Por mais de duas décadas, o Google organizou as informações do mundo e, de certa forma, moldou o nosso jeito de pensar. Adotamos o hábito “dar um google” sempre que surge uma dúvida e nos acostumamos a percorrer uma lista de links até encontrar a resposta mais conveniente.
Com a popularização de ferramentas como ChatGPT, Gemini e Perplexity, essa lógica começou a mudar. Em vez de buscar respostas, estamos agora conversando com elas. Isso é um caminho sem volta que pode fazer o modelo de busca como conhecemos hoje parecer tão antigo quanto consultar uma enciclopédia.
E se a forma de buscar mudou, a forma de ser encontrado também está mudando. Hoje, muitas empresas se preocupam com SEO, um conjunto de técnicas para aparecer nas primeiras posições do Google e ser clicado pelos usuários. Isso continua sendo extremamente importante, mas agora uma nova frente está se abrindo: a da Otimização para Inteligência Artificial (AIO, na sigla em inglês).
Neste novo cenário, em vez de competir por cliques, as marcas competem por espaço nas respostas da IA. É o mesmo que estar no top of mind das máquinas. O importante é “ser lembrado” pela IA para fazer com que sua marca, produto ou conteúdo seja citado ou recomendado nas respostas.
Estudos recentes, como o Relatório do Varejo 2025 da Adyen, mostram que mais de 60% dos Millennials e da Gen Z já usam IA para pesquisar produtos, marcas e ideias antes de ir para o Google. Ou seja: elas estão se tornando o novo canal de descoberta.
Marcas, organizações e criadores de conteúdo precisam entrar no radar das inteligências artificiais se quiserem ser reconhecidas como uma fonte segura. Se a turma do SEO se preocupava com tráfego orgânico, palavras-chave e backlinks, agora precisa cuidar também do contexto, da credibilidade e da estrutura dos dados. Isso muda o jeito de produzir e distribuir conteúdo.
Durante décadas, buscamos aparecer no Google. Agora, precisamos aprender a aparecer na consciência das ferramentas de IA. No fim do dia, quem conseguir transformar dados em relevância continuará sendo lembrado. Não apenas por máquinas, mas, principalmente, pelas pessoas.
