13ª edição

Há 10 anos transformando marcas | Entrevista com Thiago Façanha da Mulato Comunicação

Por Redação

24/09/2024 15h00

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Com 10 anos de atuação, a Mulato Comunicação já nasceu digitalizada, o que representou um grande salto competitivo, pois em 2014, no auge da explosão digital, grande parte das agências ainda se dividia em sua atuação, ou somente on, ou somente off. Isso contribuiu para que rapidamente a agência crescesse, abraçando grandes projetos e marcas. Além de ser a agência mais premiada no Prêmio ACERT nas duas últimas edições, está entre as 10 agências mais premiadas no Prêmio Colunistas Norte e Nordeste 21/22.

Thiago Façanha, CEO da Mulato, também já foi premiado três vezes em Lisboa no Prêmio Lusófonos de Comunicação. Ele conta para o Nosso Meio um pouco desta história e destaca, ainda, o papel da Publicidade para a conscientização do consumidor, com as mensagens corretas, tocantes, que façam as pessoas refletirem e tomarem uma atitude mais consciente. 

Confira a entrevista:  

Nosso Meio: A Mulato está comemorando 10 anos. Compartilhe um pouco da história da empresa passando pelos primeiros clientes e cliente mais antigo da casa.

Thiago Façanha: Desde quando comecei a faculdade, tive vontade de ter uma agência. Eu decidi muito rápido que queria ser atendimento publicitário, então isso me ajudou nos cursos, livros e networking que iria fazer. E logo depois veio a vontade de ter agência para colocar um pouco da minha metodologia, visão e consolidação de trabalho na prática. Ainda na faculdade, fiz uma planilha de custos para abrir uma agência, e ano após ano fui atualizando esta planilha e fortalecendo este sonho. Ao longo da carreira, atuei em agências de médio e grande porte, atendendo grandes clientes, como Betânia, Shopping Iguatemi, Betânia e Prefeitura de Fortaleza. Em 2014, surgiu a oportunidade de abrir a agência junto com um amigo, o Reno Ribeiro, que hoje não está mais no projeto. 

A Mulato já nasceu com colaboradores, já nasceu rodando, se pagando e operando. Os primeiros clientes foram a Faculdade Uniaméricas, o Grupo Fornecedora de Máquinas e Equipamentos, a hamburgueria The Burgers on The Table e a Fazágua. Os clientes que estão com a gente há mais tempo são: DAG Distribuidor e Grupo Luciano Feijão. Temos a alegria de ter um turnover muito baixo tanto de clientes quanto de colaboradores. Assim como as marcas que estão com a gente há bastante tempo, temos colaboradores com dez anos de empresa também. 

Nosso Meio: Se pudesse citar o que fez da Mulato um case de sucesso no mercado publicitário cearense, o que você citaria?

Thiago Façanha: Na verdade, mais do que falar em cases, a gente prefere olhar para a transformação de algumas marcas e como participamos dela. Por exemplo, a Acal Home Center, uma marca cearense com 70 anos de mercado, nós fizemos uma transformação, uma revitalização na comunicação da empresa. Foi a primeira empresa a trabalhar omnichannel no segmento de home center do Ceará. A empresa estava se digitalizando, e nós entramos no momento de revitalização da comunicação, trazendo um varejo e comunicação mais versátil, leve e contemporânea, com alguns conceitos que marcaram como o “A Acal tá On”, o “Vem que tem negócio” e o “Deixa com a gente.

Participamos também do crescimento e da expansão da marca Direcional, construtora de Minas Gerais, mas com atuação nacional. Hoje ela é a construtora do seu segmento de atuação que mais vende no Ceará e participamos desta consolidação aqui no estado.

Participamos da chegada da ArcelorMittal no Ceará. Era CSP, foi comprada pela ArcelorMittal, e fizemos toda a comunicação de chegada para todos os stakeholderes.

Trouxemos a conta da Minalba Brasil com suas várias marcas para ser atendida por uma agência cearense, antes atendida por agências de São Paulo. Existe este movimento de contas locais que vão para fora e nós contamos esta história contrária, de trazer as contas de volta para o Ceará. 

Nosso Meio: Em dez anos de história, muita coisa mudou na forma de fazer Publicidade. Quais grandes mudanças a Mulato Comunicação vivenciou e como elas foram importantes para contribuir com a maturidade de agência?

Thiago Façanha: A Mulato passou por grandes mudanças. Mas em 2014, quando nascemos, era a explosão do digital. Então já nascemos digitalizados. Algumas agências trabalhavam somente off ou somente on, e quase ninguém trabalhava de forma integrada com uma comunicação 360. E nós tivemos a oportunidade de já nascer 360, fazendo planejamento da marca independente da plataforma, pensando a marca como um todo, se o meio for A ou B não importa, mas sim o posicionamento e mensagem dela. Então, nascer desta forma em um momento em que as agências eram divididas em on e off, foi um grande salto competitivo pra gente.

A grande transformação que posso falar é a questão do vídeo. É claro que passamos pela transformação de dados e performance, que hoje é pré requisito e por isso somos agência assinante do Kantar Ibope Media, monitorando os hábitos dos consumidores de Fortaleza e RMF. Mas hoje a transformação do vídeo é o que chama a atenção. Acho que num futuro próximo as agências terão mais editores de vídeo do que diretores de arte, porque a demanda está muito grande, por vídeos curtos, diretos, por serem didáticos, mas precisam de edição, metodologia, roteiros, etc. O vídeo virou um post, com tempo de vida curto, e com isso se fazem necessários muitos vídeos, por conta do grande consumo.

 Nosso Meio: A Mulato está de casa nova, em espaço mais amplo. O que motivou a mudança neste momento?

Thiago Façanha: Nascemos numa sala dentro de um coworking, então naturalmente o mercado foi nos procurando e dando oportunidade para participar de projetos e parcerias. O time cresceu e tudo isso contribuiu para aumentarmos nossa sede. Estamos no mesmo endereço, mas passamos por uma grande reforma e atualização. O time está com 30 pessoas atualmente, então foi necessário expandir para receber melhor nossos colaboradores e clientes, com um clima físico, além do organizacional, também favorável e agradável. 

Nosso Meio: Estamos falando, nesta edição, sobre o consumidor consciente e o desafio e a urgência da sustentabilidade. O que vocês pensam sobre a necessidade desta discussão e como a Propaganda pode contribuir com campanhas que não sigam simplesmente a linha do consumo a qualquer custo?

Thiago Façanha: É natural que a grande maioria das coisas aconteçam primeiro no primeiro mundo. Eu estava recentemente numa missão empresarial em Londres e tive a oportunidade de conversar com um diplomata brasileiro na embaixada de Londres e ele nos contou que muitos países do mundo vão até lá para buscar projetos e incentivos. E na Inglaterra, ele conta que antes da ideia em si, eles querem saber o que existe em relação à sustentabilidade. Se a ideia for muito boa, mas não existe um projeto de sustentabilidade, não há avanço no diálogo. Então, naturalmente, o consumo consciente, a preocupação com o meio ambiente, tem se expandido e nós precisamos evoluir. Temos uma fauna e uma flora muito rica no Brasil, precisamos estar atentos a algumas pautas que precisam avançar, e a Propaganda é fundamental para atuar na conscientização.

Há 30 anos, quando foi feito o plano Real e a comunicação foi fundamental para orientar a sociedade sobre este novo plano, agora a Comunicação é fundamental para mexer com a conscientização das pessoas, e entender a importância de uma destinação correta de embalagens, a buscar marcas que tenham uma preocupação real e oficial com o meio ambiente, ter um consumo consciente. Para isso, precisamos usar a mensagem certa, tocante, para as pessoas refletirem e tomarem uma atitude.