A chegada da pandemia de covid-19 trouxe novos ares e metodologias para as empresas. Mudar para o regime home office foi uma ação repentina e tomada por necessidade imediata por muitas organizações, o trabalho remoto se tornou uma realidade para aproximadamente 46% das empresas brasileiras em 2020, de acordo com a pesquisa Gestão de Pessoas da Crise de Covid-19 realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA).
Recentemente, as empresas cearenses tiveram que retornar para o trabalho em casa devido o aumento de casos da nova variante do coronavírus, com isso, os lideres adaptaram novos formatos para gerir suas equipes à distância. O Nosso Meio conversou com alguns diretores de agências de comunicação para falar sobre o formato home office.
De acordo com Paulo Junior Pinheiro, sócio-diretor da Caramelo Comunicação, o home office tem funcionado de maneira muito positiva para a equipe. A agência havia testado o modelo por alguns meses no ano passado, no começo da pandemia, e, desde então, tem sido interessante pautar a rotina pela produtividade e exercitar a autonomia dos colaboradores, algo que sempre almejaram. “Com as facilidades das tecnologias da informação e da comunicação, que nos permitem, por exemplo, ter nosso servidor na nuvem e viabilizar, sempre que necessário, reuniões virtuais de maneira muito prática, o trabalho não sofreu nenhum tipo de prejuízo, assim como a assistência que costumeiramente oferecemos a quem trabalha conosco. Além disso, contamos com a sensibilidade dos clientes, que também estão vivendo processos de adaptação semelhantes ao nosso”, compartilha.
Segundo Isabella Purcaru, sócia-diretora da Impulsione Comunicação, diferente de algumas agências que migraram para o modelo home office por conta da pandemia, a Impulsione já assumiu esse modelo há um ano e meio porque a agência enxergou que o seu serviço e mercado estavam preparados e amadurecidos para ter esse modelo de negócio. “Para liderar uma equipe em home office, ela tem que estar extremamente amadurecida, tem que ser uma equipe comprometida com o trabalho e com a empresa, para que esses resultados sejam positivos. Para gente funcionar bem nesse formato, estabelecemos uma metodologia, processos que a gente foi sentindo ao longo dos meses que dava certo para a equipe e para o nosso cliente, de forma que o nosso processo ficasse otimizado. Então hoje sabemos de forma online o que o nosso colaborador está fazendo em tempo real, estamos online o tempo todo, trocamos ideia com nossa equipe, analisamos e alinhamos estratégia se ela não está no caminho certo, tudo isso só foi possível por conta do amadurecimento do processo e por ter uma equipe super engajada, tanto com a empresa, quanto com a profissão, sendo bons profissionais”, explica a sócia-diretora.
O sócio-diretor da AD2M Engenharia de Comunicação, Mauro Costa explica que a agência tem acompanhado e cumprido os diversos decretos estaduais desde o ano passado, não somente como uma forma de colaborar com o combate à pandemia, mas principalmente para ajudar a preservar a saúde dos funcionários e suas famílias. Devido a isso, veio a decisão em optar pelo home office desde o início. “Acabamos encontrando neste formato uma maneira de oferecer tranquilidade e conforto para a equipe, especialmente agora em que vivemos outro momento delicado da pandemia, mas garantindo todo o pleno atendimento e os resultados aos clientes, muitos deles também utilizando esse mesmo expediente. A empresa ainda estuda a utilização futuramente, quando a pandemia arrefecer, de um sistema misto entre o trabalho remoto e o presencial, aproveitando o melhor de cada um, como o conforto de estar trabalhando de casa com a riqueza da interação presencial nos contatos dentro da agência, explica.
Já Renata Benevides, sócia-diretora da Capuchino Press conta que na agência a equipe está com o formato de trabalho flexível. A sede continua aberta, seguindo todos os protocolos de segurança, mas os colaboradores estão com a opção de trabalhar home office. Muitos optaram pelo home office, mas alguns preferem continuar indo trabalhar na estrutura. “Nós somos uma empresa que sempre usou bastante ferramentas de tecnologia para a execução do nosso trabalho, temos vários recursos que conseguimos disponibilizar à distância, portanto conseguimos fazer esse ajuste para o modelo home office com certa facilidade. Aqui temos uma rotina de reuniões com equipe sempre no início do dia, e estamos mantendo seja presencialmente ou online. Os clientes também já estão bastante adaptados aos encontros online, mas sempre que preciso vamos até os clientes ou os recebemos aqui no nosso escritório”, explica.
Gustavo Rocha, diretor comercial da Max Propaganda, conta que antes mesmo desse aumento considerável nos casos de Covid-19, a agência já tinha decidido internamente em dividir a equipe. Desde o final do ano passado alocaram cerca de 75% da agência para trabalhar em home office e o restante de forma presencial. Para o home office, a Max priorizou as pessoas com familiares no grupo de risco e quem se deslocava de transporte público. Evitando assim as super lotações nos ônibus. “Uma vantagem em nosso ramo de atividade é que não há necessidade da presença física. Podemos muito bem realizar campanhas de casa, utilizando a tecnologia para discutir ideias e apresentar layouts. Além disso, todos os arquivos da agência ficam na nuvem. O que fazemos para coordenar melhor nossa equipe é criar uma pauta diária que é entregue na véspera. No final do dia fazemos um follow-up com cada colaborador. Até o momento não tivemos nenhum problema em trabalhar dessa forma, muito pelo contrário. Acredito que as pessoas ficam mais felizes ao se sentirem seguras e próximas da sua família, o que gera um resultado mais satisfatório para todos”, conta o diretor.