Por Leo Paiva, host do podcast Os Nordestinos Pelo Mundo
Produzir conteúdo para a internet nunca foi tão desafiador e ao mesmo tempo tão cheio de possibilidades. As pessoas não consomem mais informação em um único lugar, e isso muda completamente a forma como pensamos em comunicação. Hoje, uma ideia precisa nascer já com a consciência de que pode (e deve) ganhar diferentes formatos, seja em vídeo curto no TikTok, em um episódio de podcast, em um carrossel no Instagram ou até em um artigo mais aprofundado.
O segredo está na adaptação criativa. Não se trata de simplesmente replicar o mesmo conteúdo em todas as redes, mas de entender como cada plataforma conversa com seu público. O que engaja no YouTube não é o que funciona no Instagram. O que prende em um podcast pode não ter o mesmo impacto em um reels. Ser multiplataforma é pensar em linguagem, timing e estilo e, ao mesmo tempo, manter uma identidade clara, que dê ao público a sensação de que está sempre dialogando com a mesma voz.
No meu caso, esse raciocínio se conecta diretamente ao que tenho buscado desenvolver no canal do YouTube “Os Nordestinos Pelo Mundo”. O podcast foi o ponto de partida, mas os novos programas que estão chegando por lá, como o “No Cinema” e o “Na Cozinha”, vão ampliar essa experiência através de entrevistas, conteúdos de bastidores, quadros que misturam informação com entretenimento e que criam uma continuidade no relacionamento com o público.
A ideia é que quem acompanha um episódio ou uma conversa nas redes sociais tenha motivos para permanecer conectado também no canal, encontrando sempre algo novo e relevante.
Outra peça-chave nesse processo de produção de conteúdo é a criatividade aplicada ao cotidiano. Tendemos a imaginar a criatividade como um momento raro de inspiração, mas, na prática, ela nasce do hábito de observar o mundo, de experimentar formatos, de arriscar novas narrativas. Criar é um exercício constante de traduzir temas relevantes de forma acessível, envolvente e, principalmente, autêntica.
As tendências digitais reforçam ainda mais esse movimento. O público busca conexão, não apenas informação. O crescimento de comunidades, o fortalecimento de newsletters autorais e o boom de podcasts independentes mostram que estamos vivendo uma era em que a voz individual e a proximidade com o público são tão valiosas quanto as grandes produções.
E não dá para ignorar o papel da experimentação. Muitas vezes, a ideia que parecia pequena é a que encontra o maior alcance, porque o algoritmo recompensa autenticidade e constância. Estar disposto a testar novos formatos, analisar métricas e ouvir feedbacks é o que permite que um criador se mantenha relevante.
No fim das contas, produzir conteúdo hoje é equilibrar estratégia, criatividade e consistência. É estar presente em múltiplos canais, mas com uma narrativa que una todos eles. É entender que cada post, episódio ou vídeo é uma oportunidade de construir não só audiência, mas também comunidade.
E é exatamente esse o propósito do trabalho que sigo ampliando com o Os Nordestinos Pelo Mundo; transformar cada conteúdo em uma ponte, conectando pessoas, histórias e ideias, sempre de forma criativa e verdadeira.
