Com uma carreira marcada pela dedicação, integridade e paixão pela verdade, Alan Neto foi uma figura revolucionária para o mercado jornalístico, deixando um legado que continuará a inspirar gerações de novos jornalistas. Sua história é inspiradora não apenas pelo seu sucesso profissional, mas também pela sua perseverança e paixão pelo jornalismo.
Nascido no Ceará, Alan Neto desde jovem demonstrou interesse pelo mundo do esporte e pela comunicação. Começou como repórter amador aos 15 anos de idade, fazendo cobertura de basquete, futebol de salão e voleibol na Rádio Iracema. Foi lá que, através de seu primo, o radialista Armando Vasconcelos, conheceu o também radialista Aécio de Borba, que o designou para compor o departamento de Futebol. Posteriormente, foi contratado pelo jornal Diário do Nordeste, a convite do empresário Edson Queiroz. Integrou também o Grupo de Comunicação O Povo, onde analisava diariamente as movimentações, contratações e partidas dos clubes cearenses, principalmente, opinando sobre Ceará e Fortaleza. Foi o comandante-mor do Trem Bala, e aos domingos, sua coluna trazia os bastidores da política e variedades.
O jornalismo esportivo sempre foi sua verdadeira paixão, e Alan Neto dedicou-se intensamente a esse campo. Sua habilidade em analisar partidas, comentar sobre jogadores e equipes, e sua capacidade de se comunicar com o público logo chamaram a atenção de emissoras de televisão.
Ao longo de décadas, Alan Neto desafiou convenções, quebrou barreiras e elevou o padrão de excelência no jornalismo. Sua busca incansável pela verdade e sua coragem em enfrentar os desafios fizeram dele uma voz respeitada e admirada em nossa comunidade.
Em sua despedida ao amigo e colega de trabalho, Wilton Bezerra afirmou que Alan “comandou, com brilho, programas de rádio e TV. Os seus bordões se tornaram famosos além fronteiras. Encerrada a sua passagem cósmica pela terra, Alan leva uma grande parte da história do futebol cearense e da sua invicta crônica esportiva. Deixou um grande legado para que o trem do bom jornalismo não pare nunca”
Já Ton Barros, outro cronista cearense, comentou que “o nosso relacionamento profissional foi marcado por recíproca admiração e profundo respeito. O Alan tinha por mim um carinho muito especial. Ele era chamado de “Príncipe”. E assim, não raro, eu o tratava.”
Independente de você gostar ou não do estilo, é inegável o quanto ele transformou a maneira de fazer jornalismo por aqui. Irreverente, cáustico e polêmico, transformava seus programas em uma verdadeira pândega. Criou personagens, roteiros e, acima de tudo, moldou jornalistas.
Em quase 60 anos de carreira, o jornalista viveu o auge da trajetória como repórter no encontro com Pelé, em 1970, antes da Copa do Mundo do México, no interior do Savanah Hotel, no Centro de Fortaleza.
O resultado foi o furo mundial que sacudiu o futebol. Pelé revelou a Alan que a Copa do México seria a despedida do jogador da seleção brasileira. E ainda prometeu — e viria a cumprir — que encerraria a passagem pela Canarinho com o Tri.
Em 2020, Alan Neto deu detalhes sobre a relação com Pelé e como conseguiu a informação, em entrevista para o especial publicado pelo O POVO sobre os 80 anos do Rei do Futebol.
“Eu estava começando no jornal. O Seu Costa (José Raimundo Costa, então editor do O POVO), meu pai no jornalismo, me disse: ‘Eu tenho um desafio pra ti. O Pelé está vindo aí. Eu quero uma matéria exclusiva. Dou primeira página’. Eu estava começando!”, contou Alan, em narrativa de espanto com a lembrança do pedido do chefe.
A entrevista ganhou a primeira página prometida por Seu Costa. As declarações de Pelé repercutiram no mundo inteiro. “Saiu em todo canto. Foi uma declaração bombástica. Foi a primeira vez que minha foto saiu no jornal, na primeira página. Pra mim foi a glória. Foi o maior feito da minha carreira.”
Foi na televisão cearense que Alan Neto realmente se destacou. Com seu carisma, conhecimento e paixão pelo esporte, ele conquistou uma legião de fãs e se tornou uma figura querida e respeitada no meio esportivo local. Seus comentários bem fundamentados e sua abordagem franca e objetiva o tornaram uma referência no jornalismo esportivo da região.
Ao longo de sua carreira, Alan Neto enfrentou desafios e obstáculos, como todo profissional. No entanto, sua determinação e dedicação o ajudaram a superá-los e a alcançar o sucesso que desfruta hoje. Alan fez um jornalismo provocador, com senso crítico, que bota o dedo na ferida e não abaixa a cabeça. Que vai pra rua e não espera a informação cair no colo.
A história de Alan Neto é inspiradora porque mostra como é possível transformar uma paixão em uma carreira bem-sucedida, através de trabalho árduo, dedicação e comprometimento. Sua trajetória demonstra que, com persistência e paixão pelo que se faz, é possível alcançar grandes realizações no jornalismo esportivo e deixar um legado positivo na comunidade em que se vive.
Embora Alan Neto tenha nos deixado, seu legado viverá para sempre através das histórias que ele contou e do impacto duradouro que ele teve em nosso meio. Que sua memória continue a ser uma fonte de inspiração e orientação para todos os jornalistas que tiveram o privilégio de conhecê-lo e trabalhar ao seu lado.
Feliz 7 de Abril. Feliz dia do Jornalista.