Com 20 anos à frente da Aaron Rótulos & Etiquetas, primeira empresa de flexografia modular do Norte e Nordeste, Luciano Bezerra inaugurou o segmento de embalagens na indústria gráfica regional, tornando-se um dos maiores nomes do mercado. Com trajetória profissional marcada por um instinto empreendedor aguçado, o executivo detalha o plano estratégico para acompanhar o ritmo de inovação do setor.
NM: Conte um pouco da sua trajetória profissional. Qual foi a virada de chave para empreender?
Luciano Bezerra: Comecei minha vida profissional aos 16 anos, trabalhando como estagiário da empresa do meu pai, uma tradicional rede de lojas de sapatos com unidades em Fortaleza e Recife. Logo passei a ser auxiliar de gerente de uma das lojas. Fiquei na empresa por 17 anos, quando saí para uma nova experiência no setor público. Com o meu espírito empreendedor pulsante, não consegui seguir por muito tempo. A partir daí, o primeiro contato com o empreendedorismo foi a criação de uma empresa de confecção de camisas masculinas.
Posteriormente, cursando Administração, fui convidado para ajudar um empresário da indústria gráfica na organização do seu negócio. Como sou muito curioso, andava muito pelo setor produtivo da gráfica, na busca de conhecimento. Assim foi meu primeiro contato com o papel e tintas. Esse trabalho durou pouco mais de 6 meses, mas foram suficientes para que eu tivesse uma visão geral do setor e me apaixonasse.
Em 2002, fui convidado por um empresário para ser sócio-administrador da Aaron Rótulos e Etiquetas, uma indústria gráfica especializada em rótulos e etiquetas adesivas. No começo era tudo muito novo para mim, mas mergulhei no projeto e logo passei a dominar o processo de impressão. Após 16 anos, conclui o projeto de aquisição da empresa. Em 2018, passei a atuar como CEO e hoje divido a sociedade e o comando da empresa com meu filho, Luciano Aragão Bezerra.
NM: Já são 22 anos de trajetória da Aaron Rótulos & Etiquetas no mercado. Em que contexto você percebeu a lacuna na produção de rótulos na região e decidiu investir no setor?
Luciano Bezerra: A Aaron já existia oficialmente no papel, mas foi com a chegada da minha gestão que ativamos o funcionamento da empresa em todo seu potencial. Na época, já éramos a primeira indústria de flexografia do Norte e Nordeste a ter tecnologia de impressão em máquinas modulares de oito cores. Nos especializamos na produção de rótulos e etiquetas autoadesivas em grandes e médias tiragens. Hoje somos referência no mercado e é uma sensação extraordinariamente positiva, pois estamos quebrando um grande paradigma no segmento gráfico regional.
Até então, o mercado era carente de oferta de rótulos com qualidade de impressão, agilidade na entrega e, principalmente, compromisso em nutrir um bom relacionamento com o cliente. Antes, os players locais dependiam quase exclusivamente de gráficas do Sudeste. Então passamos a nos posicionar para atender a uma demanda reprimida, com o intuito de contribuir com o produto final de cada cliente, gerando maior valor às marcas e fortalecer nossa região. Tudo isso passou também pela automação de processos. Assim, a qualidade do nosso serviço tornou-se o diferencial e por si só justifica o sucesso do negócio.
NM: Qual sua análise sobre a modernização da indústria gráfica ao longo desse período? Perfil do cliente, tecnologias incorporadas, expansão de portfólio de produtos e serviços etc.
Luciano Bezerra: Quando iniciamos na Aaron, a tecnologia gráfica para o segmento flexográfico na região Nordeste era predominantemente de impressão em máquinas de tambor central. Já nos diferenciamos da concorrência porque implantamos uma nova tecnologia, com impressoras modulares. Na época, já enxergávamos o potencial do nosso mercado, por isso investimos em um portfólio mais amplo para entregar produtos com qualidade de impressão, com diversos tipos de materiais e acabamentos, fugindo da impressão tradicional com a cromia de quatro cores. Já tínhamos a opção de rótulos com até oito cores, impressão no verso do rótulo, ou seja; impressão na cola, além dos mais diversos tipos de laminação, desde a com brilho até a com holografia. A Aaron expandiu o alcance nos segmentos farmacêutico, alimentício e bebidas, automotivo, cosméticos, comércio e muito mais e isso nos consolidou como referência no mercado local.
NM: Nessas duas décadas, qual o maior desafio como uma das lideranças da Aaron?
Luciano Bezerra: O maior desafio, sem dúvidas, foi enfrentar a pandemia da COVID-19. Mantemos toda a equipe trabalhando, dando as melhores condições para que os colaboradores exercessem suas atividades sem risco à saúde e a dos seus familiares. Tivemos a missão de atender a demanda de produtos essenciais para o momento que era delicado. Apesar disso, foi uma oportunidade de nos reinventarmos. Tivemos uma visão estratégica no quesito de abastecimento de matéria-prima, o que nos deu uma certa tranquilidade para atendermos toda a demanda do mercado. Não quer dizer que não tivemos alguns momentos de dificuldades, mas foi a nossa expertise que nos fortaleceu para superarmos o grande desafio do século.
NM: Hoje, quais são os principais serviços e produtos da Aaron e o que está sendo feito para acompanhar o ritmo de modernização da indústria gráfica?
Luciano Bezerra: Quanto ao ritmo de modernização, sempre estamos nos antecipando e buscando o que há de melhor para transformar contextos em oportunidade. A indústria gráfica tem passado por mudanças tecnológicas severas. A chegada da tecnologia digital é uma realidade, por exemplo. Outra novidade é o home office, tendência a qual estamos nos adequando e nos preparando, sempre com o “jeito de ser Aaron”.
NM: Por fim, para o futuro: qual sua aposta para o futuro da Aaron e do setor gráfico?
Luciano Bezerra: Apostamos em dias melhores para o nosso mercado, com uma concorrência aquecida e saudável para que possamos oferecer mais opções de negócios aos clientes, na medida que promovemos a melhoria e o fortalecimento dos nossos serviços. Além disso, desejo parcerias mais concretas e fidelizadas, mas sempre olhando para dentro, pensando no desenvolvimento humano e profissional do nosso time.
