Fundador da Luce revela o papel dos recursos humanos na sucessão de cargos de uma empresa

Por Gabriela Veras

18/10/2024 10h59

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Em entrevista ao Nosso Meio, Gustavo Leme aborda a estratégia que a consultoria de capital humano utiliza para realizar transições bem sucedidas

A Luce nasceu com o propósito de transformar negócios e iluminar talentos. A consultoria de capital humano possui um portfólio amplo de soluções, utilizado o conhecimento da estratégia, do mercado e da cultura de seus clientes para modelar soluções de desenvolvimento de capital humano de forma simples, individuais e inteligentes.

Recentemente, a Luce ficou responsável pela sucessão de cargos de uma empresa de educação, um momento considerado delicado e, ao mesmo tempo, complexo. Entretanto, algumas ferramentas podem ser empregadas para deixar o processo de transição mais fácil e pacífico. Para discutir esse assunto, o Nosso Meio conversou com Gustavo Leme, que detalhou a respeito da estratégia que a consultoria de capital humano utiliza para realizar transições bem-sucedidas, que ajudam na saúde das empresas que atende, e podem até favorecer expansões – como no caso da empresa de educação atendida.

Confira a entrevista completa abaixo:

Nosso Meio: Quais estratégias você acha que são fundamentais para emergir no negócio de uma empresa e entender a realidade que existe dentro dela?

Gustavo Leme: Quando a gente fala em emergir na realidade do negócio, nós estamos falando em fazer um levantamento de oportunidades e um diagnóstico, o entendimento do momento. Então, a gente pode usar recursos de entrevista, ida para campo, visita a pontos de venda, acompanhamento equipe comercial, visita à operação de distribuição, vai muito de cada negócio e de sentir o atendimento. As entrevistas ou briefing com mais de um executivo, ou par para fazer os checks, também ajudam a emergir. Eu acredito que a vivência do nosso time no ambiente de negócio é o que mais facilita, porque é o que dá pra gente condições de fazer boas perguntas, ou de levantar boas informações, e de ter acesso ao que é importante e relevante pra posição dessas empresas.

Nosso Meio: Após essa aproximação com a empresa, como a Luce coloca luz na realidade e extrai soluções dos problemas?

Gustavo Leme: Acho que isso tem muito a ver com a questão que eu mencionei até na primeira resposta, que é já ter sentado do outro lado da mesa e a gente ter trabalhado em diferentes organizações e segmentos em momentos diferentes dos negócios. Ter trabalhado com diferentes consultorias, ter vivido mercados diferentes, tudo isso ajuda a gente a conseguir sentir na pele aquilo que o cliente está sentindo.

Nosso Meio: O tema sucessão ainda é um assunto delicado dentro de algumas empresas. Tratar tal temática com naturalidade e estratégia é um benefício gigante para o negócio. Quais foram os resultados de naturalizar esse diálogo dentro dessa empresa de educação?

Gustavo Leme: O tema sucessão pode ser olhado por diferentes aspectos, mas os dois principais são: sucedido e o sucessor.

Quando uma empresa sai de uma posição para a outra, a agenda que deve ser clara para o sucedido, pois isso abre espaço para quem está chegando de saber por onde ele está indo. No caso do sucessor, que é quem está entrando, é necessário que se saiba da capacidade, do potencial, da aderência cultural dessa pessoa para que se possa perpetuar ou dar perenidade ao legado construído por um executivo ou por uma família. Então, em casos assim, é preciso estar regado de muita atenção.

Um processo sucessório não está em escolher e identificar sucessores. Ele é mais complexo e amplo do que tudo isso. E quando a gente fala de resultados, de projetos que a gente já conduziu, em especial aquele que eu comentei, é uma tranquilidade para que os acionistas possam fazer a sua trajetória de carreira, agregando um olhar para a empresa diferente daquele que ele agregava quando ele estava sentado na cadeira executiva. Então, um acionista, quando transita, ele abre espaço para o novo, assim como ele vai em busca do novo, e isso traz frutos para a organização. Outra coisa muito importante é que quando o processo é conduzido em harmonia com os núcleos familiares que estão presentes nas organizações, o processo também revitaliza esses laços de família.

Nosso Meio: A Luce também realizou o assesment integrado para definir um sucessor potencial para a cadeira de diretoria de marketing da América Latina para uma indústria de alimentos e bebidas. Nesse caso, vocês precisaram realizar um trabalho mútuo de: compreender a alma da empresa (visão, missão e valores) e identificar o potencial do candidato. Como é conciliar tudo isso?

Gustavo Leme: Normalmente, num processo como esse, em que a empresa passa por um processo de transformação, os requisitos do executivo ou da executiva que vão receber o cargo mudam. Então, você tem uma primeira transição, que é a entrada. Depois, você tem um plano de transformação e entrega o plano. Então, o nosso trabalho é de avaliar não só a prontidão da pessoa para a cadeira, mas a capacidade de construção desse cenário futuro e, então, atrelar tudo isso aos objetivos estratégicos e também a essa carta de valores, que é fundamental.

Nosso Meio: Qual foi a importância de ter essa parceria entre a Luce e o RH da marca?

Gustavo Leme: O RH tem que ter uma coerência muito grande com esse processo que a gente está conduzindo, principalmente no repasse das informações. Então, tudo aconteceu de maneira muito concatenada e algumas informações que o processo se alimenta vieram da equipe e das ferramentas de RH que eles nos trouxeram.

Nosso Meio: Quais você diria que são os pilares para a escolha de um profissional para o cargo?

Gustavo Leme: O entendimento de uma pessoa, de um profissional, de maneira mais ampla, não só olhando para aspectos de histórico profissional, mas olhando para as competências, olhando para a estrutura emocional, olhando para a capacidade dele de desenhar cenários futuros conectados com o seu propósito e essa capacidade de aprendizagem, que vai impulsionar a empresa.