Empresa agora se apresenta como “maior ecossistema de compra e venda do país”, apostando pesado no e-commerce, na inovação e nas aquisições para virar um super app
Antes uma varejista que ajudava as donas de casa a mobiliar e equipar seus lares, o Magazine Luiza – na verdade apenas “Magalu” desde 2018 – vem passando por uma grande reformulação. Atualmente, a empresa se posiciona como o “maior ecossistema de compra e venda do país” e, à semelhança do gigante chinês Alibaba, trabalha para se transformar em um super app.
Originalmente criado para ser mais um canal de vendas lá em 2015, o app do Magalu vem gradualmente aumentando suas funcionalidades. Mais recentemente, passou a vender até peças de vestuário, itens de higiene e comida.
Os resultados do 1.º trimestre de 2021 falam por si só. O Magazine Luiza registrou um crescimento de 63% nas vendas, alta puxada pelo e-commerce, que saltou 114% em relação ao trimestre anterior e movimentou R$ 8,8 bilhões. Hoje, o e-commerce responde por 70% das vendas totais do Magalu.
A compra de startups agiliza o processo de desenvolvimento desse super app. O Brasil é conhecido por produzir empresas de tecnologia em grande volume e qualidade. O que o Magalu tem feito é agregar essas equipes e colocá-las para trabalhar nas diferentes camadas do desenvolvimento do seu ecossistema.
As aquisições do Magazine Luiza para expandir a sua atuação e participação no mercado começaram no início dos anos 2000. A época coincide com o período do lançamento de seu site e da entrada da companhia no mercado financeiro. A partir de 2015, o Magazine Luiza reorientou a sua estratégia de atuação, focando a transformação digital. Para tanto, lançou uma versão de seu aplicativo para dispositivos móveis e implantou um novo sistema de vendas em 180 lojas. No ano seguinte, realizou o lançamento de seu marketplace, com a participação de outros 50 parceiros.
Em 2017, a empresa foi rebatizada de Magalu e retomou o ciclo de aquisições. Nessa nova onda, porém, a Magalu passou a adquirir companhias que possam complementar os seus negócios. As compras das startups deram indícios do fortalecimento do Magalu no ambiente digital. No entanto, a formação de um ecossistema em torno da marca, semelhante ao da Amazon, ficou mais clara com as aquisições realizadas a partir de 2019, nos setores de logística, serviços financeiros, serviços e de conteúdo.
Em dez anos, a companhia fundada pelos tios de Luiza Helena Trajano saltou de 20.000 investidores, logo que abriu o capital, para mais de 550.000 acionistas. Além disso, o valor de mercado cresceu 50 vezes e, hoje, supera os 150 bilhões de reais.
É por isso que, assim como o gigante chinês Alibaba e a Amazon, que moveram seus negócios para as mais diferentes indústrias, as recentes aquisições mostram que as estratégias de crescimento do Magazine Luiza estão seguindo padrão semelhante, com um toque de originalidade. Além de unir o conhecimento local de uma logística e tributação complexas, a sua estratégia poderá ajudar no crescimento orgânico e inorgânico, por meio das novas aquisições.
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