Conheça a trajetória profissional e os desafios enfrentados por duas mulheres executivas em cargos de gestão de RH Bianca Rocha, gerente de Gestão e Gente do Grupo SL Administração e Participações Ltda (Marca Granja Regina), e Nadia Ribeiro, coordenadora de Desenvolvimento Humano da Diamantes Lingerie, que se destacam pela excelência em seus projetos.
Sobre Nadia Ribeiro
Pedagoga pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Gestão de Pessoas, com extensão universitária em Psicologia Organizacional e Recursos Humanos, Coaching de Carreira e MBA em Gestão Empresarial na Uninassau. Formação em Coach, Business Partner, Master DISC, Psicologia Positiva e Agile Coach. Atua como Coordenadora de Desenvolvimento Humano da Diamantes Lingerie
Sobre Bianca Rocha
Mestre, Psicóloga e Especialista em Gestão de Pessoas pela (UFC); Formada em Psicologia Positiva pelo Instituto Brasileiro de Psicologia Positiva – IBPP, Positive Practitioner & Trainer pela Empresa Felicidade é Ciência, Practitioner das Forças de Caráter pelo Instituto Flow, Personal & Professional Coaching , Positive Coaching , Positive Leader e Leader as Optimizer pela Sociedade Brasileira de Psicologia Positiva – SBC. Atua como Gerente de Gestão e Gente no Grupo SL Administração e Participações Ltda (Marca Granja Regina)
NM: Como a área de gestão de pessoas entrou na sua vida?
Bianca Rocha: O amor pelas pessoas, a fé e a esperança, já faziam parte de mim desde a minha vida escolar e eu, sempre, acreditava que já existia algo bom que me acompanhava e fazia ver o melhor da vida, mesmo diante de tantos desafios para estudar. Escolhi ser psicóloga para poder ajudar pessoas a terem uma vida mais saudável e feliz. Já na faculdade decidi ser psicóloga organizacional e atuo na Gestão de Pessoas há 24 anos, tendo uma experiência de 19 anos em cargos de Gestão de Pessoas e no Desenvolvimento Organizacional de grandes empresas. De todos os trabalhos que realizo, o meu olho brilha nas ações de cuidado e de desenvolvimento de pessoas, bem como na contribuição para formação ou reestruturação de negócios. Amo quando posso estar em treinamentos, workshops, nas realizações de projetos em que posso usar da autonomia para sonhar, criar, realizar, acompanhar toda execução e sentir a conquista da missão cumprida com excelentes resultados.
NM: Como você avalia o atual mercado de trabalho e a presença feminina na gestão de pessoas?
Bianca Rocha: Acredito que, ainda, estamos vivendo um cenário de incertezas e desafios econômicos que afetam o mercado de trabalho. Por outro lado, vejo possibilidades de ampliar a inserção da presença feminina em cargos de gestão de pessoas, por apresentarem competências próprias da sua natureza que são fundamentais para promoção da confiança, engajamento, sociabilidade, ambiente seguro, acolhedor, saudável e colaborativo no trabalho, abertura às mudanças e flexibilidade, equilíbrio emocional, uma cultura de aprendizagem e inovação e a construção de políticas de equidade. Tudo por ter crescido o número de empresas que vem colocando como foco central da sua estratégia os seus talentos.
NM: Você já sofreu algum tipo de preconceito ou desvalorização no ambiente de trabalho por ser mulher?
Bianca Rocha: Não. Porém as pesquisas, em nível global, mostram que mesmo com a ampliação da participação das mulheres no mercado de trabalho, nas últimas décadas, ainda existe a desigualdade de gênero com as mulheres ganhando menos que os homens, principalmente nos cargos de liderança. As mulheres chegam a sofrer preconceitos em relação a sua competência que podem estar relacionados, mais comumente, com os estereótipos de gênero.
NM: A área de Recursos Humanos foi uma das mais transformadas com a pandemia do covid-19. O RH esteve na liderança da adaptação das novas condições de trabalho. Quais os maiores desafios que você enfrentou nesse momento?
Bianca Rocha: Como trabalho numa empresa de alimentos, não paramos durante esse ano, e o grande desafio foi construir um plano de trabalho no modelo presencial e remoto para atender as necessidades dos colaboradores e dos negócios no cenário instável e de muitas incertezas, com o surto da pandemia. A instabilidade emocional dos colaboradores, onde tive que trazer um profissional de psicologia clínica para dar o suporte. E outro foi a atração de novos colaboradores para suprir as vagas de trabalho por conta da ausência de pessoas doentes pelo Covid.
NM: O mercado espera que o profissional de recursos humanos tenha um olhar para a tecnologia em todas as etapas: atração, admissão, integração, treinamento, preparo da liderança e mudança da cultura organizacional. Como a digitalização, inovação e a tecnologia tem mudado a forma de trabalho hoje?
Bianca Rocha: Investir nesses recursos é essencial para fortalecer o engajamento, aprendizagem, comunicação descentralizada, processos ágeis e mais flexíveis, resultados mais efetivos. Os benefícios desse investimento podem ser mensurados com um trabalho otimizado, acesso dos processos e políticas de gestão de pessoas para todas as lideranças em tempo real, gerando maior independência e facilitando a tomada de decisão, gerenciamento do ciclo de vida dos colaboradores na empresa e disponibilização de relatórios personalizados. Dessa forma, todas as lideranças terão dados e informações para gerir melhor suas equipes de trabalho.
