No 15º aniversário do Instagram, o Nosso Meio te convida a acompanhar as transformações e inovações que levaram a plataforma a se tornar o fenômeno digital de uma geração
Criado e lançado por Kevin Stromay em outubro de 2010, o Instagram é um dos fenômenos digitais contemporâneos mais significativas da última década. Atualmente, a rede social alcançou mais de 3 bilhões de usuários ativos, sendo 146,1 milhões no Brasil, segundo dados da empresa de software NapoleonCat, o que representa 68,5% da população total do país.
“O Instagram ultrapassou definitivamente o alcance das novelas principais da TV Globo no Brasil, historicamente o principal meio de comunicação de massa do país, sendo justamente as teledramaturgias “das 20h” o grande referencial de audiência”, afirma Lilian Carvalho, doutora em Marketing e coordenadora do Centro de Estudos em Marketing Digital da FGV/EAESP. “Hoje, passados 15 anos, é possível dizer que o Instagram se estabeleceu como o principal espelho das transformações sociais, culturais e políticas do século XXI, cujos impactos continuarão reverberando por décadas. Vai além da história de uma empresa bem-sucedida, e compreender essa trajetória é essencial para navegar criticamente no presente e antever os desafios e oportunidades do futuro digital que nos aguarda”.
Confira baixo as principais inovações e transformações que o Instagram passou, partindo de um simples aplicativo de fotos para uma força que moldou os padrões culturais, políticos e comportamentais de uma geração:
Vídeos curtos e Instagram Ads

Em junho de 2013, o Instagram lançou oficialmente o suporte para vídeos curtos, com até 15 segundos de duração e 13 opções de filtros desenvolvidos para a nova função. Dois anos depois, a rede social, já sob o domínio de Mark Zuckerberg, lançou a ferramenta Instagram Ads, que permitia aos usuários a criação de anúncios publicitários dentro da interface do Facebook.
Instagram Stories e Feed Algoritmizado

Em 2016, o Instagram passou pela sua transformação mais significativa. Com o intuito de competir com o Snapchat, a rede social lançou a ferramenta Instagram Stories, onde poderiam enviar fotos e vídeos de até 10 segundos, que permaneciam no ar durante 24 horas. Ao longo dos anos, a função passou por transformações, permitindo que os usuários criassem trends e incluíssem legendas, hashtags, menções, fotos sobrepostas, enquetes, links, contagens regressivas e gifs.
No mesmo ano, o Instagram também mudou seu feed, baseando a ordem das fotos e dos vídeos por meio de um algoritmo. O conteúdo disponibilizado deixou de ser cronológico, como era nos primórdios da rede social, e passou a ser direcionado de acordo com os gostos e preferências do usuários, a partir de uma leitura das interações da rede.
“Funcionalidades como os ‘stories’ permitiram que usuários e marcas construíssem relacionamentos mais íntimos e autênticos com suas audiências através de uma comunicação mais espontânea e menos curada. Já a introdução de algoritmos de recomendação, em 2017, representou outro marco fundamental. Embora tenha potencializado o engajamento e a personalização de conteúdo, também contribuiu para a formação de bolhas comportamentais e culturais, fenômeno que se tornaria central nos debates sobre polarização social e política das décadas seguintes”, afirma Lilian Carvalho.
Carrosséis

Em 2017, o Instagram lançou a capacidade de editar e compartilhar até 10 fotos ou vídeos como uma única postagem em carrossel que os amigos podem percorrer deslizando para o lado. Atualmente, a ferramenta também permite a inclusão de vídeos e é utilizada por criadores de conteúdo para trazer posts informativos ou publicitários.
IGTV e Instagram Reels

Para competir com o YouTube, o Instagram lançou, em junho de 2018, o aplicativo IGTV. A plataforma permitia aos usuários enviar vídeos de até uma hora de duração, uma atualização em relação ao limite anterior de um minuto. Posteriormente, em 2022, a Meta anunciou o encerramento do IGTV para focar no Instagram Reels.
Assim como o TikTok, a ferramenta Instagram Reels permite que os usuários gravem vídeos curtos com música, bem como quaisquer filtros e efeitos. Os vídeos podem ser compartilhados com amigos e seguidores e descobertos durante a navegação no aplicativo.
Economia de criadores

Segundo Lilian Carvalho, o Instagram promoveu uma revolução econômica através da criação de um ecossistema completamente novo: a economia de criadores. E essa transformação não se limitou às grandes corporações: em 2018, observou-se um crescimento significativo de negócios criados e divulgados exclusivamente através do Instagram, principalmente por mulheres e jovens das periferias.
A pandemia de 2020 acelerou ainda mais essa tendência, evidenciando o Instagram como ferramenta de resistência econômica, enquanto o ano de 2023 marcou a consolidação desse processo com a monetização aberta para creators e o crescimento exponencial de negócios desenvolvidos via Instagram, estabelecendo definitivamente a plataforma como um dos principais motores da economia digital contemporânea.

Nesse contexto, o Instagram anunciou nesta segunda-feira (6), o lançamento de um novo prêmio, o Rings Awards, que dará a 25 criadores um anel de ouro literal e um distintivo correspondente em seus perfis. Os vencedores serão escolhidos por um painel que inclui o chefe do Instagram, Adam Mosseri; o cineasta Spike Lee; o designer Marc Jacobs; e o YouTuber Marques Brownlee.
