Tendência

Entenda as aquisições nas agências: o que está em curso e o que está por vir

Publicado em

30/01/2024 11h09

Compartilhe
  • Whatsapp
  • Linkedin

Especialistas preveem que as consultorias invistam mais em design, criatividade e capacidades front-end

Profissionais especializados em M&A’s (sigla em inglês que significa fusões e aquisições) afirmaram ao portal Meio e Mensagem, que ad techs e empresas de IA continuam na mira de consultorias e holdings, mas cenário é desafiador para agências de médio porte. Dentro de um trimestre, o Omnicom comprou a Flywheel, a Globant adquiriu participação majoritária na Gut, o IPG vendeu duas agências – Deutsch Nova York e Hill Holiday – para o Attivo Group e a Accenture Song anunciou que vai comprar a Work & Co.

“Estamos olhando para os resultados do quarto trimestre e para como o primeiro trimestre está se saindo porque, mais do que qualquer coisa – ainda mais do que as taxas de interesse – o maior entrave era o de que a capacidade de oferta das agências independentes (as com melhor desempenho) era muito limitado”, afirma Michael Seidler, fundador e CEO da Madison Alley, consultora de M&A.

Ele está entre os 21 executivos ouvidos pelo Ad Age que apostam no aquecimento das fusões e aquisições ao longo deste ano. O executivo conta que, apesar das aparências, na realidade há pouca atividade no setor publicitário, devido a questões econômicas que deixam os negócios em geral sob cautela.

Esses especialistas esperam grandes movimentações de consultorias como Accenture, Globant e Tata Consultancy, assim como das holdings, das empresas de private equity e até mesmo das redes independentes de agências.

Segundo os especialistas, dentro das tendências que se revelam para 2024, as disciplinas que atraem interesse e são mais suscetíveis a aquisições, além de agências menores.

  • Ad techs;
  • Marketing de influência;
  • Design;
  • Marketing de performance;
  • Inteligência artificial.

Dada a incerteza do cenário econômico, muitas agências independentes estão interessadas em ser adquiridas ou em se juntarem com outras agências independentes. Andrew Essex, ex-executivo da Droga5 e atual sócio da TCS Interactive, parte da Tata Consultancy, afirma que a indústria está definitivamente entrando em uma fase de consolidação. E que os clientes querem, mais do que nunca, “uma garganta para estrangular”.

“Isso requer ingerir capacidades que você não tem e eliminar redundâncias que você tem”, ele ressalta.

Jay Pattisall, vice-presidente e principal analyst da Forrester, afirma que há um ponto de interrogação em torno das operações independentes.

“Quando se começa a escalar IA, se colocar um pouco de ameaça às independentes, que, ou não estão trabalhando em todo o mix de marketing, ou não têm fundos ou recursos para investir ou construir tecnologias proprietárias”, pontua Jay.

Em vez de vendas, Pattisall acredita que haverão parcerias parecidas com a realizada entre Crossmedia e Joan Creative, que se uniram para formar a JoanxMedia. As grandes holdings de comunicação estariam de olho em agências muito pequenas para complementar o atendimento de contas grandes.