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Creator Economy e a influência na criação de novas marcas

Por Luiza Sampaio

14/09/2023 11h13

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Entenda como os influenciadores agregam valor e geram lucros em suas parcerias e marcas próprias

A creator economy, ou economia do criador, tem ganhado cada vez mais atenção por parte das marcas e usuários das redes sociais. A mudança do consumo de conteúdo online, juntamente com a crescente influência dos criadores nos hábitos de compra dos usuários, evidencia a importância de compreender a fundo este mercado e se inserir de maneira assertiva nessas comunidades digitais. Boca Rosa, Lucas Neto, Viih Tube, são alguns dos nomes de grandes influenciadores que canalizam o poder de suas influências na criação de marcas próprias.

Inspirada pelo nascimento da pequena Lua, filha do casal de influenciadores Viih Tube e Eliezer, a marca BabyTube, lançada em maio para oferecer brinquedos infantis, expande sua atuação no mercado ao oferecer roupas para bebês. Batizada de Turma Tube, a linha é composta, inicialmente, por dez modelos de roupas pensadas para atender às necessidades dos primeiros meses de vida dos pequenos.

O brasileiro é heavy user no modo em que acompanha os conteúdos de criadores. Segundo pesquisa da IAB Brasil, hoje, 79% dos brasileiros consomem algum conteúdo desenvolvido por creators ou influenciadores digitais. Além disso, o documento mostra que o consumo de conteúdos de criadores já alcançou o patamar do consumo de conteúdos ‘tradicionais’, como TV e streaming.

Para falar sobre essa influência convertida em branding de uma marca própria, Lara Gomes, fundadora da Soft Branding, plataforma de marketing de influência, comenta sobre o poder do Creator Economy ao fomentar a criação de novas marcas.

“O mercado está muito voltado para esse movimento de influenciadores criando marcas usando seus rostos como persona e criação de branding, é um movimento que inevitavelmente faz com que marcas com muito mais personalidade surjam no mercado. A Nati Vozza iniciou esse movimento no início do Instagram, quando as nossas principais influências na moda eram escritoras de blog de moda”, conta.

Ao ser questionada sobre as causas que provocaram essa onda, Lara comenta que o movimento acontece pela mudança do comportamento do consumidor.

“Isso envolve muito o comportamento de consumo atual, o mercado ta muito voltado para consumir marcas onde a principal persona é aquele influencer que está passando por uma fase específica da vida e desenvolvendo um storytelling envolvente, a Viih Tube ta mostrando a rotina da maternidade de forma 100% real e sincera para o seu público, esse conteúdo por si só já prende muito a atenção do público dela, e quando ela atrela essa realidade a uma marca é uma união muito estratégica e lucrativa“, destaca

A economia de criadores continua transformando o panorama digital à medida que os criadores de conteúdo seguem conquistando, cada vez mais, números expressivos de seguidores que se identificam e depositam confiança em seus conteúdos. O estudo indica que a maior parte dos brasileiros conectados (92%) costuma aplicar frequentemente as dicas e conselhos de influenciadores – e 65% dos internautas consomem diariamente conteúdos produzidos por eles.

As collabs entre influencers e marcas que já tem força no mercado, também é algo que está movimentando o mercado, como a coleção da ‘Quem Disse Berenice?’ com o PodDelas, da Zaxy com Camilla de Lucas e a linha de eletrodomésticos portáteis para cabelos da Mondial com a Juliette.

Nesse caso, Lara ressalta que as marcas podem conseguir alavancar os seus lançamentos por meio de collabs com influenciadores, logo que eles agregam um valor diferenciado ao produto.

“Utilizando o influenciador colaborador como líder do movimento e ícone de micropoder do público alvo para o lançamento, e a partir disso, ativar influenciadores com públicos semelhantes, que já se conectam com os perfis envolvidos, para a comunicação reverberar para maior audiência”, ressalta.

Essa economia que sobrevive a base da criação de conteúdo e influência digital, vive uma trajetória de crescimento acelerado, com o aumento da audiência e dos criadores de conteúdo. Estima-se que o setor chegue a US$ 269 bilhões até 2024, de acordo com um estudo realizado pela Technavio. O sucesso dessa estratégia é tanto que os investimentos globais em marketing de influência aumentaram 21,5% em 2022, alcançando a marca de US$ 29 bilhões, de acordo com novo estudo divulgado pela empresa de pesquisas e marketing PQ Media.

A projeção é de que os investimentos em marketing de influência cresçam 17% neste ano de 2023, chegando a US$ 34 bilhões, à medida em que um número crescente de marcas investe em ações com criadores de conteúdo.

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