Segunda parte da série especial em comemoração ao Dia do Estagiário aborda as mudanças na rotina de quem era estagiário e, agora, atua como funcionário
Entre os maiores desejos que um estagiário possui, está a efetivação. Além do reconhecimento pelo trabalho, tornar-se funcionário de uma empresa é uma garantia de renda mensal que muitos jovens buscam para ter acesso a cursos de pós-graduação, lazer, itens de uso pessoal, e também para ajudar com as despesas dos lares onde vivem.
Com a mudança de cargo, os jovens profissionais do mercado acabam adquirindo novas rotinas, onde encaram novas responsabilidades, novas demandas e novas cargas horárias de trabalho. Essas mudanças não só trazem amadurecimento, mas também mudanças nas perspectivas e metas profissionais que cada um carrega dentro de si.
Uma dessas jovens profissionais do mercado é Louane do Nascimento. Atualmente, ela ocupa a posição de assistente de marketing na Coisas di Maria, rede de lojas de roupa infantojuvenis, mas sua trajetória dentro da empresa já tem mais de dois anos.
Louane começou como estagiária no setor de marketing da Coisas Di Maria em julho de 2022, cuidando das redes sociais. Fazia stories, posts e legendas. Entrou “crua”, como ela mesma diz, mas com o tempo foi aprendendo a mexer em programas como Photoshop e Illustrator, a planejar e organizar suas demandas diárias e a trabalhar em coletivo. Ganhou destaque por aprender tudo com rapidez e por seus conhecimentos específicos de moda, garantidos no curso de Design – Moda da Universidade Federal do Ceará (UFC).
“A gente da Moda tem o conhecimento de toda etapa de produção de uma roupa, do tecido a costura. Então, eu aplico muito esse conhecimento pra gerar um diferencial de venda. Por exemplo, eu sei quais são as vantagens de você comprar um tecido 100% de algodão, coisa que, talvez, uma pessoa que seja apenas formada em Publicidade e Propaganda não saiba”, comenta Louane.
A conversa para ser efetivada ocorreu em meados de 2023. Como ainda devia muitas cadeiras, na faculdade, não pôde aceitar. Felizmente, seus superiores continuaram a acreditar em seu potencial e, em janeiro do ano seguinte, ofereceram-lhe a posição de assistente de marketing pela segunda vez e ela aceitou. Na nova posição, Louane não sentiu muita diferença em relação às suas demandas. Entretanto, sua relação com o tempo mudou completamente.
“Eu senti um poco de dificuldade no começo, principalmente em relação ao tempo, porque a rotina de se trabalhar o dia todo e trabalhar meio período e depois ir pra faculdade é bem diferente. Eu demorei a me acostumar que eu não ia sair mais no horário do almoço, mas isso também trouxe uma vantagem de eu ter um prazo maior pra realizar minhas demandas, o que foi muito bom”, relata.
Quem também vive uma nova rotina é o Repórter de Mídias Sociais do jornal O Povo, Guilherme Siqueira. Assim como Louane, ele começou na empresa onde atuava como um estagiário. Em 2023, ingressou na 30ª Turma dos Novos Talentos, curso de formação complementar oferecido pela Fundação Demócrito Rocha, em parceria com O Povo, a estudantes de jornalismo. Guilherme adentrou na redação do Grupo de Comunicação e passou a escrever para as editorias de Política, Cidades e Cultura.
Após três meses no Novos Talentos, o jovem jornalista soube de uma vaga de estágio na Rádio O Povo CBN e pediu uma oportunidade a editora-adjunta, Letícia Lopes. Em uma franca conversa, Guilherme revelou que tinha pouca experiência com rádio, mas tinha o desejo de aprender o funcionamento do setor e prometeu que daria o seu melhor. Após passar por uma entrevista com Letícia e Juliana Marques Brito, também editora na Rádio O Povo CBN, foi aceito e passou a atuar principalmente nas mídias sociais do setor.
