O futuro do branding

Por Redação

06/10/2025 15h16

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Sou da premissa de que: o que é bom, a gente compartilha, né? Nesta semana recebi o relatório GAD Insights 2025, intitulado “Resgate às Origens”, que traz reflexões interessantes sobre o futuro do branding e, claro, quis dividir um resumo com você. Vamos juntos?

Estamos vivendo a chamada Era do Overbranding: um tempo de excesso de marcas que, ao tentarem se destacar, acabam se tornando parecidas demais, homogêneas, previsíveis, e por isso, irrelevantes. E qual é o caminho de volta à relevância?

Segundo o estudo, é resgatar a diferenciação genuína, aquela que nasce daquilo que a marca tem de mais verdadeiro: sua história, identidade e propósito essencial. Não se trata mais de inovar por inovar, mas de ser autêntico, de reconhecer o que é singular e intransferível em sua própria trajetória.

Nesse sentido, o relatório propõe um olhar ousado: o de voltar às raízes, não com nostalgia, mas com intenção. Marcas estão resgatando uma “nova velha identidade”, revisitando elementos visuais históricos, como logotipos e paletas de cores, para se reconectarem à memória afetiva das pessoas. Exemplos? A Pepsi e a Renault, que reinterpretaram seus logos clássicos de forma contemporânea, mantendo viva sua essência.

Outro ponto interessante é a personificação da marca. Em tempos em que o marketing de influenciadores está saturado, os CEOs estão se tornando os novos rostos das empresas. A Cimed, com João Adibe Marques, o “CEO Pop”, é um exemplo claro disso. Quando o líder se coloca à frente, ele funciona como um selo de autenticidade: dá voz, rosto e responsabilidade à marca, e isso favorece o vínculo com o público.

O estudo também observa que o employer branding tradicional está perdendo força. Hoje, não basta oferecer benefícios ou falar de cultura corporativa. As empresas precisam resgatar o sentido comunitário do trabalho, indo além do contrato formal, para gerar bem-estar, pertencimento e propósito compartilhado.

Não é à toa que começam a surgir figuras como os Diretores de Felicidade em alguns organogramas, exemplos de um novo olhar sobre o papel humano dentro das organizações. E há um ponto fundamental que o relatório traz: a confiança

Em meio à avalanche de deepfakes e desinformação, as marcas precisam reafirmar seu papel de garantidoras da autenticidade e redutoras de riscos, investindo em transparência, verificação de conteúdo e, sobretudo, em atendimento humanizado. A Adobe, por exemplo, criou selos que certificam autoria humana em suas criações, reforçando esse compromisso ético.

Em resumo: as marcas que prosperarão nos próximos anos serão aquelas que ousarem se “desbrandificar”, melhor dizendo: são aquelas que trocarão a superficialidade pela profundidade, a saturação pela autenticidade e o artificial pela humanização. Afinal, o futuro do branding não está no que é novo por si só, mas no que é verdadeiro, humano e fiel às suas origens.

Céu Studart
Consultora de Marketing e Branding e Fundadora da Desencaixa Branding
Céu Studart é proprietária da Desencaixa Brading, onde realiza consultoria estratégica para marcas de vários segmentos e treinamentos. É estrategista de branding com mais de 20 anos de experiência no mercado. Foi embaixadora do Rock in Rio Academy by HSM (2019) e mentora do Founder Institute – Nordeste Virtual (2021), uma incubadora de negócios americana, fundada em Palo Alto, Califórnia (EUA). É publicitária. Especialista em Marketing (FGV) e Mestre em Marketing (UFC). Além da Desencaixa Branding, é também docente da graduação e pós-graduação, com mais de 17 anos de experiência, em cursos de graduação e pós-graduação, já tendo capacitado mais de 6000 profissionais.