17ª Edição

Entrevista | Marcelo Nolleto: Comunicação a serviço do povo

Por Redação

04/11/2025 14h00

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À frente da Secretaria de Comunicação do Estado do Piauí, Marcelo Nolleto defende uma gestão pautada pelo serviço ao povo, pela escuta ativa e pela verdade. Em entrevista, ele compartilha como a liderança servidora e a valorização da identidade piauiense têm guiado a transformação da comunicação pública em uma ferramenta de diálogo, transparência e pertencimento.

NOSSO MEIO | Como sua visão de liderança na gestão pública orienta as decisões e estratégias à frente da Secretaria de Comunicação do Piauí?

Marcelo Nolleto: Eu acredito muito na liderança pelo exemplo e na liderança servidora. Então, eu procuro transmitir isso aos meus liderados. Na liderança do serviço público, isso se torna ainda mais importante, porque temos um patrão muito importante: o povo. Temos que servir, temos a obrigação de servir ao povo, no caso, ao povo do Piauí.

Então, eu passo isso para a minha equipe, para que a gente consiga sempre, para que nunca percamos o foco dessa ideia, de que estamos a serviço do povo do Piauí. É muito importante que as ações de comunicação tenham como norte atingir todo o povo, considerando os mais variados locais de moradia, regiões do estado, características de idade e, enfim, todas as suas peculiaridades.

NOSSO MEIO | Como você transforma ideias e demandas da sociedade em projetos de comunicação efetivos dentro da secretaria?

Marcelo Nolleto: Eu procuro estar sempre atento às demandas da sociedade. Isso exige que a gente busque essa conexão ouvindo os líderes, os representantes do povo e, principalmente, ouvindo o povo diretamente. Através de plataformas, através de ações do governo, como o orçamento participativo, como os diálogos pelo Piauí, a gente vai até os territórios para ouvir a população.

A partir dessa escuta, direta ou indireta, a gente pauta a nossa comunicação para estar sempre antenado com prestação de contas para aquilo que as pessoas querem saber. O governador, eleito pelo povo, tem a discricionariedade de determinar o gasto do dinheiro público para solucionar os problemas da população. E esses problemas são dinâmicos, e a gente precisa estar sempre atento para transformar essas decisões, prestando contas e mantendo-se antenado com o que as pessoas realmente querem escutar sobre aquilo que a gente tem feito.

Então é algo que a gente vai fazendo: servindo o povo e prestando contas do que a gente está avançando, dentro do que a gente se propôs, inclusive no plano de governo.

NOSSO MEIO | Quais têm sido os maiores desafios para transformar boas ideias em resultados práticos na comunicação pública, e como você tem superado esses obstáculos?

Marcelo Nolleto: Eu acho que o maior desafio que a gente tem na comunicação pública, nos dias atuais, é vencer a guerra da atenção. Estamos falando de fazer uma comunicação propositiva, explicando para as pessoas os programas de governo, as ações do governo, e, portanto, a gente precisa chamar a atenção das pessoas nesse universo de comunicação superfluido, cheio de outros atrativos das redes sociais, e ainda falar de comunicação de governo, que por si só gera desconfiança da sociedade em relação a políticos e ao governo.

É algo que tende a ser chato, maçante, monótono, analógico. Então, o nosso desafio é fazer uma comunicação assertiva, e o empacotamento dessa comunicação precisa ser leve e agradável, para que a gente consiga chegar ao receptor (povo) da melhor forma possível, e eles possam compreender aquilo que o governo tem feito.

NOSSO MEIO | Em um cenário de mudanças aceleradas e novas formas de consumo de informação, como o Piauí tem inovado para manter uma comunicação próxima, moderna e eficaz com a população?

Marcelo Nolleto: Esse é um grande desafio. As mudanças são realmente muito aceleradas, e a nossa forma de atuar é usando criatividade e entendendo que aquele modelo do emissor, a mensagem, o canal e o receptor está em constante mudança, porque as pessoas estão mudando.

