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Artigo de Opinião: Qual é o papel do conselho administrativo do futuro nas estratégias das empresas?, por Marina Borges (Mid Falconi)

Por Redação

02/06/2022 11h30

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Entenda como ocorre a atuação dos conselhos e quais são as principais tendências para os próximos anos

O ambiente corporativo no Brasil vem se beneficiando continuamente da implementação de melhores práticas de governança. Aos acionistas cabe a responsabilidade de definir as estratégias do negócio, enquanto os executivos são responsáveis por executar a mesma, desdobrando a estratégia em objetivos da organização.

Em meio a essa relação, ambos podem cooperar para se atingir os objetivos institucionais, sendo auxiliados, principalmente, por um conselho administrativo. O conselho é responsável por pautar as ações da empresa por princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.

Qual a importância dos conselhos administrativos para as médias empresas?

Apesar de nem todas as empresas serem obrigadas a constituir conselhos administrativos, é importante salientar que essa estrutura tem muito a acrescentar a gestão da organização.

O conselho administrativo pode contar com a colaboração de diversos profissionais referência em seus segmentos de atuação, além de exercer um papel orientador frente às ações realizadas pela empresa.

No caso das organizações de médio porte, por exemplo, o conselho pode servir para agregar conhecimento a condução do negócio. E para isso a composição do conselho precisa ser diversa, trazendo perspectivas diferentes que adicionem nas principais decisões tomadas na empresa.

Quais as diferenças entre conselho e diretoria?

Para esclarecer este ponto, devemos chamar a atenção para os principais aspectos relacionados a atuação do conselho, que dizem respeito a definição de investimentos, elaboração do planejamento estratégico, atuação consultiva em questões relevantes, entre outros pontos de interesse, como a definição da governança.

Por parte de uma diretoria, cabe a execução das estratégias de negócio em todas as suas interfaces. É sua função elaborar e implementar a operação dos diversos setores, como financeiro, logístico, vendas, comunicação, etc. Estamos falando, portanto, da gestão de fato da empresa.

Qual é o papel do conselho de administração do futuro?

Os conselhos administrativos do futuro, tal qual aqueles do presente, não podem perder de vista a qualidade do corpo de conselheiros. Os profissionais selecionados para compor essa estrutura devem ser escolhidos por sua capacidade de agregar conhecimento e novas visões às decisões da empresa.

Nesse sentido, também não podemos nos esquecer da diversidade enquanto pilar na formação dos conselhos do futuro. Esse que já é um tema amplamente discutido atualmente, tende a se aprofundar ao longo dos próximos anos.

É preciso que a organização, em toda a sua estrutura, tenha a diversidade como algo intrínseco a sua cultura. O “diverso” precisa ser acolhido, passando a ser uma marca do capital humano da empresa. Somente assim a tão almejada diversidade se tornará algo sustentável, e não mais fabricado.

Outro ponto relevante em relação aos conselhos do futuro passa pelo fato de que novas gerações desejam trabalhar em negócios humanizados, com valores e propósitos que vão além de métricas e resultados financeiros. O conselho precisa direcionar seus esforços à construção de um ecossistema que valorize as potencialidades individuais, pense em questões ambientais, e olhe para o todo. E por isso ter integrantes que representam esta geração nos conselhos será cada vez mais importante.

Ao mesmo tempo, as estratégias corporativas devem ser também pautadas em exploração de novos modelos de negócio, utilização de tecnologia de ponta, sem esquecer das mudanças culturais e comportamentais necessárias a inovação.

Quais as tendências para o conselho de administração do futuro?

Transformação digital e uso adequado de novas tecnologias

 

A transformação digital é um processo em curso e já bastante discutido no mundo corporativo. No entanto, é incontornável pensar essa questão sob uma perspectiva de longo prazo, sobretudo visando um ganho de produtividade a partir da utilização de novas tecnologias.

Nesse sentido, é válido criar rotinas para captar, testar e explorar novas tecnologias, a fim de gerar a oportunidade de conhecer e aplicar soluções até então fora do domínio da companhia.

 

Planejamento estratégico e alocação de capital

É parte integrante do trabalho dos conselhos de administração auxiliar a gestão nas definições que envolvem o planejamento estratégico. Na condução desse trabalho, é preciso pensar como nunca no mercado e no comportamento dos consumidores.

Para obter sucesso nesse trabalho, alguns questionamentos podem servir de norte para os conselheiros. Quais são as necessidades dos clientes? As estratégias da empresa estão definidas de forma a atender estas necessidades? Quanto de investimento é necessário até que as ações implementadas gerem o retorno esperado? O que é preciso fazer para melhorar as experiências dos clientes e, com isso, garantir as entregas corretas por parte da companhia?

 

Gente com um olhar certo sobre diversidade e inclusão

Qualquer negócio, mesmo com toda inovação, tem seu sucesso pautado nas pessoas. E por isso é importante manter o time feliz, acompanhar as necessidades (que mudam ao longo do tempo) é primordial para manter um time de alta performance embarcado nos sonhos da empresa. O estabelecimento de uma estratégia de crescimento do negócio visando uma mudança cultural e transformacional profunda na qual a diversidade seja parte integrante, não só de colaboradores ocupantes da base da hierarquia, mas também nos altos cargos executivos e do conselho.

 

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Marina Borges é diretora-geral da Mid Falconi e Sócia da Falconi. Atua desde 2007 na consultoria, passou por diversos setores da economia em instituições privadas e tem ampla experiência internacional, já atuou em projetos nos EUA, China e vários países da Europa, tendo atuado fora 7 dos 15 anos que atua na Falconi.

Conselheira independente de médias empresas, Marina é formada em Administração com ênfase em Finanças pelo IBMEC Business School, mestra em Economia Empresarial na Pontifica Universidade Católica. Também participou de programas de Educação Executiva na London Business School.