Effectuation: comece com o que já tem

Por Redação

18/11/2024 11h47

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Outro dia, conversando com um amigo sobre o desenvolvimento de novos negócios, falamos a respeito de uma metodologia chamada Effectuation, criada pela professora Saras Sarasvathy, da Darden School of Business, na Universidade de Virginia (EUA).

O Effectuation não é um conceito novo, foi criado no final dos anos 90, mas gostaria de compartilhá-lo com você, porque faz todo o sentido no contexto em que vivemos. Ele é diferente do que estamos acostumados a fazer quando queremos tirar uma ideia do papel e desenvolver um novo negócio em cenários de incertezas e complexidades.

Geralmente, pensamos no modelo tradicional de plano de negócios. Mas o Effectuation nos sugere realizar algo com os recursos que já temos disponíveis e ser adaptável às circunstâncias. Logo, é uma forma mais flexível, criativa e prática de desenvolver um novo negócio.

O método coloca o empreendedor com foco no presente, na realidade atual em que ele vive e com o que já tem à disposição. Em suas pesquisas, a professora Saras Sarasvathy percebeu que a maioria dos empreendedores fazia uso de uma metodologia prática com a utilização do que tinham em mãos para solucionar os problemas. Em vez de o empreendedor seguir um pensamento linear de planejamento, ele traz uma abordagem prática e adaptativa, utilizando os recursos à disposição para criar novas oportunidades de melhorias ou negócios.

Isso até me lembrou a frase que tínhamos adesivada na Desencaixa que dizia o seguinte: criatividade é solucionar problemas com os recursos que se tem. Effectuation é criatividade pura.

Certo, mas por onde começar? A metodologia parte de quatro perguntas direcionadoras:

  • 1. Quem eu sou?
  • 2. O que eu sei fazer?
  • 3. Quem eu conheço? (possíveis parceiros)
  • 4. Quais recursos eu tenho?

De posse das respostas, o empreendedor já teria uma luz, um entendimento sobre quais são as possibilidades para ele empreender, de acordo com a realidade dele. Ou seja, a metodologia direciona para o que o empreendedor saber fazer de melhor, somado ao que o mercado deseja.

Em um rápido comparativo entre a lógica causal com a lógica efetual, temos que a primeira é baseada em planejamento, enquanto que a segunda é baseada em adaptação. O modelo do planejamento busca evitar as adversidades a qualquer custo, enquanto que a lógica efetual busca transformar as adversidades em oportunidades.

Outra característica bem interessante é que o empreendedor que utiliza a metodologia Effectuation constrói parcerias colaborativas ao invés de contratos rígidos. Os parceiros são fundamentais e ajudarão a cocriar o futuro, ao invés de prevê-lo, como se faz nos planejamentos convencionais.

Então, que tal aplicar o Effectuation em 2025? O momento é bem oportuno e propício para empreendedores com mentalidade adaptável, flexível e criativa.  

Céu Studart
Consultora de Marketing e Branding e Fundadora da Desencaixa Branding
Céu Studart é proprietária da Desencaixa Brading, onde realiza consultoria estratégica para marcas de vários segmentos e treinamentos. É estrategista de branding com mais de 20 anos de experiência no mercado. Foi embaixadora do Rock in Rio Academy by HSM (2019) e mentora do Founder Institute – Nordeste Virtual (2021), uma incubadora de negócios americana, fundada em Palo Alto, Califórnia (EUA). É publicitária. Especialista em Marketing (FGV) e Mestre em Marketing (UFC). Além da Desencaixa Branding, é também docente da graduação e pós-graduação, com mais de 17 anos de experiência, em cursos de graduação e pós-graduação, já tendo capacitado mais de 6000 profissionais.