Portanto, o canal muda, e as mensagens também precisam mudar, não na sua essência, mas na sua roupagem. A gente tem tentado entender quem é o receptor da mensagem, no caso, o povo do Piauí: onde ele está, o que gosta de consumir, de ouvir. E tentamos fazer uma customização dessa mensagem para se enquadrar nos vários gostos da população.

A gente usa filmes, novelas, memes, música, mídia tradicional, rádio, TV, e diversifica o empacotamento da mensagem para que cada pessoa receba da maneira que mais gosta, entendendo as ações que o governo faz e as prestações de contas, sempre pensando no povo: como o povo quer ouvir e de que maneira. E a gente faz todo um pacote de diversificação dessas mensagens para atender ao povo.

NOSSO MEIO | Diante de situações de crise, como equilibrar transparência e responsabilidade na comunicação para preservar a credibilidade do governo e manter o diálogo com a sociedade?

Marcelo Nolleto: Eu acho que o fundamental é estar com a verdade. Em situações de crise, é preciso ter muito bom senso, respeitar as pessoas e trazer a verdade para esclarecer as situações da melhor forma possível. Então, nos momentos de crise, a gente precisa estar bem atento à verdade e a como essa verdade vai ser repassada para que a população entenda o contexto.

Eu acho que isso exige atenção em relação à verdade, à sinceridade, à transparência, para que as pessoas continuem depositando credibilidade na postura e na comunicação do governo.

NOSSO MEIO | Quais características você considera essenciais em um líder que atua na comunicação pública, e como procura exercê-las no dia a dia?

Marcelo Nolleto: Eu acho que a característica principal é estar atento e conhecer o seu povo, o povo ao qual você serve. Porque, conhecendo o povo ao qual você serve, você está ciente das demandas, das exigências, das dores das pessoas, e a partir disso você procura comunicar aquilo que tem sido feito, que o governo tem feito para resolver os problemas da população. Só faz sentido existir na vida pública se o objetivo for melhorar a vida da população.

Então, o conhecimento sobre a vida da população — sobre suas agruras, suas dores e suas necessidades — é fundamental para que o gestor da comunicação pública tenha sucesso na hora de transmitir para a população aquilo que tem sido feito para avançar, solucionar e minimizar os problemas.

Esse é o ponto fundamental, e a gente procura exercer isso no dia a dia e passar para a equipe, para que estejamos sempre de satélite ligado, com a atenção redobrada, sem perder o foco nos problemas e nas necessidades das pessoas.

NOSSO MEIO | Que oportunidades você enxerga hoje para fortalecer a comunicação pública no Piauí e torná-la um instrumento ainda mais estratégico de transformação social?

Marcelo Nolleto: Olha, hoje, no estado do Piauí, com os avanços que temos conseguido na transformação de um governo burocrático para um governo desburocratizado, digital e que tem o cidadão no centro das decisões, eu enxergo a oportunidade de unir o povo em torno das nossas características autênticas, das características genuínas do nosso povo.

Então, vejo essa oportunidade de unir o povo por meio da comunicação pública, resgatando nossos símbolos: as cores, a bandeira, a culinária, os talentos do nosso povo. E, para além de uma comunicação que preste contas e informe a população, a comunicação pode fazer com que o piauiense se enxergue, se reconheça em sua terra, e, a partir daí, saiba valorizar o seu estado e o seu povo.

Essa é a oportunidade que eu enxergo neste momento, e a comunicação pública contribui de forma estratégica para essa transformação social.

NOSSO MEIO | Ao olhar para o futuro, que legado você gostaria de deixar na comunicação pública do Piauí?

Marcelo Nolleto: O legado que eu pretendo deixar, olhando para o futuro, é ver que o meu povo passou a se enxergar mais, a se reconhecer mais, a se aceitar mais e a identificar as inúmeras virtudes que temos como piauiense, que nos fortalecem e nos unem.

Então, a comunicação pública do nosso Estado ajuda nesse processo de transformação, nessa mudança mental do piauiense, para que ele reconheça a si mesmo, seu povo, tenha mais altivez, mais autoestima e possa simplesmente reconhecer os talentos que já existem. A partir disso, as transformações serão muitas.