Em dezembro, a indústria cearense encerrou o ano de 2021 com o indicador de faturamento em crescimento, em comparação ao mês anterior, pela primeira vez no segundo semestre. Entretanto, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, este indicador apresentou retração. Além disso, observou-se que todos os demais indicadores também terminaram o ano em declínio na comparação anual. Em consonância, em relação a novembro, a massa salarial, a utilização da capacidade instalada e o emprego também apresentaram desaceleração, resultado corroborado pela Sondagem Industrial.
O rendimento médio acompanhou os resultados anteriores, provavelmente influenciado pela inflação. Esses são os principais resultados da Pesquisa dos Indicadores Industriais, realizada pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Com relação ao Brasil, os resultados do mês de referência, em paralelo a novembro, se assemelham aos do estado, ainda que com declínio no indicador de faturamento e variação nula no emprego. Tem destaque o caráter mais atenuante das variações comportamento nacional, tendo em vista um desempenho industrial inferior ao do estado no último trimestre de 2020.
Faturamento Real
O faturamento real registrou crescimento de 0,6% em comparação a novembro. Apesar do resultado ter sido de pequena magnitude, este sinaliza uma retornada da Indústria de Transformação deste indicador após seis meses de declínio, na série dessazonalizada. Contudo, na comparação a dezembro de 2020, a retração é acentuada (-29,3%). Por outro lado, o Brasil registrou queda tanto frente ao mês anterior (-0,3%) quanto ao mesmo período de 2020 (-7,5%).
Utilização da Capacidade Instalada
Em dezembro, a utilização da capacidade instalada (UCI) assinalou nova contração em comparação ao mês anterior na série dessazonalizada, assim como o Brasil, marcando -0,2 pontos percentuais (p.p.) e -0,6 p.p, respectivamente. Além do mais, notou-se que, frente a dezembro de 2020, os resultados estaduais (-6,0 p.p) e nacionais (-0,7 p.p) também explicitaram queda, apesar do resultado cearense mais acentuado.
Horas Trabalhadas
As horas trabalhadas na produção para o Ceará e Brasil exibiram progressão para este indicador de 12,1% e 3,3%, respectivamente. Entretanto, os resultados são consideravelmente divergentes frente a 2020. Isto é, enquanto o estado registrou um declínio de -8,2%, o país se exibiu na direção um crescimento de 1,4%.
Emprego
O número de empregos no Ceará apresentou uma redução de 0,2% frente ao mês anterior, além de também marcar retração para o acumulado (-12,2%) e no comparativo de dezembro de 2020 (-6,0%). Para o Brasil, os resultados deste indicador foram contrários ao do estado, visto que se manteve uma estabilidade de novembro para dezembro. Além disso, houve avanço no acumulado em 4,1% e na comparação ao mesmo mês do ano anterior com 3,6%.
Massa Salarial Real
Em dezembro, a massa salarial real do Ceará e do Brasil explicitaram contração em comparação a novembro de 18,3% e 1,2%, respectivamente. Além disso, apresenta-se a mesma tendência quando comparado ao mesmo mês do ano anterior, com variações, para o estado, de -12,7% e de -1,2% para o país. Entretanto, quando analisado o resultado acumulado, os indicadores são divergentes. Enquanto o Ceará marcou -6,5%, o Brasil sinalizou ligeiro crescimento de 0,7%.
Rendimento Médio Real
Em concordância ao registrado nas variáveis de emprego e de massa salarial para o Ceará e Brasil, o indicador de rendimento médio real sinalizou reduções de 18,1% e de 1,4%, respectivamente, frente ao mês de novembro. Por fim, o estado assinou declínio nos resultados acumulados (-3,3%) e quando comparado ao mesmo período do ano anterior (-7,1%). Por sua vez, o país seguiu a mesma tendência estadual, ainda que de maneira mais atenuada, marcando -3,2% e -4,7%, respectivamente.
Confira a pesquisa completa AQUI.