Inovação

Facebook completa 18 anos. Relembre os fatos que marcam a história da maior rede social do mundo

Publicado em

04/02/2022 08h00

Compartilhe
  • Whatsapp
  • Linkedin

A popular rede social criada por Mark Zuckerberg alcança a maioridade em meio à avanços tecnológicos e polêmicas

 

Nesta sexta-feira (04) o Facebook alcança a maioridade. São 18 anos de um novo jeito de se relacionar e fazer amigos. A data 04 de fevereiro celebra as conexões entre os amigos virtuais da maior rede social do mundo e comemora sua fundação. Inovação, novas ferramentas e tecnologias, inúmeras formas de apropriação pelos usuários e marcas, mudança de nome, escândalos de privacidade, vazamentos de dados e polêmicas sobre interferência em pleitos políticos fazem parte da história da empresa criada por Mark Zuckerberg, resultado de um experimento entre estudantes da Universidade de Harvard (EUA).

No balanço de 2021, a receita total do Facebook atingiu a receita líquida de US$ 33,67 bilhões, resultado, neste caso, acima do projetado, apesar da perda mais de US$ 230 bi em valor de mercado em pior sessão de sua história, com lucro 8% menor no último trimestre. Ao total, são 1,929 bilhão de usuários na rede em todo o mundo ao fim do ano passado, o que significa que a rede social perdeu aproximadamente 500 mil usuários ativos diários pelo mundo. O Brasil ocupa a quarta posição entre os países com base no tamanho do público do Facebook , com 123 milhões de usuários, atrás de Índia (349.2 milhões de usuários),  EUA (193.9 milhões de usuários) e Indonésia (142.5 milhões de usuários).

Os números seguem surpreendendo quando fazemos proporções estatísticas. Por exemplo:

  • A cada minuto, 400 novos usuários se inscrevem para entrar no Facebook;
  • Os usuários do Facebook geram 4 milhões de curtidas a cada minuto;
  • Todos os dias, 35 milhões de pessoas atualizam seus status no Facebook.

