia não viu. Ele escreveu sua história nas linhas que o futuro trazia e não baseado no histórico da Apple. Não baseado em concorrência, mas no comportamento humano. Ele viu que os aparelhos celulares seriam plataformas mutantes e atualizáveis, multifuncionais, baseadas mais em softwares e apps que em hardwares inflexíveis.
Jobs jogou no ataque. Sacou aí a diferença? A Apple acertou numa coisa que muitos erram: idéias, não tecnologia, são o que mais impactam o futuro.
Jogar no ataque é entender que: se o mundo está em constante mudança, olhar apenas para o histórico passado e resultado presente não basta. Quem faz isso joga na zaga. O modus operandi desse tipo de negócio é evitar de tomar gol. Leva bolada toda hora. Fica correndo contra os movimentos do ataque do time oposto. O goleiro é o que mais joga. É um time que fica satisfeito com o zero a zero. Porque ganhou ponto por empate.
Jogar no ataque é arriscar, é prever movimentos, inverter jogadas, errar mais do que acertar. Mas quando acerta, é gol.
O segredo para empresas inovarem no ataque é reconhecer que não tem todas as respostas, e por causa disso vai arriscar mais, errar mais rápido e – principalmente – aprender antes de todas as outras empresas.
Isso é jogar no ataque. Então a gente fecha com uma reflexão:
Seu negócio estaria confortável em investir grana em diversas frentes de inovação, para errar e aprender sem nenhuma segurança de que essas frentes irão funcionar?
Céu Studart e Thiago Baldu
Céu Studart é sócia da Desencaixa Inovação e consultora, docente estrategista de Marketing, Branding e Inovação. É publicitária, com mais 20 anos de experiência de mercado. Especialista em Marketing (FGV) e Mestre em Administração (UFC). Thiago Baldu é Sócio da DSCX Inova e consultor de Marketing, Branding e Inovação. Com experiência de 15 anos, já realizou projetos de comunicação e inovação para marcas como SKOL, Ipiranga, Discovery, TAM, entre outros. Atua também como professor de graduação e pós-graduação, cursos in company, e palestra nas áreas de branding, marketing e inovação em instituições como UNIFOR, FB UNI e FAC.
desencaixa@dscxinova.com.br | @dscx.inova