11ª edição

Como mudei meu jeito de criar conteúdo na rede social

Publicado em

19/03/2024 11h15

Compartilhe
  • Whatsapp
  • Linkedin

Muito se escreve sobre social media, marketing digital, presença online e outros termos que não existiam quando comecei em propaganda. Para trazer algo novo para este espaço, eu precisaria falar de um tema que domine mais que todo mundo: eu mesmo. Calma, não se trata aqui de uma descrição narcisista, mas sim de contar um pouco da minha mudança de comportamento digital. 

Que a rede social foi criada para pessoas, e não para empresas, você provavelmente já sabia (e eu também). Que entretenimento é a melhor maneira de engajar você já sabia (e eu também). Eu vivia falando isso para os clientes. Mas sabe aquela história da casa de ferreiro, né? Eu falava, mas não punha em prática na minha própria vida. Foi aí que resolvi viver o que eu receitava. “Vamos ver se esta história de que pessoas compram de pessoas é verdade mesmo”, foi o que pensei. 

Para criar conteúdo próprio, pessoa física, pele, osso e nariz, comecei combatendo alguns inimigos da criatividade. Primeiro, joguei fora qualquer tentação de perfeccionismo. Nada de esperar a ideia perfeita, sem nenhuma falha possível. Seres humanos não são assim. Depois, lancei fora o medo do julgamento excessivo, o receio de ser rotulado por minhas ideias, de dizer algo que a audiência ache chato, sem sentido ou inútil. Deixei de me importar com haters quando percebi que os lovers também aparecem e vêm em maior número. 

Foi então que entendi que, quanto mais humana uma marca é, mais engajamento ela gera. E engajamento é o oxigênio da mídia social. Em outras palavras, parei de atuar como um operador de telemarketing, querendo vender o tempo todo. É o que sua empresa pode estar fazendo: barulho, panfletagem digital, entregando post sem graça para ninguém. 

Comecei a agir como uma pessoa real, que fala de propaganda, mas também de futebol, Nordeste, religião, família e paçoquita. Menos promoção e mais interação. Deu certo. O número de seguidores cresceu exponencialmente e o mais importante: o engajamento explodiu. A maior força que existe é a personalidade humana, dizia Goethe. 

E a venda? Paradoxalmente, passei a vender muito, mas muito mais assim, quando parei de tentar vender. Os leads vieram a partir da construção de relacionamentos mais estreitos, diretos, um a um, com pessoas que se identificam com meus valores. Mais uma vez: sem publicidade ostensiva. 

A realidade é que as pessoas pulam o post panfletário, como folheavam rapidamente o anúncio da revista ou aproveitavam o intervalo da novela para ir ao banheiro. E aqui quero parafrasear o escritor inglês Chesterton. Quando lhe perguntaram o que havia de errado com o mundo, ele respondeu brilhantemente: eu! Reescrevo: o que havia de errado com o marketing digital? Eu. 

Caminhando para o final do texto, presumo que você já tenha formado opinião sobre o conteúdo. E espero, sinceramente, que ame ou odeie o que escrevi. Fracasso seria a indiferença. Portanto, fique livre para discordar, detestar, achar tudo acima uma bobagem. Sem problema, não tenho a pretensão de conquistar 100% da audiência. Sei que, por outro lado, se gostar destas linhas, você provavelmente vai dar uma olhadinha lá em @marcelpinheiroc. E assim, mais cedo ou mais tarde, faremos negócios juntos. 

Sobre o autor:

Marcel Pinheiro é fundador da Timoneiro Marketing e diretor de marketing do Fortaleza.