Nesta quinta-feira, 19, é comemorado o Dia Global do Empreendedorismo Feminino. A data, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, celebra a mulher empreendedora e o seu impacto na economia. Em um ano como 2020, em que a crise afetou particularmente seus negócios, as empreendedoras precisam mais do que nunca serem celebradas.
Uma Pesquisa feita pela Rede Mulher Empreendedora (RME) aponta que devido ao isolamento social, as mulheres receberam uma carga de trabalho extra. Dentro de casa, muitas precisaram equilibrar a educação dos filhos, a alimentação da família, a limpeza doméstica e o seu próprio trabalho remunerado ou negócio.
Ainda assim, as empreendedoras inovaram mais que seus pares. Segundo o Sebrae, 71% das mulheres usam redes sociais, aplicativos e a internet para vender seus produtos e serviços. Em contrapartida, só 63% dos homens usam essas ferramentas. “Empreendedoras são criativas, inovadoras e não têm medo das crises”, diz Ana Fontes, presidente da RME.
Para falar sobre essa temática, o Nosso Meio convidou a empresária e comunicadora, Márcia Travessoni, para uma entrevista exclusiva sobre o Dia do Empreendedorismo Feminino. “Nós mulheres quando empreendemos somos muito corajosas. Então uma mulher quando empreende significa que ela tem coragem, ela arrisca, é determinada e tem que ser assim, se aquele teu negócio hoje não deu certo, parte para outro! A gente é assim porque isso está na nossa natureza, a gente desempenha vários papéis, a gente é multi, isso está na nossa essência”, compartilha.
Os desafios e dificuldades
Segundo Márcia Travessoni, as dificuldades encontradas pela mulher que empreende são vistas diariamente, sejam externas ou internas “o mais importante é não desistir, é ser persistente. Se você acredita, se você tem um propósito naquilo que você faz, naquilo que você quer realizar, então não desista, vai em frente porque as dificuldades vão estar sempre no dia a dia da gente”.
“Muitas vezes são dificuldades para nos desafiar ou para a gente superar e ter atenção sempre em não se acomodar, não achar que aquilo que você tem hoje é para sempre. Porque a vida não é assim, tudo muda, se transforma, então a gente tem que estar sempre olhando e trazendo o novo”, comenta.
“A minha vontade de empreender e de colocar novos projetos no mercado, ou seja, em um negócio que eu esteja atuando é isso, sempre oferecer um diferencial, algo a mais porque tudo tem seu tempo tudo tem sua vida útil e com negócio e também é assim, a gente ter um radar o tempo todo ligado”, finaliza a empresária.
Decisão de empreender
“Minha carreira tem 25 anos, eu estou no mercado há 25 anos e iniciei na comunicação. A minha formação é administração de empresas, então eu sempre tive essa vontade de empreender, colocar negócios, de realizar sonhos. Eu sou uma pessoa muito inquieta, não consigo está conformada com algo durante muito tempo, sempre estou pensando em algo novo, eu gosto disso, de desafios, de inovar, de fazer a diferença”, conta Márcia.
“Eu comecei com agência de propaganda há 25 anos, comecei com meu marido, a especialidade dele e formação é em produção de televisão e a minha é em gestão e administração de empresas e fui buscar a especialização principalmente em marketing, propaganda, em tudo. Eu sempre tive vontade, sempre tive uma paixão grande por moda e sempre tive vontade de ter um programa de moda, então foi assim que começou realmente a surgir outros caminhos que não fosse só na comunicação e na publicidade”, acrescenta.
Mulher e o Empreendedorismo
“Eu nunca fiquei ligada muito nisso de ter medo no mundo dos negócios por ser mulher porque eu sempre fui muito determinada naquilo que eu pensei ou sonhei realizar. Muitas vezes chegavam para mim ‘Ah não, isso é muito grande, como você vai fazer isso?’, por exemplo, o Max Moda que é um evento que eu faço há 13 anos. Os últimos que foram feitos no Teatro RioMar com capacidade para 700 pessoas e eu já comecei com 450 pessoas com sala lotada que é um evento de palestras. Então falei que iria sim fazer, ir atrás de palestrantes, realizar o evento, pensando que vai dar certo, que iria vender ingressos, então todo uma operação que envolve em torno de 30 pessoas para realizar o Max Moda e a gente trabalha o ano inteiro planejando, organizando, para sair algo bem feito e ter uma entrega bem feita”, explica a comunicadora.
“Tudo que está no meu controle exatamente, eu não tenho essa de ‘porque eu sou mulher’ ou ‘porque atrapalha ou ajuda’ que eu estou na frente, é algo meu, mas às vezes quando acontece, o que eu sinto muitas vezes, que quando a mulher chega no topo que ela está, tem competência, ela desenvolve bem, tem um poder muito além, às vezes eu vejo sim que incomoda os homens, isso existe, mas a gente tem que realmente enfrentar, saber se posicionar principalmente. É assim que a gente vai abrindo espaços, ganhando espaços e se cercando de um time bom, um time de mulheres também, principalmente sempre com esse olhar que eu acho que a gente ajuda e tem essa sororidade de estar junto, mas é isso que inspira outras mulheres e dá exemplo, acho que isso é muito bom”, finaliza.