Em uma rotina diária de seis horas, de segunda a sexta (com exceção das semanas em que ficava de plantão e também tinha que trabalhar no sábado com a jornada reduzida durante a semana), Guilherme produzia conteúdos para redes sociais e para os programas da rádio, e chegou a gravar boletins para diferentes plataformas de notícias, quando lhe solicitavam. Além das expertises jornalísticas, também aprendeu, na rádio, a se relacionar com as pessoas e a ser ágil e assertivo em um local onde tudo pode virar pauta.
Após sete meses na Rádio O Povo CBN, Guilherme sentiu que precisava fazer algo diferente. Foi então que viu uma vaga disponível para atuar, ainda como estagiário, na editoria de Economia, e resolveu arriscar. Ficou um mês no processo seletivo até ser escolhido para ocupar a vaga almejada. Entretanto, uma surpresa o aguardava, dois dias depois do recebimento das boas novas.
“Eu recebi a notícia que tinha sido selecionado pro estágio da editoria de Economia na segunda-feira e, na quarta, a editora de mídias sociais do O Povo (Glenna Magalhães) me ofereceu a posição de repórter. Eu não tinha nem trocado ainda de estágio, quando veio essa oferta que me pegou totalmente desprevenido. Mas óbvio, isso veio com uma alegria muito grande, porque foi uma forma de dizer que, mesmo da rádio, que não é interconectada com a redação, o trabalho estava sendo visto e apreciado. Eu até cheguei a perguntar para as minhas chefes se havia sido uma recomendação delas, mas elas me disseram que não. Chegaram a falar com elas só pra perguntar o que elas achavam, mas não houve uma recomendação direta”, relata Guilherme.
Guilherme levou alguns dias para aceitar a proposta, afinal o trabalho era a noite, o que demandava uma nova organização da rotina. Se como estagiário, ele acordava às 5 da manhã para cumprir sua jornada matutina na Rádio O Povo CBN; como repórter das Mídias Sociais, ele usa sua manhã e sua tarde para cumprir as obrigações da graduação em Jornalismo pela UFC, enquanto à noite, se dedicada a escrever matérias factuais e reportagens especiais para sua editoria.
“Eu tinha a impressão de que as Mídias Sociais eram uma editoria só de distribuição, mas depois eu entendi que a gente também fazia produções. Eu tive a oportunidade de fazer uma série de reportagens sobre um assunto que me interessa muito, que são os jogos analógicos (tabuleiro, cartas), sobre várias perspectivas como social, econômica, saúde e desenvolvimento infantil… Eu recebi todo o apoio da editoria, eles super abraçaram a pauta, e eu acho que, apesar de ser bem curta a minha trajetória lá, foi uma coisa que me destacou de certa forma”, afirma.
Além dos detalhes sobre suas novas rotinas, Louane e Guilherme também foram questionados sobre suas perspectivas de futuro. A assistente de marketing da Coisas di Maria e o repórter de Mídias Sociais do O Povo têm sonhos de grandes proporções e estão dispostos a fazer o que for necessário para atingir os seus objetivos.
“Eu quero fazer uma outra graduação ou especialização, no futuro. Quem sabe, até um mestrado. Eu acho que eu tenho plena capacidade de estar em um cargo de gestora ou então como uma professora de alguma área acadêmica da moda. E assim, a moda é um mercado muito grande e que te dá várias possibilidades. Eu tenho esse sonho de organizar um grande evento como o Dragon Fashion ou o São Paulo Fashion Week, e eu também gostaria de fazer campanhas para alguma marca que atua tanto dentro quanto fora do Brasil, como a PatBO, por exemplo, que é uma marca nacional, mas que também veste a Beyoncé. Eu quero estar em uma empresa dessas, realizando um trabalho que eu sei que eu sou capaz de fazer”, declarou Louane.
“Eu vou ser um correspondente internacional. Não sei se vai demorar cinco, vinte ou trinta anos, mas eu vou ser um correspondente internacional. Comecei a estudar italiano, eu já tenho uma certa fluência em inglês… Não sei para onde vão me mandar também, algum dia, mas eu escolhi jornalismo com essa missão bem clara. Inclusive, quando minha chefe veio me oferecer essa vaga, eu já disse pra ela, de cara, que eu seria correspondente internacional algum dia. Esse não é um objetivo, isso é O Objetivo que eu tenho pra minha carreira”, concluiu Guilherme.