Ainda impactado pela pandemia da Covid-19, setor varejista terá grandes desafios neste ano. Pensar em longo prazo pode contribuir para obter melhores resultados
O ano de 2021 começou ainda impactado pelos acontecimentos de 2020, especialmente por conta da pandemia da Covid-19. E mesmo com a aprovação e produção das vacinas, é prudente considerar que levará um tempo para que a situação seja resolvida. O resultado disso é sentido diretamente pelo varejo físico, que além do impacto econômico no hábito de consumo dos brasileiros, há a questão do distanciamento social, que faz com que as pessoas evitem as lojas físicas e optem pelas compras on-line.
Segundo André Romero, especialista em construção de marcas no PDV, mestre em varejo e mercado de consumo e diretor da Allis Comunicação, uma empresa da Allis Field Marketing, diante da nova realidade que se estabeleceu no varejo, o planejamento será essencial para traçar as metas para 2021. “O brasileiro não tem por hábito pensar no futuro. A realidade de boa parte das empresas ligadas ao varejo é fazer planos de curto prazo, e isso não é recomendado. Todo negócio precisa de um planejamento que vise o futuro”, comenta.
Para o especialista, o planejamento é função da liderança, mas todos devem ser envolvidos. “Planejar é a inteligência do negócio, algo vital para o sucesso da companhia, permitindo ganhar agilidade e sobra de tempo para cuidar do que realmente é importante”, afirma Romero, que compartilhou alguns pontos estratégicos do planejamento que merecem atenção:
– Benchmarking: olhar para os cases e ações que empresas desenvolveram em 2020 pode auxiliar o varejo a ter iniciativas muito mais promissoras. Aprender com os erros e com os acertos de outras empresas, mesmo as que não atuam diretamente em seu segmento. Quando se olha para a concorrência, é interessante analisar o comportamento de marketing para ver o que há de produtivo e o que pode ser melhorado. O gestor deve se voltar para o que está fora da empresa, aprendendo, trazendo inovação e solução para questões atuais.
– Atenção aos fornecedores: vale avaliar também os fornecedores. Como eles estão ligados a outras indústrias, mesmo que não sejam do seu segmento, certamente participaram de iniciativas que deram certo e que podem ser adaptadas ao seu modelo de negócio. E atuar com fornecedores estratégicos, que possa pensar juntos durante a construção do planejamento de 2021. É hora de avaliar também quais fornecedores são seus parceiros de verdade.
– Revise seu público-alvo: muitas coisas mudaram neste ano e entender não só o que aconteceu com o seu cliente do varejo, pode fazer com que suas ações façam muito mais sentido e você saia na frente dos seus concorrentes. O JBP (joint business plan) é uma forte tendência para 2021.
– Atenção no PDV: resolva questões pertinentes ao merchandising e a comunicação adequada em loja. Atente para o comportamento do shopper, que definitivamente mudou. Claro que o preço ainda será um critério fundamental na decisão. Evite uma guerra de preços. Suas estratégias de exposição na jornada em loja e geração de valor por meio da comunicação devem ser adequadas e pensadas por tipo de canal e rede, elas serão questões de altíssima relevância.
– Revisão da equipe: é necessário ter as pessoas corretas nas funções adequadas. Os colaboradores precisam estar muito bem alinhados com o propósito da empresa e com os desafios que ela possui pela frente.
– Análises de macro e microambiente: levando em consideração todas as variáveis de mercado, como a estabilidade da moeda, a política do país, a economia mundial, e o comportamento de compra do seu shopper e do seu cliente varejista. Mas, não complique. Seja simples, eficiente e eficaz.
*Texto Divulgação