Em um papo costurado com moda e empreendedorismo, Celina Hissa, CEO da Catarina Mina, trouxe uma palestra rica para os empreendedores do mundo fashion, pontuando a potência feminina e do mercado artesão, a especialista contou os principais desafios de sua trajetória e como prevê o futuro do segmento para os próximos anos. A palestra é mediada por Julião Júnior, Jornalista e apresentador do Jornal da Jangadeiro.
Hissa, inicia a palestra se apresentando e contando para o público como foi a sua trajetória até então. Designer, Mestre em comunicação social pela Universidade Federal do Ceará e Empreendedora, Celina direcionou o seu trabalho de mestrado sobre modos de produção coletiva a partir da atuação de grupos de artistas de Fortaleza, o que foi um pontapé fundamental para que desenvolvesse pessoalmente, um método de trabalho baseado nas relações justas e no comércio sustentável.
Hoje, ainda desenvolve trabalhos investigando a produção artesanal brasileira, dentre eles exposições de arte, design e outros. Um modelo de trabalho voltado para artesãs e o artesanato cearense.
“Inventar novos modelos de trabalho com mais designers, e dessa forma viabilizar e valorizar junto aos consumidores a longevidade do saber artesanal, de forma que gere renda onde não circulava”, apresenta a palestrante.
Falando sobre sua história, a designer conta como surgiu a Catarina Mina e diz como foi a evolução da marca que trabalha com comunidades de artesanato e se destaca pela visão sustentável no Mercado da Moda. A sustentabilidade sobressai o segmento ambiental e compreende o social. A fundadora ressalta a preocupação da marca com as pessoas que estão envolvidas no processo do produto.
“É importante que as pessoas entendam a história de quem fez, a história por trás do produto, por trás da marca”, afirma.
“Não é sobre o produto, é como a gente cria as histórias e as imagens, o mundo da moda é sobre isso”, complementa.
Ao longo da palestra, Celina apresenta fotos de shootings da marca e a diversidade de produtos que ela oferece como brincos, bolsas, blusas, vestidos e chinelos. Além de ter uma vasta gama de ofertas, a Catarina Mina também busca explorar os diferentes materiais como a renda de bilro.
“O artesanato hoje tem vários desafios, além de pensar o produto, tem todo um ecossistema que envolve esse processo”, afirma Celina ao pontuar os pilares metodológicos da marca.
A empresa também oferece oficinas de cunho social para estimular o mercado de rendeiras do nordeste. Os resultados do projeto ‘Olê Rendeira’ estiveram presentes em desfiles em Milão e São Paulo.
Longevidade é um ponto destacado para o comportamento da empresa dentro do mercado, Celina conta que é uma constante pesquisa sobre qual o impacto da marca para as rendeiras e para os consumidores.
Sobre as perspectivas pro futuro do crochê, Celina destaca que o engajamento da juventude apesar de não ser tão alto ainda existe, especialmente por ser um público alvo da marca.
“Quando a gente consegue fazer renda, a gente consegue engajar pessoas e esse é o desafio”, conta.
Ela narra que as oficinas da marca são momentos que conectam o time com o propósito da empresa, por se aproximar da realidades de pessoas e histórias diferentes, a falta de acesso em determinados locais é algo que desafia a equipe, mas a capacidade de unir mundos que a motiva. Fortalecer marcas locais e a moda local é a mensagem que Celina destaca ao final de sua fala.
“Ser empresário é sobre isso, ir trilhando os caminhos e encarando os desafios”, conclui
Sobre a palestrante:
Celina Hissa
Designer, Mestre em comunicação social pela Universidade Federal do Ceará e Empreendedora. Em seu trabalho de mestrado, pesquisou sobre modos de produção coletiva a partir da atuação de grupos de artistas de Fortaleza, um pontapé fundamental para que desenvolvesse pessoalmente, um método de trabalho baseado nas relações justas e no comércio sustentável. Desenvolve trabalhos investigando a produção artesanal brasileira, dentre eles exposições de arte, design e outros.
Está à frente da marca Catarina Mina desde o seu começo, depois de passar por agências de Publicidade e Propaganda trabalhando com design e ganhando prêmios de destaque Nacional.
A Catarina Mina trabalha com comunidades de artesanato e se destaca pela visão sustentável no Mercado da Moda. É primeira marca com Custos Abertos do Brasil, e tenta junto com muitas mãos estabelecer #UmaConversaSincera, projeto lançado no início de 2015 ano vendedor do prêmio ECOERA da Vogue Brasil e do Prêmio Brasil Design (2016).
Em 2013, Celina Hissa também trabalhou em colaboração com a artista Ana Maria Tavares no Projeto Natural-Natural, no qual assinam juntas 4 obras de arte expostas no Museu do Dragão do Mar (Fortaleza, 2013). O processo de criação e produção das obras aconteceu num período de 8 meses de trabalho contínuo das artesãs. O projeto movimentou mais de 20 artesãs, em várias cidades e diferentes tipologias artesanais do Ceará. As obras, após expostas em Fortaleza, também participaram de exposições no Museu da Vale (Vitória – ES); Exposição de Houston (EUA), na Sicardi Gallery : “Euryale Amazonica” (2014) ; Exposição do Museu da Vale – Vitoria – ES: “Atlântica Moderna: Purus e Negros” (2014), dentre outros.
Em 2015 também lançou junto com Lívia Salomoni o Projeto FIA {Oficina de Artesãs}, iniciando a jornada de Oficinas Catarina Mina, que atualmente também conta com o Projeto Ará em Aracati-CE e o projeto Olê Rendeiras em Trairi-CE.