NM: Qual aprendizado de vida você pratica no seu dia a dia?
Bianca Rocha: Aprendi que todos os dias temos a oportunidade de recomeçar e viver melhor. Aprendi que podemos ser como um agricultor e lavrar a terra do nosso coração, escolher as melhores sementes para cuidar, crescer e florescer. Aprendi que podemos ser como rios em contínuo movimento, dispostos a transbordar e desaguar em outros rios, sempre, com nossas virtudes, forças de caráter, valores, talentos, competências e experiências de vida. Aprendi que em nossa essência, existe uma vontade genuína e incondicional de ajudar o outro. Aprendi que temos um propósito para estar nesse mundo!
NM: Na sua vida pessoal, quem é seu grande exemplo de vida?
Bianca Rocha: Minha mãe, por ter escolhido receber de Deus a minha vida, ser uma mulher corajosa e resiliente para enfrentar os preconceitos da sua época e encontrar no trabalho a oportunidade de viver com dignidade e bem-estar.
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NM: Como a área de gestão de pessoas entrou na sua vida?
Nadia Ribeiro: Sou profissional de RH com o propósito de ajudar pessoas e organizações a estreitar laços e maximizar resultados. Possuo formação em Coach, Business Partner, Master DISC, Psicologia Positiva e Agile Coach. Em 2020 entrei como Business Partner do industrial da Diamantes Lingerie, posteriormente assumindo também a área comercial e hoje estou como coordenadora de desenvolvimento humano, ficando sob minha responsabilidade às áreas especialistas de Atração e Seleção, Treinamento & Desenvolvimento, Clima e Engajamento, Responsabilidade Social e a área de Business Partner de RH.
NM: Como você avalia o atual mercado de trabalho e a presença feminina na gestão de pessoas?
Nadia Ribeiro: Segundo o estudo Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, lançado em 2021, pelo IBGE, no Brasil, a taxa de participação no mercado das mulheres com 15 anos ou mais de idade foi de 54,5%, enquanto entre os homens esta taxa chegou a 73,7%, o que evidencia uma desigualdade expressiva, ainda existente entre os gêneros. Quanto à presença feminina na gestão de pessoas, observo que houve um aumento expressivo de mulheres dentro do Rh e também exercendo cargos de liderança, como gerente, por exemplo. A plataforma digital Mercadômetro apontou em 2022 que as mulheres são maioria na área de recursos humanos, representando 72,5%.
NM: Você já sofreu algum tipo de preconceito ou desvalorização no ambiente de trabalho por ser mulher?
Nadia Ribeiro: Quando eu tinha filhos pequenos, no início da minha carreira, conheci pessoas que duvidaram do meu potencial de entrega, associando ao fato de eu ter filhos pequenos. Contudo, sempre tive uma rede de apoio familiar fantástica e assim conseguia administrar meus projetos profissionais e a maternidade sem grandes sofrimentos. Tive o privilégio de ter gestores parceiros, que facilitaram minha dupla jornada, deixando- a bem mais leve.
NM: A área de Recursos Humanos foi uma das mais transformadas com a pandemia do covid-19. O RH esteve na liderança da adaptação das novas condições de trabalho. Quais os maiores desafios que você enfrentou nesse momento?
Nadia Ribeiro: O controle dos protocolos sanitários, afastamentos, o cuidado com a saúde física e mental dos colaboradores, a implantação do home office de forma ágil. Nossa prioridade sempre foi garantir a saúde e o bem estar dos nossos colaboradores. CUIDAR das pessoas, sempre foi nossa prioridade.
NM: O mercado espera que o profissional de recursos humanos tenha um olhar para a tecnologia em todas as etapas: atração, admissão, integração, treinamento, preparo da liderança e mudança da cultura organizacional. Como a digitalização, inovação e a tecnologia tem mudado a forma de trabalho hoje?
Nadia Ribeiro: A tecnologia tem contribuído para otimizar os processos de RH, liberando os profissionais de atividades burocráticas para atividades estratégicas e nos dando a possibilidade de tomarmos decisões de forma bem mais precisa. Hoje é possível utilizar a IA para os processos seletivos, selecionando perfis mais adequados para as vagas em aberto, realizar avaliações de desempenho mais eficazes, estabelecendo ciclos de desenvolvimento mais rápidos, elaborar estratégias que potencializam o desenvolvimento dos gestores, criação de jornadas personalizadas para cada lider/colaborador. Na Diamantes realizamos em 2021 o primeiro concurso de INOVAÇÃO, reconhecendo os colaboradores que repensaram sobre suas atividades diárias e trouxeram simples e novos modelos de trabalho para a organização.
NM: Qual aprendizado de vida você pratica no seu dia a dia?
Nadia Ribeiro: Você deve sempre tentar novamente, se fizer sentido pra você. Nem sempre as coisas acontecem como planejamos…A vida sempre nos trará surpresas, permita-se experimentar novos caminhos, se desafiar. Acredite em você!
NM: Na sua vida pessoal, quem é seu grande exemplo de vida?
Nadia Ribeiro: Minha mãe, meu pai. Busco neles inspiração, na coragem, na imensa vontade de prosseguir sempre, apesar dos obstáculos, no amor pela família, na doação pelo próximo e na fé.