Relembre os fatos que marcam a história do Facebook

  • Em 4 de fevereiro de 2004 surge o “The Facebook”, projetado como um diretório para informar e conectar estudantes universitários entre si. Em 24 horas de funcionamento, 1,2 mil alunos de Harvard se conectaram à plataforma.
  • O serviço rapidamente se ampliou a outras universidades da área de Boston (Massachusetts, EUA) e do resto do país, mudando seu nome definitivamente pelo atual Facebook, e prosseguiu com a expansão no segmento educacional.
  • Em setembro de 2006, a plataforma decidiu deixar de ser uma ferramenta restrita à educacional para alcançar um público mais abrangente. Assim, qualquer internauta do mundo poderia criar um perfil na rede social.
  • O Facebook tornou-se uma febre no ambiente digital. Visionário, Mark Zuckerberg percebeu a potencialidade da plataforma para atrair publicidade. Era o começo de um lucrativo negócio que transformaria a sociedade.
  • Dois anos depois de começar a aceitar usuários de fora do âmbito educativo, a plataforma se transformou, em 2008, na rede social mais usada do planeta, um título que segue invicto até os dias atuais.
  • Em maio de 2012, o Facebook começou a cotar na Bolsa de Nova York, o que supôs a maior oferta inicial de venda (IPO) já registrada até o momento por uma companhia de internet, conseguindo US$ 16 bilhões, que deram à empresa uma cotação da bolsa de US$ 102 bilhões. Em um comparativo, o Google lançou seu IPO em 2004, alcançando a cifra de US$ 1,9 bilhão.
  • O Facebook seguiu crescendo e se profissionalizando no mercado de publicidade, adaptando-se à realidade mobile. Hoje, cerca de 88% de todos os usuários do Facebook no mundo acessam a plataforma por meio de dispositivos móveis.
  • Em 2016, hackers russos usaram a plataforma para influenciar nas eleições presidenciais dos EUA. A partir daí, a big tech foi envolvida em diversas polêmicas, que a situaram no centro do debate sobre a privacidade e a comunicação na era da internet.
  • Em 2018, a rede social foi protagonista de diversas polêmicas, como vazamento de dados de milhões de usuários, manipulação de informações de perfis para campanhas de marketing e falhas técnicas graves, como instabilidade do site e bugs que permitiam a invasão de contas. Cerca de 50 milhões de usuários tiveram dados pessoais vazados para empresa de marketing político Cambridge Analytica. A notícia foi relevada pelos jornais New York Times e The Guardian em março, após uma entrevista entrevista com o ex-funcionário da companhia britânica Christopher Wylie. Os dados foram coletados por meio de um teste chamado “This is Your Digital Life” (Essa é sua vida digital, em português). Na época, centenas de milhares de usuários receberam pequenas quantias para responder a pesquisa de personalidade e permitir que as informações fossem usadas para fins acadêmicos.
  • Em 2019, a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) aplicou uma multa recorde US$ 5 bilhões para encerrar uma grande investigação sobre falhas em série do Facebook na proteção da privacidade dos usuários. A multa foi a maior para uma empresa por violação da privacidade dos consumidores e uma das maiores penalidades já decididas pelo governo dos Estados Unidos por qualquer violação – o que representa ínfimo se comparado ao lucro anual da plataforma.
  • Em outubro de 2021, a empresa que reúne a rede social Facebook Inc., Instagram e WhatsApp anunciou a mudança de nome para Meta. A apresentação da nova marca foi feita pelo CEO Mark Zuckerberg e faz alusão ao metaverso, que se desenha como o futuro da internet. O metaverso é um universo virtual onde as pessoas vão interagir entre si por meio de avatares digitais. Esse mundo será criado a partir de diversas tecnologias, como realidade virtual, realidade aumentada, redes sociais, criptomoedas etc.

A mudança aconteceu em meio à crise de imagem que trouxe uma reputação negativa à plataforma: a ex-funcionária Frances Haugen prestou depoimento ao Senado americano em que destaca os documentos vazados e publicados pelo Wall Street Journal como provas de que o Facebook priorizou repetidamente o “crescimento em detrimento da segurança” dos usuários. “O Facebook percebeu que se mudar o algoritmo para ser mais seguro, as pessoas vão passar menos tempo no site, vão clicar em menos anúncios, e eles vão ganhar menos dinheiro”, ressalta. O Facebook afirma, por sua vez, que os documentos vazados são enganosos e camuflam pesquisas positivas conduzidas pela empresa.

Hoje, a discussão sobre privacidade e controle de dados dos usuários fazem parte do que os desenvolvedores estão construindo para a nova fase da internet, a Web3. O futuro promete que os computadores interpretem um volume muito maior de dados, unindo informação às novas tecnologias de inteligência artificial, segurança de dados via blockchain e realidade virtual aumentada. Na Web3, os participantes interagem diretamente sem passar por um intermediário, que faz monitoração e controle de dados, como acontece hoje. Isso destruiria os enormes bancos de dados atualmente mantidos por gigantes da internet. Por isso, tecnologia blockchain é o futuro quando se trata de privacidade.

Apesar da leve queda de usabilidade dos internautas, pelo menos no Brasil, o Facebook segue liderando rakings entre as big techs e batendo recorde de lucros. A ascensão do Instagram e WhatsApp não intimida. No Facebook ainda há um grande volume de compartilhamento de informação – incluindo muita fake news, fotos e dados, tudo usado para monetizar os usuários. A concentração de muito engajamento em poucos usuários tem sido abordada por pesquisadores dentro Facebook há anos, à medida que foi ficando cada vez mais claro que esse fenômeno favorece desinformação e recompensa poucos perfis. O metaverso promete ainda um novo fôlego para a maior rede social do mundo.

*Com informações de Exame, Facebook e BBC.