Pandemia fez o coletivo de produtores de conteúdo I Hate Flash focar no bem-estar dos funcionários
Ter um trabalho com o mesmo valor salarial e menos horas pode parecer um sonho, mas é uma realidade cada vez mais próxima. Na Islândia, o governo fez um estudo sobre a redução da jornada de trabalho de 40 para 35 horas semanais. O resultado foi trabalhadores menos estressados e com mais equilíbrio entre a vida profissional, familiar e a saúde. Aqui no Brasil, a ideia foi adotada pelo coletivo de produtores de conteúdo I Hate Flash, justamente pensando no bem-estar de todos os colaboradores – principalmente depois do início da pandemia da Covid-19.
Assim como na Islândia, a empresa fez um teste. Decidiu implementar por um período a jornada de quatro dias de trabalho para três de folga. A iniciativa partiu de um dos sócios, Francisco Costa, que além de fotógrafo também é psicólogo. “Li um texto sobre empresas que estavam adotando essas jornadas e os benefícios que folgar em um dia útil poderia trazer para a equipe”, conta. A partir daí foi necessário deixar os processos ainda mais organizados, segundo ele. As reuniões com todos os colaboradores passaram a acontecer no primeiro horário de segunda-feira no último de quinta-feira. Para que nenhum cliente ficasse sem atendimento na sexta-feira, foram implementados plantões com revezamento entre os profissionais.
“Quando falamos em trabalhos que mexem com a criatividade, esse dia a mais pode ser usado para inúmeras coisas, desde cursos e trabalhos como freelancer até coisas banais da vida pessoal, como ir ao banco”, diz Costa. A Clarisse Ribeiro que o diga. Diretora de projetos no I Hate Flash, ela também atua como cineasta e nas artes visuais. Esse dia útil de folga ajudou muito a profissional a conseguir tocar os projetos pessoais. “Por mais que eu ame meu trabalho no I Hate Flash, tenho também outras satisfações pessoais que preciso preencher. Ter esse dia útil foi uma revolução muito boa. Acredito que melhorou até meu trabalho, estou mais organizada, focada, planejada e tenho muito mais satisfação em estar em um lugar que se preocupa com meu bem-estar”, aponta.
O teste deu certo e passou a ser permanente. “Quando a pandemia passar e os grandes eventos de música voltarem vamos precisar reorganizar tudo novamente, mas sabendo dos benefícios que esse dia a mais trouxe, com certeza vamos dar um jeito de manter”, completa Francisco Costa.
Sobre o I Hate Flash
O coletivo carioca atua no mercado audiovisual há mais de dez anos produzindo conteúdo multimídia inovador – fotos, vídeos, textos, campanhas, editoriais, sites e redes sociais – para grandes marcas nacionais e internacionais. Os profissionais também são responsáveis por coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza, Meca, entre outros, além de produzirem as festas próprias I Hate Mondays e Love2Hate.