Outro dia, em um podcast, ouvi uma frase que ficou reverberando em mim: “fique um pouco com o problema”. Confesso que não é uma atitude fácil, principalmente em um mundo acelerado, que cobra respostas rápidas. Mas, é uma atitude, a cada dia, mais necessária.
A ansiedade por resolver logo o problema pode nos fazer perder algo essencial, que é o entendimento profundo do que está realmente acontecendo. Quando pulamos etapas, corremos o risco de atacar os sintomas e não a causa. Resolvemos no curto prazo e podemos, assim, criar um novo problema lá na frente.
Ficar com o problema é um convite à análise com mais profundidade. Esquadrinhá-lo. Refletir. Questionar premissas. Analisar cenários, considerando múltiplas perspectivas. Observar casos semelhantes, buscar referências e testar hipóteses. Só assim construímos decisões que não apenas resolvem, mas também podem prevenir novos problemas semelhantes.
Além disso, decisões tomadas sob pressão ou baseadas em dados incompletos, podem ter um custo, comprometendo resultados, desalinhando equipes e impactando negativamente na cultura organizacional, além de comprometer a reputação da marca.
Claro, sei que nem sempre o tempo está ao nosso lado. Existem situações em que agir rápido é realmente necessário. Mas, mesmo nesses momentos, reserve alguns minutos para pensar com mais clareza, em vez de correr direto para a solução. Isso pode fazer toda a diferença. Então, se possível, desacelere para decidir melhor.
Num contexto onde tudo é urgente, quem aprende a esperar o tempo certo para entender o problema com profundidade se destaca e ainda tem mais chance de colher os frutos de decisões mais acertadas.
