Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, a habilidade de comunicar-se eficazmente e transmitir conteúdo relevante torna-se crucial para os candidatos que buscam se destacar nos processos de seleção e recrutamento. Anderson Bars, sócio e CEO da Escola do Caos (startup do setor de Educação Corporativa); e Adriana Câmara, coordenadora de Gestão de Pessoas da Cimento Apodi, compartilham insights valiosos sobre essa temática, destacando estratégias para os candidatos impressionarem os recrutadores desde a primeira entrevista até as etapas finais do processo.
Para Bars, a capacidade de comunicação é fundamental em todos os níveis profissionais, especialmente em cargos de liderança e gestão. Em uma pesquisa realizada pela Escola do Caos, que mapeou e cruzou o que os principais órgãos e empresas do mundo estabelecem sobre quais são as habilidades fundamentais para qualquer profissional, a comunicação emergiu como uma habilidade fundamental em quase todos os rankings. “Em um processo seletivo, o objetivo fundamental é fazer com que o recrutador possa nos conhecer, entender os nossos feitos, realizações, erros e aprendizados, para isso precisamos saber nos comunicar com técnica, articulando bem o raciocínio, contando histórias com começo, meio e fim e, fundamentalmente, com o português correto”, enumera.
Para tranquilizar os candidatos, Bars acrescenta que não se espera que estes sejam “palestrantes” ou grandes oradores em um processo seletivo, mas é fundamental saber colocar adequadamente na conversa o impacto gerado para as empresas pelas quais eles passaram.
Se a posição pleiteada é de líder, é importante que o candidato seja capaz de mencionar o seu desenvolvimento como tal, evidenciando, ou seja, trazendo fatos, dados e exemplos de decisões e ações suas com o time que tenham gerado ganhos para as organizações nas quais atuou.
“Por isso, o segredo é se preparar adequadamente. Antes de uma entrevista, busque colocar no papel tudo aquilo que você obrigatoriamente precisa contar. Daí, o momento em que estiver cara a cara com o recrutador, fale tudo de forma concisa e objetiva, com muito cuidado, para que não tenha uma comunicação prolixa”, recomenda.
Já para Adriana Câmara, a habilidade de transmitir conteúdo relevante durante uma entrevista influencia diretamente na percepção dos recrutadores sobre a adequação do candidato à cultura organizacional e aos requisitos do cargo. “Quanto mais preparada estiver o candidato para expor suas competências para a pessoa recrutadora, maiores serão suas chances de sucesso no processo seletivo. Este preparo perpassa pelo autoconhecimento e percepção de quais são suas fortalezas, bem como pelo entendimento de como estas fortalezas se refletiram soft e hard skills que suportaram os resultados ao longo de sua carreira, até então”, destaca.
Somando-se a isso, Câmara acrescenta a importância de o candidato conhecer a empresa contratante e os desafios do cargo, o que permite que o candidato exponha com clareza como performa as competências relevantes para a posição pleiteada.
No que diz respeito aos desafios enfrentados pelo time de recrutamento, Câmara enumera diversas técnicas que podem ser utilizadas, considerando, além dos inputs das etapas de entrevista, a aplicação de ferramentas como assessments, testes psicológicos, cases e dinâmicas, dentre outras, que podem oferecer insumos para respaldar o discurso das pessoas entrevistadas. “Cabe ressaltar que o processo de Atração e Seleção é, em última instância, uma avaliação para o estabelecimento de uma relação de trabalho, que para fazer sentido para ambas as partes, demanda que empresa contratante e pessoas candidatas permitam-se se conhecerem, alinhando necessidades e expectativas”, aconselha.