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Estudo inédito, realizado pela Aberje, aborda perfil pessoal e profissional das mulheres na área de comunicação e desafios relacionados ao gênero nas organizações

Por Redação

06/06/2022 10h00

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81% acreditam que políticas de gênero nas organizações contribuem para a igualdade de gênero

 

Compreender os desafios da mulher no mercado de trabalho é fundamental para um questionamento mais profundo sobre as relações profissionais. Com esse objetivo, a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), realizou a segunda edição do estudo “A Mulher na Comunicação – sua força, seus desafios”, abordando o perfil pessoal, o perfil profissional e as questões e desafios relacionados ao gênero nas organizações.

 

A maioria das participantes (81%) acredita que ter uma política implantada contribui para a equidade de gêneros na organização. Porém, apenas 29% delas têm políticas e adotam práticas formais em relação à equidade de gêneros e que, na sua quase totalidade, têm se mostrado aderentes à causa.

 

Ainda é maior o número de homens em cargos de liderança na maioria (61%) das organizações atuais das participantes, porém, em 32% das organizações, o número de mulheres em cargos de liderança já é maior ou igual ao número de homens. Embora 18% das entrevistadas dizem não se incomodar com a comparação,  41% se sentem desconfortáveis ou muito desconfortáveis com esse desequilíbrio entre homens e mulheres em cargos de liderança.

 

Participaram do estudo 554 mulheres que atuam na área de Comunicação em diversas organizações e regiões do país.

 

As iniciativas das organizações relacionadas ao desenvolvimento das mulheres em liderança ainda são modestas, uma vez que apenas 24% das organizações atuais das participantes têm programas específicos para esse fim. Para as entrevistadas, as competências/habilidades mais importantes a serem abordadas em programas de desenvolvimento de liderança feminina são, nesta ordem: planejamento de carreira (57%) e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (46%), construção de imagem – personal branding (38%), confiança (38%), postura executiva (37%) e comunicação (37%).

 

Quando questionadas em que áreas os homens não percebem as mulheres como eficazes, as participantes apontaram majoritariamente solução de problemas (74%) e foco em resultados (71%).

 

O estudo também aponta sobre as barreiras e principais desafios estruturais enfrentados pelas mulheres. De acordo com as respostas, 52% acreditam na propensão de homens beneficiarem outros homens na sucessão de cargos ou indicação. Além disso, 38% acham que a cultura  organizacional ainda discrimina a condição feminina e 36% acreditam ter dificuldade no desenvolvimento da carreira em razão da gestão das questões profissionais e familiares.

 

Em quase um quarto (23%) das organizações, a remuneração da mulher é menor que a do homem no mesmo cargo, e em um terço (33%), as mulheres têm menos oportunidade de crescimento profissional que os homens.

 

Perfil das participantes

Com relação ao perfil pessoal, a maioria das participantes da pesquisa (76%) são autodeclaradas brancas, número praticamente mantido em relação à pesquisa realizada em 2017. Em relação à idade, 14% preferiram não responder. Das que responderam, a maioria, 43%, são integrantes da geração Y/millennials (idade entre 26 e 41 anos). A geração X, com idade entre 42 e 57 anos, está composta por 33% dos participantes. Quanto à identidade de gênero, a maioria absoluta (98%) se declarou como cisgênero, ou seja, identificadas com seu gênero de nascimento – outras respostas à questão foram não-binário, transgênero ou não quiseram responder.

 

Quanto à formação acadêmica, todas as participantes têm ensino superior, sendo que 3% ainda estão cursando graduação. O curso de formação para 52% das participantes é o Jornalismo, para 19% é Relações Públicas e para 14% é Publicidade e Propaganda. 64% delas fez ou está fazendo especialização/MBA, 10% mestrado e 4% doutorado. Comunicação (40%) e Marketing (26%) são as áreas preferidas para a Pós Graduação.

 

A maioria das participantes (67%) trabalha em organizações privadas, sendo, 41% em nacionais e 26% em multinacionais. As empresas em que trabalham abrangem quase todos os setores da economia, com destaque para agências de comunicação (18%) e o setor de serviços (11%). A maioria dessas empresas (51%) é de grande porte e tem mais de mil funcionários (50%). 52% exercem cargos de liderança em suas organizações, sendo 11% em nível de diretoria/vice-presidência, 18% em nível de gerência e 23% em nível de coordenação/supervisão.

 

Os processos mais abrangidos pelos cargos atuais das participantes são a comunicação interna (71%) e a comunicação externa (70%). Outros processos são: mídias digitais e sociais (61%); relações com a imprensa (60%), eventos (59%) e gestão de crises e riscos (51%). Entre os processos menos abrangidos temos relações governamentais (13%) e memória empresarial (16%).

 

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