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Coluna Radar: A Inovação está no G do ESG, por Céu Studart e Thiago Baldu

Por Redação

02/06/2022 08h30

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Na sigla ESG, a Governança é a responsável por uma cultura inovadora que seja verdadeira e sustentável.

Quase todo empresário que cita a frase: “a cultura come a estratégia no café da manhã”, volta para sua sala, abre o computador e só o que faz é focar em estratégia, estratégia, estratégia… deixando de lado a cultura.

Irônico né?

Sabemos que trabalhar a cultura é mais desafiador. Existe uma resistência natural a esse assunto, até porque é mais fácil colocar uma estratégia no papel, que repensar a cultura de seu negócio, quando esta não é propícia à inovação.

Estratégias são mais tangíveis. A cultura é mais intangível.

Estratégias tem curto e médio prazo. Cultura é uma jornada de longo prazo.

É aqui que está G do ESG.

A Governança é aquilo que orienta a gestão através de diretrizes e princípios, guiando os processos e oferecendo estruturas para o negócio. Ou seja, é o conjunto de processos, costumes e políticas que regulam a maneira como uma empresa é administrada.

Pra deixar mais claro ainda: a Governança dita a cultura do negócio.

Um modelo de governança burocrático demais, gera uma empresa que não consegue ter flexibilidade para inovar.

Um modelo de governança que não oferece segurança psicológica para errar, gera uma empresa em que todos tem medo de testar coisas novas, por que tem medo de errar.

Um modelo de governança que não investe em novas ideias, nem incentiva iniciativas criativas, gera uma empresa que fica sempre parada no tempo.

Inovação não é um evento, é uma jornada.

Não deve ser um acontecimento único, mas uma competência de todo o negócio.

E o que faz as coisas acontecerem no negócio como um todo?

Exato! A Governança.

E aqui a gente pode voltar à história do gestor que entende na teoria que “a cultura come a estratégia no café da manhã”, mas não entende na prática que essa frase deveria impulsionar a um insight único:

A estratégia precisa trabalhar a cultura.

Sem trabalhar um modelo de governança que seja aberto à inovação, toda boa estratégia será corroída pela cultura. Não terá um terreno fértil para acontecer. Daí, a inovação não acontece e os motivos são bem mais profundos do que se imagina, pois a cultura trava o processo de inovação.

E haja evento inspirador com toda equipe. Haja reuniões e e-mails e cobranças. Mas isso não vai resolver. Você deve ter em mente eventos inspiradores que a empresa já realizou. Os colaboradores ficam empolgados e cheios de vontade de fazer acontecer. Mas quando chegam no dia a dia, em suas rotinas, o espaço para a inovação acontecer não existe. A empolgação se perde em meio às demandas existentes em uma cultura corporativa que não favorece o novo, o testar novas possibilidades, o fazer diferente. 

Sem uma cultura inovadora, a energia para fazer acontecer é enorme e tudo voltará a ser como era antes. O mesmo marasmo de sempre, as mesmas soluções de sempre, até as mudanças do mercado engolirem a organização.

Mas não se a governança corporativa reorganizar os seus princípios em favor da inovação. O que é chamada de governança da inovação. É ela que irá alocar as responsabilidades e os recursos para fazer acontecer a inovação e mais: ela irá envolver a alta liderança e promover uma filosofia empresarial para fazer com que a inovação encontre um terreno fértil para acontecer. Ou seja: uma cultura organizacional propícia à inovação. Eis porque o G do ESG é o que torna a inovação uma prática na organização. Pense nisso!

 

 

* Radar é uma coluna quinzenal do portal Nosso Meio, assinada por Céu Studart e Thiago Baldu, sócios da DSCX Inova. Às segundas-feiras, os consultores pensam o futuro dos negócios pelo viés da inovação, tendências de mercado, novas formas de gestão, liderança, tecnologias e metodologias práticas de inovação. Acompanhe aqui.