Créditos imagem: Wilton Hoots
Recém chegado ao Ceará, Maurício Júnior acaba de assumir a diretoria de marketing e comunicação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará. Jornalista com mais de 20 anos de experiência como gestor de imagem, reputação e crise, é sócio da Santa Fé, agência especializada em comunicação corporativa com 29 anos de atuação que tem na lista de clientes empresas, órgãos públicos, instituições e pessoas de todo o Brasil.
Agora, Maurício chega ao Ceará para assumir a comunicação da Fecomércio, e concedeu uma entrevista exclusiva ao Nosso Meio sobre suas experiências profissionais e sobre o futuro da entidade.
Nosso Meio: Como iniciou a sua relação com o jornalismo e a comunicação?
Mauricio: Minha história na comunicação começou muito cedo, meio que até por acaso. Comecei fazendo direito, e logo me apaixonei pela pesquisa. Comecei cedo a estagiar em grandes empresas em Brasília, e de pronto fui contratado. Na agência Santa Fé, eu cheguei meio por acaso, e o fundador da agência, Etevaldo Dias, viu a diferença nos projetos de comunicação integrada que eu fazia, e viu a possibilidade de reposicionar a empresa na área de comunicação corporativa e mídia training.
Num dado momento, ele virou para mim e disse “quer ser meu sócio?”, e aí virei diretor da agência. O Etevaldo virou meu mentor e é um grande amigo e um grande profissional. Falar da Santa Fé é falar de grandes amigos e de uma parte muito importante da minha trajetória profissional.
NM: Chegando a diretoria da Santa Fé, quais as principais mudanças que você implementou?
M: A Santa Fé sempre foi considerada uma boutique de comunicação. Cada um dos sócios já tinha atuado dentro do universo de cada um dos clientes, dando um atendimento mais personalizado para cada um. Minha principal contribuição foi tirar a mentalidade de “fazedor de release” para o conceito de “curador da informação”. Nós fomos trabalhando aos poucos o caráter de noticiabilidade da informação e modulando esse conceito para fazer da agência uma das mais relevantes em comunicação do país.
Atuando em Brasília, tive a oportunidade de fazer a gestão de crise de muitos políticos relevantes junto com o meu mentor Etevaldo, que tem no currículo por exemplo, a gestão de crise dos últimos 50 dias do governo Collor. Eu comecei a atuar junto com ele na gestão e nos últimos anos venho atuando com total autonomia. Um case que sempre gosto de relembrar é a da Usina Hidrelétrica Belo Monte, instalada no rio Xingu, no Pará. Essa foi uma crise que envolveu artistas e famosos, e envolveu discussões nacionais e internacionais em grandes veículos do mundo, e de fato, fizemos um trabalho durante mais de 10 anos, numa época em que não se falava da importância de empresas terem uma presença digital forte. Essa foi a primeira grande obra de infraestrutura no brasil é ter uma rede social sólida, um blog com linguagem jovem e acessível. Isso foi fundamental para a gestão dessa crise.
Uma crise mais recente, na verdade um ambiente de crise, foi o que fizemos logo após o impedimento da presidente Dilma. Após o Impeachment, o Tribunal de Contas da União passou a fazer parte do foco da sociedade e nós tivemos o trabalho de tangibilizar o conceito do TCU, que na época era uma caixa fechada que não se conectava com a sociedade. E por último, posso citar a crise da operadora OI contra o fundo abutre Aurelius, na disputa judicial por conta do controle da empresa.
NM: Você está passando por uma nova fase na vida profissional. Acaba de assumir a diretoria de marketing e comunicação da Fecomércio Ceará. Conta um pouco sobre essa mudança na carreira.
M: Eu aceitei o convite de vir para cá por uma mudança de propósito. Trabalhar para uma organização que possui um propósito bem definido é transformador. Tudo o que nós fazemos leva cultura, transformação profissional e educação para vida de milhares de pessoas.
Nós já alcançamos este ano 100% de todos os municípios do Ceará com ações do Sesc ou Senac. E a comunicação tem papel fundamental para fazer com que a sociedade entenda a importância do que estamos fazendo, e que precisamos lutar por isso.
NM: Quais as primeiras mudanças que você vai implementar nessa nova fase da Fecomércio?
M: Nossa primeira mudança foi reforçar e mudar completamente nosso posicionamento digital. Foram mais de 5 milhões de interações este mês, e estamos reorganizando toda a nossa estrutura e posicionamento. Minha missão é trabalhar além da imagem, é trabalhar a reputação. É trabalhar a relação com a sociedade, com a política, com os jornalistas e com todos que fazem parte da nossa rede. A Fecomércio já possui uma reputação consolidada de muita credibilidade, é claro. Nosso papel é reforçar isso.
Outro papel importante que acreditamos ter é o de tangibilizar o valor da Fecomércio, fazer com que aquela pessoa que está numa aula de natação numa escola em Sobral, saiba a importância do que ele está fazendo. É fazer a sociedade entender o valor dos cursos e ações que a Fecomércio oferece. E posicionando as ideias e mostrando com mais clareza quem nós somos e o que nós fazemos, a gente vai melhorar essa imagem e reputação.
Confira a entrevista em vídeo: