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Fundador da Luce revela o papel dos recursos humanos na sucessão

Por Redação

21/10/2024 10h16

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Em entrevista ao Nosso Meio, Gustavo Leme aborda a estratégia que a consultoria de capital humano utiliza para realizar transições bem sucedidas

A Luce nasceu com o propósito de transformar negócios e iluminar talentos. A consultoria de capital humano possui um portfólio amplo de soluções, utilizando o conhecimento da estratégia, do mercado e da cultura de seus clientes para modelar soluções de desenvolvimento de capital humano de forma simples, individuais e inteligentes.

Recentemente, a Luce ficou responsável pela sucessão de um CEO de uma empresa de educação, um momento considerado delicado e, ao mesmo tempo, complexo. Entretanto, algumas ferramentas podem ser empregadas para deixar o processo de transição mais fácil e pacífico. Para discutir esse assunto, o Nosso Meio conversou com Gustavo Leme, que detalhou a respeito da estratégia que a consultoria de capital humano utiliza para realizar transições bem-sucedidas, que ajudam na saúde das empresas que atende, e podem até favorecer expansões – como no caso da empresa de educação atendida.

Confira a entrevista completa abaixo:

Nosso Meio: Quais estratégias você acha que são fundamentais para emergir no negócio de uma empresa e entender a realidade que existe dentro dela?

Gustavo Leme: Quando nós falamos em imergir na realidade do negócio, nós estamos falando em fazer um levantamento de oportunidades e um diagnóstico, o entendimento do momento. Então, a gente pode usar recursos de entrevista, ida para campo, visita a pontos de venda, acompanhamento equipe comercial e visita à operação de distribuição. Vai muito de cada negócio e de sentir o atendimento. As entrevistas ou briefing com mais de um executivo, ou par para fazer os checks, também ajudam a emergir. Eu acredito que a vivência do nosso time no ambiente de negócio é o que mais facilita, porque é o que dá para nós condições de fazer boas perguntas, ou de levantar boas informações e de ter acesso ao que é importante e relevante para as posições da empresa.

Nosso Meio: Após essa aproximação com a empresa, como a Luce coloca luz na realidade e extrai soluções dos problemas?

Gustavo Leme: Acho que isso tem muito a ver com a questão que eu mencionei até na primeira resposta, que é já ter sentado do outro lado da mesa. Por termos trabalhado em diferentes organizações e segmentos em momentos diferentes dos negócios. Ter vivenciado diferentes consultorias, ter atuado em mercados diferentes, tudo isso ajuda a conseguir sentir na pele aquilo que o cliente está sentindo.

Nosso Meio: O tema sucessão ainda é um assunto delicado dentro de algumas empresas. Tratar tal temática com naturalidade e estratégia é um benefício gigante para o negócio. Quais foram os resultados de naturalizar esse diálogo dentro dessa empresa de educação?

Gustavo Leme: O tema sucessão pode ser visto por diferentes aspectos, mas os dois principais são: sucedido e o sucessor.

Quando uma pessoa sai de uma posição para a outra, a agenda deve ser clara para o sucedido, pois é necessário começar a estabelecer os diálogos necessários. No caso do sucessor, que é quem está entrando, é necessário que se saiba da capacidade, do potencial, da aderência cultural dessa pessoa para que seja possível perpetuar ou dar perenidade ao legado construído por um executivo ou por uma família. Então, em casos assim, é preciso estar regado de muita atenção.

Um processo sucessório não está em escolher e identificar sucessores. Ele é mais complexo e amplo do que tudo isso. E quando a gente fala de resultados, de projetos que a gente já conduziu, em especial aquele que eu comentei, é uma tranquilidade para que os acionistas possam fazer a sua trajetória de carreira, agregando para a empresa um olhar diferente daquele quando ele estava sentado na cadeira executiva. Então, um acionista, quando transita, ele abre espaço para o novo, assim como ele vai em busca do novo, e isso traz frutos para a organização. Outra coisa muito importante é que quando o processo é conduzido em harmonia com os núcleos familiares que estão presentes nas organizações, o processo também revitaliza esses laços.

Nosso Meio: A Luce também realizou o assesment integrado para definir um sucessor potencial para a cadeira de diretoria de marketing da América Latina para uma indústria de alimentos e bebidas. Nesse caso, vocês precisaram realizar um trabalho mútuo de: compreender a alma da empresa (visão, missão e valores) e identificar o potencial do candidato. Como é conciliar tudo isso?

Gustavo Leme: Normalmente, num processo como esse, em que a empresa passa por uma transformação, os requisitos do executivo ou da executiva que vão receber o cargo mudam. Então, você tem uma primeira transição, que é a entrada. Depois, você tem um plano de transformação e entrega o plano. O nosso trabalho é de avaliar não só a prontidão da pessoa para a cadeira, mas a capacidade de construção desse cenário futuro e, então, atrelar tudo isso aos objetivos estratégicos e também a essa carta de valores, que é fundamental.

Nosso Meio: Qual foi a importância de ter essa parceria entre a Luce e o RH da empresa?

Gustavo Leme: O papel do RH é de extrema importância, porque o RH conhece: a cultura da empresa, o relacionamento com os pares, o ambiente do negócio, o papel da liderança e também a estratégia do negócio. Então, a gestão de pessoas é fundamental nesse processo, somando o esforço da consultoria, do requisitante do RH, tudo isso dá o diferencial para o processo e o envolvimento de todos.

Nosso Meio: Quais você diria que são os pilares para a escolha de um profissional para o cargo?

Gustavo Leme: O entendimento de uma pessoa, de um profissional, de maneira mais ampla, não só olhando para aspectos de histórico profissional, mas olhando para as competências, olhando para a estrutura emocional, olhando para a capacidade dele de desenhar cenários futuros conectados com o seu propósito e essa capacidade de aprendizagem, que vai impulsionar a empresa.