Segundo a definição do dicionário Oxford conteúdo é:
substantivo masculino
1. 1. aquilo que ocupa, parcial ou totalmente, o espaço em algo.
“o c. de uma garrafa”
2. 2. FIGURADO
a capacidade de algo.
“o c. da garrafa é de três litros”
Agora vamos definir de acordo com o Oxford o que é contexto:
substantivo masculino
1. inter-relação de circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação.
“o c. histórico da Guerra de Canudos”
2. conjunto de palavras, frases, ou o texto que precede ou se segue a determinada palavra, frase ou texto, e que contribuem para o seu significado; encadeamento do discurso.
Sendo assim podemos afirmar que: O contexto refere-se ao ambiente, às circunstâncias e às informações que cercam um evento, uma situação ou uma mensagem. Ele fornece informações adicionais que nos ajudam a entender o significado de algo.
Já o conteúdo pode de ser entendido como: Aquilo que está contido ou encerrado em algum recipiente; matéria incluída no interior de um espaço; contento. Aquilo de que algo é constituído: O conteúdo orgânico de certos pigmentos. Assunto, tema ou argumento encontrado em determinado livro, documento, matéria, teor, tese.
Resumindo: conteúdo não é contexto. E para o conteúdo gerar valor, atrair pessoas e ser capaz de fazer uma marca vender mais precisa ter contexto. E contexto só se tem quando as organizações conseguem se conectar com seus consumidores os conhecendo verdadeiramente. E para os conhecer, tem que ir ouvi-los e conversar com eles. Entender o que eles precisam, como se comportam, quais são suas maiores necessidades. Caso contrário não haverá identificação.
Uma relação entre uma marca e seu consumidor não se sustenta por conteúdos produzidos, mas pelo fato deles serem verdadeiros e estarem alinhado aos valores e as crenças da organização. E mais: serem consistentes ao ponto do consumidor saber que o que está sendo comunicado, é vivido pela organização além disso é de fato importante para a sua vida.
Temos acompanhado ao longo dos anos o aumento de agências especialistas por exemplo em criação de conteúdo em diferentes formatos e para diferentes plataformas. Como somos todos digitais e ser digital é “ver e ler agora e esquecer em segundos”, muitas marcas têm se perdido neste ponto.
Possuem uma comunicação assertiva, esteticamente bem resolvida, textos bonitos, influenciadores da moda, mas no final do dia não existe de fato uma relevância entre o conteúdo produzido e o contexto comportamental da marca e nem dos consumidores. Faltam significados para que exista conexão e identificação; e é aí que toda a mágica do relacionamento acontece. Assim como já não queremos mais comprar produtos por produto, não queremos mais receber conteúdo sem significados.
Já parou para pensar quantos vídeos chegam em seus perfis de redes sociais? Quantos e-mails você recebe com “conteúdo”? Você presta atenção em todos? Você os lê? De 0 a 10 o quanto você se identifica com eles? Você responde? Ou já programou para ir diretamente para o “spam”? Você se vê nos conteúdos que recebe? Você já chegou a receber o conteúdo produzido por uma marca mais de uma vez por dia? Quantos conteúdos idênticos incluindo imagens, fonte de letra e cores similares você recebe de empresas diferentes? Mas com apelos iguais? Alguém já tentou vender curso técnico de enfermagem para você com desconto e a primeira parcela para 90 dias sendo você um profissional de marketing com doutorado? Alguma empresa já enviou para seu WhatsApp conteúdos sobre maternidade sendo você uma mulher adulta na menopausa? Já recebeu alguma vez um conteúdo engraçadinho que não tinha graça alguma? Algumas das situações já devem ter ocorrido com você. E as marcas chamam isso de conhecer o cliente?
Sim vivemos a era do conteúdo. Mas ele não pode existir sozinho. Caso contrário será apenas um assunto, um argumento, longe da realidade, da circunstância e do ambiente de quem recebe a mensagem. O que os consumidores precisam é de significados reais que os motive a querer conversar com as marcas, comprar das marcas e manter um relacionamento sério com elas.
Até breve!