Outro dia, conversando com um amigo sobre o desenvolvimento de novos negócios, falamos a respeito de uma metodologia chamada Effectuation, criada pela professora Saras Sarasvathy, da Darden School of Business, na Universidade de Virginia (EUA).
O Effectuation não é um conceito novo, foi criado no final dos anos 90, mas gostaria de compartilhá-lo com você, porque faz todo o sentido no contexto em que vivemos. Ele é diferente do que estamos acostumados a fazer quando queremos tirar uma ideia do papel e desenvolver um novo negócio em cenários de incertezas e complexidades.
Geralmente, pensamos no modelo tradicional de plano de negócios. Mas o Effectuation nos sugere realizar algo com os recursos que já temos disponíveis e ser adaptável às circunstâncias. Logo, é uma forma mais flexível, criativa e prática de desenvolver um novo negócio.
O método coloca o empreendedor com foco no presente, na realidade atual em que ele vive e com o que já tem à disposição. Em suas pesquisas, a professora Saras Sarasvathy percebeu que a maioria dos empreendedores fazia uso de uma metodologia prática com a utilização do que tinham em mãos para solucionar os problemas. Em vez de o empreendedor seguir um pensamento linear de planejamento, ele traz uma abordagem prática e adaptativa, utilizando os recursos à disposição para criar novas oportunidades de melhorias ou negócios.
Isso até me lembrou a frase que tínhamos adesivada na Desencaixa que dizia o seguinte: criatividade é solucionar problemas com os recursos que se tem. Effectuation é criatividade pura.
Certo, mas por onde começar? A metodologia parte de quatro perguntas direcionadoras:
- 1. Quem eu sou?
- 2. O que eu sei fazer?
- 3. Quem eu conheço? (possíveis parceiros)
- 4. Quais recursos eu tenho?
De posse das respostas, o empreendedor já teria uma luz, um entendimento sobre quais são as possibilidades para ele empreender, de acordo com a realidade dele. Ou seja, a metodologia direciona para o que o empreendedor saber fazer de melhor, somado ao que o mercado deseja.
Em um rápido comparativo entre a lógica causal com a lógica efetual, temos que a primeira é baseada em planejamento, enquanto que a segunda é baseada em adaptação. O modelo do planejamento busca evitar as adversidades a qualquer custo, enquanto que a lógica efetual busca transformar as adversidades em oportunidades.
Outra característica bem interessante é que o empreendedor que utiliza a metodologia Effectuation constrói parcerias colaborativas ao invés de contratos rígidos. Os parceiros são fundamentais e ajudarão a cocriar o futuro, ao invés de prevê-lo, como se faz nos planejamentos convencionais.
Então, que tal aplicar o Effectuation em 2025? O momento é bem oportuno e propício para empreendedores com mentalidade adaptável, flexível e criativa.