Por Mayara Santiago, Head de Startups do NINNA Hub
Quando o assunto é inovação, as startups são as protagonistas mais lembradas em diversos setores. No entanto, muitas ainda enfrentam barreiras significativas para escalar seus negócios. De acordo com o Mapeamento do Ecossistema Brasileiro de Startups 2024, realizado pela Abstartups em parceria com a Deloitte, 65,1% das startups brasileiras nunca receberam aportes. Além disso, preocupa o número de encerramentos de startups registrados no ano de 2024: foram 966 startups que deixaram de operar, contra 769 em 2023, segundo a plataforma de gestão de patrimônio Carta. Esse dado evidencia que 2025 será um ano desafiador, marcado por um mercado ainda mais veloz e dinâmico, que traz altas expectativas tanto para investidores quanto para líderes de startups.
O cenário econômico global, marcado por altas taxas de juros e incertezas inflacionárias, combinado aos valuations inflados e à alta liquidez observada em 2020 e 2021, aumenta a pressão sobre as startups, especialmente aquelas em estágios iniciais que frequentemente dependem de capital de terceiros para escapar do temido “vale da morte”. Nesse contexto, uma gestão financeira eficiente e a busca por fontes alternativas de financiamento tornam-se fatores importantes para garantir a sobrevivência e a competitividade.
Entre as alternativas estão os programas de apoio à inovação promovidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O Governo Federal oferece iniciativas como o Programa Startup Brasil e a Finep Startup, que disponibilizam subvenções econômicas e financiamentos reembolsáveis com condições atrativas. Além disso, editais estaduais e municipais, promovidos por fundações de apoio à pesquisa e secretarias de desenvolvimento econômico, também são opções interessantes. Esses recursos podem funcionar como apoio estratégico para startups enfrentarem períodos críticos, mas devem ser encarados como um suporte temporário até que as empresas se firmem no mercado. Afinal, o que realmente mantém a engrenagem girando é a capacidade de atrair e reter clientes, garantindo um fluxo sustentável de receita.
A aceleração da transformação digital também impõe novos desafios. A crescente demanda por soluções avançadas de cibersegurança exige que startups invistam ainda mais em estratégias robustas para proteger consumidores em um mundo cada vez mais conectado. O posicionamento como empresas comprometidas com a segurança digital não só fortalece a longevidade das operações, como também aumenta sua competitividade.
Em termos de tendências tecnológicas, as startups precisam estar atentas às previsões para 2025, sem abrir mão da originalidade em suas ofertas. Segundo a Gartner, a Inteligência Artificial (IA) continuará como uma força propulsora no desenvolvimento de soluções. As startups devem se preparar para atender às demandas criadas por sistemas autônomos, plataformas de governança e outras aplicações baseadas em IA. Além disso, é essencial investir em soluções que combatam a desinformação, protejam a reputação das marcas e explorem tecnologias emergentes, como computação espacial e criptografia pós-quântica.
Assim, superar os desafios do mercado exige soluções que garantam a manutenção e o crescimento das startups, mesmo em tempos adversos. Recursos financeiros estratégicos, como subvenções governamentais, programas de incentivo à inovação e parcerias com hubs especializados, podem fazer a diferença na jornada empreendedora.